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Em 2020 e 2021, Pará não registra casos de influenza

PREVENÇÃO - Campanha nacional visa imunizar 2,65 milhões de paraenses até 9 de junho

Cleide Magalhães
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Há dez dias, o Ministério da Saúde (MS) lançou no País a 23ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza, com objetivo de reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza, na população alvo da vacinação. 

Em reportagem publicada no dia 23 de dezembro de 2019, o Estado totalizava naquele ano 55 casos positivos para Influenza. Destes, 30 para Influenza A (H1N1) e 25 Influenza B. Sem informar os dados absolutos, a Sespa informou ainda à época que, em 2019, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) caíram 16% em relação ao ano de 2018. Os números de óbitos também tiveram queda de 8%. Segundo a Sespa, em 2020 e 2021 não houve registro de casos de Influenza no Pará. 

Segundo especialistas, a gripe provocada pelo vírus da Influenza é uma das doenças que mais afeta os paraenses no período sazonal. Devido às chuvas, a sazonalidade ocorre no Pará geralmente de janeiro a abril. “O influenza é um vírus causador da gripe. Então, na verdade, a pessoa tem uma doença específica, cuja manifestação principal é no sistema respiratório. Os vírus Influenza que causam infecções em humanos são os tipos A e B e ambos circulam pelo Brasil, ocasionando doenças nas pessoas”, esclarece o médico infectologista Lourival Marsola. 

Ainda segundo Marsola, o tipo A engloba vírus importante com risco de causar epidemias e pandemias, como Influenza H1N1 e H3N2. Já em relação ao B, existem vários tipos e todos eles circulam no Brasil.

“O que muda é a predominância da circulação do tipo da influenza e qual está causando doença naquele período. Por isso, a Organização Mundial de Saúde mantém pontos de monitoramentos para saber naquele período quais os vírus que devem estar na vacina a serem produzidas durante o ano, para que proteja, assim, a população da infecção e da doença influenza. Devido à sazonalidade é necessário que a população se vacine todos os anos, fazendo a renovação da imunização, impedindo doença tão grave”, explica Lourival Marsola.

O médico alerta ainda que a doença pode levar à morte, pois pode causar pneumonia grave, principalmente em pessoas que possuem fatores de riscos, crianças pequenas, mulheres gestantes, idosos, problemas crônicos no pulmão e no coração.

“Normalmente, a morte é causada por uma insuficiência respiratória grave e, dependendo do tipo de vírus, por sangramento por hemorragia”, completa Marsola, que é coordenador de Vigilância em Saúde do Barros Barreto, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. 

Sintomas da covid-19 e da gripe são similares

Os sintomas da gripe são similares ao quadro de covid-19, e o quadro de saúde do paciente pode variar de leve a grave. “Pode ser apenas uma síndrome gripal caracterizada só por espirros, coriza, dor de cabeça febre, dor no corpo, até um quadro grave, que é a síndrome aguda grave, que pode culminar com pneumonia bilateral e óbito do paciente. São sintomas que lembram muito a covid-19 e a única maneira que se tem de separar ou fazer a diferença entre elas é baseada no exame diagnóstico da influenza ou da covid-19”.

Então, ele reitera que é fundamental que a pessoa esteja vacinada, porque uma pessoa imunizada e com quadro clínico respiratório torna menos provável o quadro de influenza e fica mais provável o quadro da covid-19. "Mas hoje clinicamente não temos mais como separar o que é cada uma dessas doenças, somente com os exames laboratoriais para uma delas”, afirma o infectologista. 

Campanha contra a influenza é paralela a da covid-19

Até o dia 9 de junho de 2021, a finalidade é imunizar 79,74 milhões de pessoas, sendo pelo menos 90% de cada grupo prioritário. Do total de vacinas, 6 milhões são para a região Norte, sendo 2,65 milhões para o estado do Pará, segundo consta no Informe Técnico da 23ª Campanha.

A imunização contra a gripe é trivalente, produzida pelo Instituto Butantan, e protege contra os vírus Influenza A/H1N1, Influenza A/H3N2 e Influenza B e ocorre em três etapas. Pessoas com história de anafilaxia a doses anteriores apresentam contraindicação a doses subsequentes, além de crianças menores de seis meses de idade.

Para o MS, não ter a Caderneta de Vacinação em mãos não é impeditivo para tomar as vacinas ofertadas em qualquer campanha de vacinação do Ministério. A dica é procurar as unidades de saúde de referência para que os profissionais de saúde localizem o cadastro ou o histórico da pessoa no Sistema do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).

O MS destaca ainda que a Campanha de Vacinação Contra a Influenza coincide com a realização da vacinação contra a covid-19. Assim, “é importante que seja priorizada a administração da vacina covid-19, para pessoas contempladas no grupo prioritário para a influenza e que ainda não foram vacinadas contra a covid-19”, afirma o órgão.

Nestas situações, “deve-se agendar a vacina influenza, respeitando o intervalo mínimo de 14 dias entre as vacinas”. Além disso, “todas as medidas de prevenção à transmissão da covid-19 nas ações de vacinação contra Influenza deverão ser adotadas”, enfatiza o Ministério.

As três etapas de vacinação contra a influenza

Ainda de acordo com o documento, os municípios têm autonomia para definir as datas de mobilização (Dia D), conforme a realidade de cada região.  A primeira fase da campanha acontece de 12 de abril a 10 de maio e está voltada para as crianças (de seis meses a menores de seis anos), gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde. Já na segunda fase, de 11 de maio a 8 de junho, estão os idosos, com 60 anos e mais, e professores.

Na terceira etapa, de 9 de junho a 9 de julho, estão as pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário, passageiros urbano e de longo curso, trabalhadores portuários, forças de segurança e salvamento, forças armadas, funcionários do Sistema de Privação de Liberdade, população privada de liberdade e adolescentes e jovens em medidas socioeducativas.

Pará

No Pará, a vacinação segue o calendário nacional e também iniciou há dez dias, em 12 de abril. Nessa primeira etapa, até dia 10 de maio, a meta é vacinar 207.507 crianças, de seis meses a um ano de idade, que devem tomar duas doses do imunizante com intervalo de 30 dias entre elas.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), neste primeiro momento, o Pará recebeu 321 mil doses da vacina. Elas estão disponíveis nas salas de vacinação das Unidades de Saúde dos 144 municípios paraenses, de acordo com horário local. Para receber a imunização, é importante levar a Caderneta de Vacinação.

Para alcançar as metas da Campanha de Vacinação, a Sespa orienta os municípios a adotarem estratégias diferenciadas em busca da população alvo da campanha, ajudando o Pará alcançar a cobertura vacinal de pelo menos 90% da meta.

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