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Área registrada ilegalmente em terras indígenas cresceu 55% entre 2016 e 2020

O número de registros autodeclarados de imóvel rural, que não podem ser feitos nesses territórios, aumentou 75% no mesmo período

Redação Integrada com informações do Ipam

A área registrada ilegalmente como propriedade rural particular dentro de terras indígenas (TIs) da Amazônia cresceu 55% entre 2016 e 2020. O número de Cadastros Ambientais Rurais (CAR), registros autodeclarados de imóvel rural, e que não podem ser feitos nesses territórios, aumentou 75% no mesmo período. É o que mostra um estudo inédito, lançado na terça-feira (30), pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Em 2019, o desmatamento nas áreas com CAR respondeu por 41% do que foi registrado nesta categoria fundiária. Ainda que em 2020 esse índice tenha caído para 23%, ele tem crescido ano após ano. “O que estamos vendo aqui é o avanço da grilagem em terras indígenas na Amazônia e suas consequências”, diz a pesquisadora Martha Fellows, autora principal do estudo.

As terras indígenas concentram uma das menores taxas de derrubada na Amazônia: em 2019, responderam por 5% do total; em 2020, o índice foi de 3% de tudo o que se desmatou na Amazônia. O estudo diz que isso se deve principalmente ao modo de vida dos indígenas, que conserva a floresta.

Mesmo a queimada de uso tradicional, para limpeza de roçados e pastagens, além de caça, é pontual e não explica a alta observada nos últimos anos, assim como a presença de vegetação savânica, que favorece o espalhamento do fogo, indica o estudo. Entre 2016 e 2020, os focos de calor dentro de CAR ilegais aumentaram 105%; excluindo o terreno grilado, o aumento foi de 33% nas terras indígenas.

Outro dado que reforça a intensificação da invasão nas TIs é a concentração dos alertas: apenas 3% das terras indígenas da Amazônia responderam por 70% do desmatamento registrado em 2020, e 50% dos focos de calor. Entre elas estão territórios com alto índice de CAR irregular, como a TI Ituna/Itatá (94% da sua área ocupada por grileiros, e quarta no ranking de desmatamento dentro de terras indígenas) e Cachoeira Seca (15% de ocupação e 3ª no ranking).

Garimpo

O IPAM também analisou o impacto do garimpo ilegal nas terras indígenas. Em comparação com as áreas fora da área de influência da atividade, proporcionalmente, o desmatamento foi 2,6 vezes maior dentro de sua zona de influência. Já o fogo, 2,2 vezes maior. Além de alterações na paisagem, as invasões desses territórios levam violência e doenças para suas populações, apontou o estudo.

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