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Após pico na capital, municípios do interior devem registrar aumento nos casos de covid-19

Pesquisadores estudam dados sobre crescimento de registros fora de Belém e alertam para subnotificação

Eduardo Rocha

Os casos de pandemia da covid-19, que se mostram em redução na Região Metropolitana de Belém (RMB), devem aumentar em municípios do interior do Estado nas próximas semanas. O alerta é de um grupo de pesquisadores das universidades Federal Rural da Amazônia (UFRA) e da Federal do Pará (UFPA),  que atuam na pesquisa "Redes Neurais Artificiais e Modelagem Matemática nas Previsões Epidemiológicas para os Casos de Infecção por COVID-19, Uma Ferramenta de Apoio à Tomada de Decisão em Políticas de Saúde Pública no Estado do Pará". O relatório técnico do estudo é assinado pelas universidades e  pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet).

“O próprio ministro interino da Saúde explicou que uma das etapas é o impacto nas regiões metropolitanas seguido da interiorização, é uma tendência. Primeiro, a onda de contágio se concentra nos grandes centros e, em seguida, vai para os municípios menores”, ressalta o professor Marcus Braga (Ufra), ao lado dos professores Jonas Castro (Ufra) e Rommel Ramos (UFPA).

Sobre quando deverá ocorrer o pico de casos confirmados e óbitos em municípios do interior do Pará, os pesquisadores destacaram que a pesquisa vem sendo desenvolvida de maneira colaborativa por um grupo multidisciplinar e interinstitucional, com profissionais da saúde e outros professores-pesquisadores com experiência em diversas áreas como modelagem matemática, engenharias, inteligência computacional, biomedicina, biologia computacional, genética e biologia molecular e virologia.

“A previsão é mais acurada para um período mais curto, neste caso agora estamos usando 07 dias, para o estudo ficar menos sujeito à influência de fatores externos e poder manter a taxa média de acertos. Os dados da interiorização da doença estão sendo coletados agora e poderão ser avaliados no próximo boletim”, repassa o professor Braga.

Desse modo, ainda não é possível se identificar alguns dos municípios que já apresentam altos índices da doença ou irão apresentar ou mesmo regiões a serem afetadas em alta escala. “Dentre estes fatores externos que podem prejudicar as previsões, o fenômeno de interiorização da doença e as subnotificações podem vir a contribuir de forma negativa nas estimativas. Estes elementos já estão sendo tratados para o boletim que será publicado esta semana (Boletim COVID-19 no 03), que levará em conta estes novos elementos fornecidos pela Sespa. Neste tipo de modelagem de fenômenos, quanto mais dados se tem, maior é a acurácia, ou seja, a confiabilidade dos resultados”.

Comportamento 
 

Segundo os pesquisadores, “o comportamento da pandemia é influenciado diretamente pelo comportamento da população e pode ser medido por índices como o distanciamento social, mas pelo fato de termos elevada subnotificação é difícil avaliar a ocorrência de pico ou picos nas regiões do Estado. O melhor é ficar em casa se possível. O estudo desenvolvido pelos pesquisadores traz uma ferramenta que analisa os dados disponíveis e, usando técnicas e métodos científicos, apresenta a projeção para um período à frente. Estes resultados (previsões) podem servir de apoio a tomada de decisão por parte dos órgãos do governo”.

Para o grupo, “seguindo a própria orientação do governo, deve-se manter o isolamento social, sair só se for realmente for necessário e tomar todas as precauções prescritas pelos órgãos de vigilância em saúde”.

Educativas

O professor Rommel Ramos, da UFPA, defende ações específicas para o interior do Estado. “No interior, a gente tem que fazer umas ações educativas, além das informações básicas que já se conhece, e se manter o isolamento social, só sair de case se for realmente necessário e tomar todas as precauções”, enfatiza. 

O alerta dos pesquisadores reforça a necessidade de os cidadãos manterem o isolamento social como tática para evitar o crescimento dos casos e óbitos por covid-19 nas cidades e lugarejos do interior do Pará, dada a grande extensão do território paraense e as condições muitas vezes adversas para o deslocamento de comunidades tradicionais e da zona rural para o diagnóstico e tratamento da doença. Situação essa que merece atenção das famílias, ainda mais com o final do lockdown no Estado, ocorrido domingo (24) último.

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