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Acidentes domésticos resultam na morte de cinco mil crianças, outras 110 mil são hospitalizadas

No Hospital Metropolitano, 976 pessoas sofreram acidentes domésticos e 390 queimaduras, nos últimos dez meses

Cleide Magalhães

A maioria dos casos de acidentes domésticos ocorrem entre grupos vulneráveis, como crianças e idosos. Segundo dados do Ministério da Saúde, os acidentes domésticos resultam na morte de cinco mil crianças e outras 110 mil são hospitalizadas por ano no Brasil. Já a Organização Mundial de Saúde alerta que 10% das pessoas com mais de 60 anos no Brasil já sofreu algum tipo de acidente doméstico resultando em lesões.

No Pará, as ocorrências mais comuns que os Corpos de Bombeiros se deparam nos ambientes domésticos envolvendo as crianças são casos de sufocação, afogamentos, quedas, queimaduras, choques elétricos e intoxicação ou envenenamento. Segundo dados do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, que serve de referência em Traumatologia no Pará e possui o Centro de Tratamento de Pessoas Queimadas, de janeiro a outubro deste ano, ocorreram o total de 1.1256 atendimentos. Destes, 976 de pessoas que tiveram acidentes domésticos e 390 pacientes queimados.

Segundo o doutor Ivanilson Ranieri, que faz parte da equipe dos cirurgiões plásticos do Centro e é chefe do setor de Curativo e Vácuo do Metropolitano, dos casos que chegam no hospital os que envolvem acidentes domésticos trazem como principais vítimas as mulheres e as crianças.

“Os acidentes domésticos que chegam no hospital ocorrem mais com as mulheres que com os homens, e os casos que com elas são a panela que explodiu, o radiador do carro que abriu, o respingo de óleo fervente na pele ou acendeu fogo com álcool, sem orientação, e ocorre a explosão. Já com as crianças os casos envolvem colocar o dedo na tomada, mexeu no carregador do celular e levou descarga elétrica, mãe cozinhado e puxa a panela ou derrubou café quente”.

Geralmente, ainda segundo o médico, nos acidentes em que há grau de queimadura mais leve, é possível a equipe do hospital reverter o quadro, no entanto, existem casos que geram outras complicações. “Quando há uma queimadura elétrica importante o grau é maior pelos efeitos que causa, como insuficiência nos rins e cardíacas e infecções, e fica muito mais grave”.

Para evitar isso, em casa, o cirurgião plástico aconselha que é bom ter cuidado quando estiver cozinhando e sempre retirar a criança da cozinha. “A criança é imprevisível e pode puxar o cabo de uma panela, da cafeteira e causar acidentes realmente graves. É importante usar protetores de tomadas, que pode levar ao risco de amputação, e não atender ao celular ligado na rede elétrica”, alerta Ranieri.  

O capitão Israel Souza, do Corpo de Bombeiros, destaca que para evitar qualquer tipo de acidente o mais importante é a prevenção no ambiente doméstico.

“Pois crianças e idosos e até alguns adultos, que tenham alguma limitação motora, como não conseguem ver, ouvir, andar e outras, possuem limitações distintas das nossas e precisam de cuidados maiores. Para os adultos ou responsáveis por esse público o ideal é nunca ficar distante deles, mas ficar sempre próximo, para ter maiores oportunidades de revidar com que os incidentes aconteçam e, assim, evitar com que incidentes se tornem um acidente”, orienta o capitão.

Em geral, ao se deparar com algumas dessas situações, o capitão orienta que quem estiver com a vítima pode acionar, de imediato, o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 (a ligação é gratuita). “É difícil manter a calma em situações de emergência, mas é preciso tê-la. Ao ligar para o 193, a pessoa logo vai explicar para o atendente o que ocorre e já recebe orientações iniciais sobre o que pode fazer, enquanto o Corpo de Bombeiros está seguindo com atendimento especializado, pois cada caso tem uma orientação”, orienta o capitão Israel Souza.

Orientações mais específicas

Em relação aos casos de sufocamento, o capitão dos Bombeiros frisa que os pais evitem manter em casa brinquedos pequenos que as crianças facilmente podem colocar na boca.

Nos casos de afogamentos, a recomendação é que a piscina tenha sempre a borda cerca e sempre que a criança a utilize esteja acompanhada de um adulto com distância de segurança (um braço) para alcançar a criança.

Outra questão que chama bastante atenção dos Bombeiros são as quedas de crianças. “Há muitos registros desses e sempre recomendamos que as pessoas observem o layout nas suas residências, a disposição dos móveis e evite colocar os móveis que servem como escalada para as crianças e escadas. E sempre manter um adulto próximo”, enfatiza Souza.

Sobre as queimaduras a melhor forma de evitar é sempre colocar o cabo da panela voltado para o interior do fogão e vetar a livre circulação das crianças pela cozinha. Além de apagar, de imediato, o fogo da churrasqueira após o uso, para que a criança, por curiosidade, não brinque depois com o fogo. “O ferro de passar também precisa colocar em local seguro logo depois de usar”, complementa o bombeiro.

No que diz respeito aos choques elétricos, o bombeiro recomenda que fios descascados sejam sempre observados pelos adultos e estejam sempre isolados. Na questão da tomada já existem adaptadores que servem como proteção.

Os casos de intoxicações e envenenamento são comuns pela questão da curiosidade da criança, que vê como atrativo os produtos químicos com embalagens coloridas. “Esses produtos podem até ocasionar até envenenamento devem ser acondicionados em locais seguros e distantes do alcance das crianças”, afirma o capitão do Corpo de Bombeiros.

As maiores ocorrências com idosos paraenses são as quedas

Ainda segundo o capitão Israel Souza, os casos que mais envolvem os idosos no Pará estão relacionados às quedas. “Então, toda vez que tiver idoso na residência é preciso colocar pisos antiderrapantes, principalmente no banheiro. Se possível, adotar o corrimão pela casa, nos suportes de apoio no box do banheiro e próximo ao vaso sanitário. Nas escadas, colocar corrimão bilateral, para que o idoso possa transladar com maiores cuidados”, afirma o capitão.

Além disso, outras recomendações válidas são retirar panos e tapetes do chão, para evitar a perda de equilíbrio e optar por cadeiras, poltronas e camas com cabeceira. Bem como manter objetos usados com frequência sempre ao alcance das mãos.

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