Milhares de ucranianos se reúnem para apoiar igreja
Ucrânia foi autorizada a ter sua própria igreja após 332 anos
Milhares de ucranianos se reuniram neste sábado (15) para apoiar a criação de uma igreja ortodoxa independente de Moscou em frente a uma catedral onde um concílio deve se pronunciar sobre esta decisão histórica. Os manifestantes se reuniram na praça de Santa Sofia, em frente à catedral homônima. O presidente ucraniano Petro Poroshenko participará da abertura do concílio.
Os representantes das confissões ortodoxas ucranianas estão reunidos no “conselho de unificação”, a fim de implementar a decisão histórica do Patriarcado de Constantinopla, que em outubro autorizou a Ucrânia a ter sua própria Igreja, depois de 332 anos dependente de seu poderoso vizinho.
A decisão causou desconforto na Igreja russa, que denunciou um “cisma” e rompeu seus laços com Constantinopla. O ramo ucraniano continua a gozar de considerável influência e conta com um grande número de paróquias em todo o país.
As autoridades ucranianas consideram este concílio, que ocorre no quinto ano de uma crise sem precedentes entre Kiev e Moscou, como uma questão de “segurança nacional”.
Histórico
Em março de 2014, a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia após a chegada ao poder de autoridades pró-ocidentais em Kiev. Logo depois, teve início um conflito no leste do país entre separatistas pró-russos e as autoridades ucranianas, que deixou mais de 10 mil mortos. No final de novembro, a situação se deteriorou ainda mais quando a Rússia apreendeu três navios militares ucranianos na costa da Crimeia, acusando-os de entrar ilegalmente em suas águas territoriais.
As autoridades ucranianas garantiram que as paróquias estarão livres para decidir se vão querer ou não aderir à nova Igreja independente, a fim de evitar uma “guerra religiosa” no país.
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