Israel corta recursos para palestinos por apoio a militantes

Informação foi repassada pelo gabinete de segurança israelense

Reuters

Israel cortará cerca de 5% das transferências de impostos para a Autoridade Palestina devido a seu apoio financeiro a militantes palestinos presos. A informação foi repassada pelo gabinete de segurança israelense neste domingo (17).

Sob acordos de paz interinos, Israel cobra impostos em nome dos palestinos, que estimam essa arrecadação em 222 milhões de dólares por mês. Mas, com negociações paralisadas desde 2014, Israel tem em diversas ocasiões retido recursos como medida de protesto ou pressão.

Embora o presidente palestino Mahmoud Abbas tenha enfrentado cortes drásticos da ajuda do governo de Donald Trump, que ele boicotou por acusações de viés ideológico, seu governo manteve o pagamento de auxílio às famílias de palestinos encarcerados ou mortos por Israel sob acusação de violações de segurança.

Israel e Estados Unidos dizem que a política de Abbas, que oferece maiores pagamentos mensais para prisioneiros que cumprem sentenças mais longas, alimenta a violência por parte dos palestinos, enquanto Abbas descreve os palestinos mortos e presos como "heróis" de uma luta nacional.

Citando os cerca de 138 milhões de dólares que o governo de Abbas disse ter pago em auxílios em 2018, o gabinete de segurança de Israel disse que o mesmo montante seria "congelado" dos valores de impostos coletados pelos israelenses em nome da Autoridade Palestina.

"Abu Mazen (Abbas) continua a transferir mensalmente altos salários para assassinos que estão na prisão", disse o ministro da Justiça de Israel, Ayelet Shaked, à emissora Reshet 13. "Temos que encontrar uma maneira de parar com esse (envio de) dinheiro."

Os palestinos condenaram a decisão israelense.

"É uma tentativa de nos pressionar e nos chantagear", disse à Reuters Wasel Abu Youssef, um alto funcionário da Organização de Libertação da Palestina (OLP). "Mesmo se nos deixarem com apenas um dólar, nós daríamos isso às famílias dos mártires, dos prisioneiros e dos feridos".

Os Estados Unidos aprovaram uma lei no ano passado para reduzir drasticamente a ajuda à Autoridade Palestina, a menos que ela suspendesse os pagamentos de auxílios. A medida, conhecida como Taylor Force Act, foi batizada em homenagem a um veterano militar norte-americano de 29 anos, morto com facadas por um palestino enquanto visitava Israel em 2016.

Os palestinos rejeitaram no mês passado uma oferta de cerca de 60 milhões de dólares em financiamento anual dos EUA para suas forças de segurança, preocupados com sua exposição a processos judiciais sob as novas leis antiterroristas dos EUA.

O governo Trump ainda cortou centenas de milhões de dólares que iriam para organizações humanitárias e agências da ONU que ajudam os palestinos, na tentativa de pressionar Abbas a voltar à mesa de negociações.

Alguns especialistas em segurança expressaram preocupação de que problemas fiscais possam desestabilizar a Autoridade Palestina, um órgão de governo autônomo criado após os acordos de paz de Oslo em 1993 e que ajuda Israel a manter a ordem na Cisjordânia ocupada diante do Hamas, um rival islâmico palestino.

"Se ele (Abbas) decidir entrar em colapso mantendo os pagamentos aos assassinos, então deixe-o entrar em colapso", disse Shaked, um membro de extrema direita do governo de coalizão conservador do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Mundo
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM MUNDO

MAIS LIDAS EM MUNDO