Em meio a tensões com Irã, EUA reforçam presença no Oriente Médio

Militares adicionais se somam a outros 1.500 enviados no mês passado, além de um porta-aviões bombardeiros, em resposta a ataques a navios-tanque

Agência Brasil

Em meio ao aumento das tensões entre Estados Unidos e Irã, o Pentágono ordenou o envio de mil militares adicionais ao Oriente Médio, incluindo forças de segurança, de vigilância e de inteligência.

O secretário de Defesa Interino dos EUA, Patrick Shanahan, emitiu um comunicado afirmando que as forças são destinadas a "propósitos defensivos para lidar com ameaças aéreas, navais e em solo no Oriente Médio".

Segundo ele, "os Estados Unidos não estão buscando um conflito com o Irã. A medida está sendo tomada para assegurar a segurança e o bem-estar dos nossos militares trabalhando na região e para proteger nossos interesses nacionais".

O secretário afirmou que os EUA vão continuar ajustando seu contingente no Oriente Médio de acordo com a necessidade. Os militares adicionais se somam a outros 1.500 enviados no mês passado, além de um porta-aviões bombardeiros, em resposta a ataques a navios-tanque e a "ameaças persistentes" do Irã.

A decisão foi anunciada num momento em que o governo Donald Trump se vê forçado a exigir que Teerã cumpra os termos do acordo nuclear assinado com potências internacionais em 2015, apesar de o próprio presidente americano classificá-lo de o pior acordo da história, ter retirado os EUA do pacto e reinstaurado sanções contra o Irã.

O Irã sinalizou que deve ultrapassar seu limite de estoque de urânio de baixo enriquecimento até 27 de junho, o que violaria o acordo nuclear, deixaria o país a um passo dos níveis necessários para a produção de uma arma nuclear e aumentaria ainda mais as tensões entre Teerã e Washington.

"Continuamos pedindo que o regime iraniano não obtenha uma arma nuclear, que respeite seus compromissos com a comunidade internacional", afirmou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Morgan Ortagus. Ela classificou o anúncio iraniano sobre o enriquecimento de urânio de "extorsão" e "desafio a normas internacionais".

O Irã ameaçou ir ainda mais longe no não cumprimento dos termos do acordo nuclear se os signatários restantes – Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia – não ajudarem o Irã a contornar sanções impostas pelos EUA e a vender seu petróleo. O acordo de 2015 tem como objetivo restringir as atividades nucleares do Irã em troca do alívio de sanções internacionais.

O reforço do contingente militar americano também foi anunciado após os EUA afirmarem que o Irã está por trás de recentes ataques a dois petroleiros no Oriente Médio. O Pentágono divulgou imagens que mostrariam uma embarcação militar iraniana removendo uma mina marítima não detonada de um dos navios no Golfo de Omã.

Segundo os americanos, as imagens sugerem que os iranianos teriam tentado remover provas de seu envolvimento no incidente. O Irã rejeitou as acusações, afirmando que os EUA realizam uma campanha difamatória contra o país.

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