Remo: presidente fala sobre a montagem do elenco, folha salarial e Carlos Alberto

As vésperas de iniciar a campanha que poderá resultar em um histórico tricampeonato estadual, o presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, avaliou uma série de assuntos em uma conversa exclusiva com a reportagem da Redação Integrada de O Liberal. Fábio Bentes, que é um dirigente, digamos, oriundo da arquibancada, não se esquivou de nenhuma pergunta. E também comentou assuntos do departamento de futebol e da política do clube.

Você acredita que contará com o meia Carlos Alberto? 

- Ele evoluiu bem nesse período. Os índices melhoraram muito. Essa semana ele começará a treinar num ritmo de atleta profissional. Os próximos dias serão fundamentais para saber se contaremos com ele ou não. Ainda não estamos fazendo isso, pois não temos essa posição final. Vamos ver como ele vai reagir. Ele quer muito, e nós também. 

Nota da redação: Em agosto de 2019, Carlos Alberto precisou se afastar por conta de uma insuficiência da medula, causada por um aplasia - uma doença hematológica rara que é a produção insuficiente de células sanguíneas na medula óssea.

Como está a situação contratual do atleta?

- Foi automaticamente renovado até que ele tivesse pronto para jogar futebol. Era um contrato de empréstimo com a Portuguesa-SP, mas ele iria rescindir lá para assinar, em definitivo, com o Remo. Se tiver o ok do departamento médico, podemos assinar até o final do ano.

Sobre o departamento de futebol, qual o investimento do clube para o time se tornar campeão paraense, no que diz respeito à folha salarial?

- Estamos mantendo a folha de 300 mil. Para a Série C, a expectativa é de 350 mil. Ano passado, foi de 250 mil. Para a Série C, definimos um valor de 300 mil. No final, tivemos um acréscimo para 330 mil, porém tínhamos capacidade de investimento para isso.      

Você está satisfeito com a montagem do time? Observamos que há uma certa base montada na defesa

- Sendo franco, tivemos o cuidado de manter o setor defensivo, reforçamos a laterais e temos uma boa dupla de volantes. Agora, fizemos trocas consideráveis na frente. Tivemos dificuldade no Campeonato Brasileiro da Série C. A nossa média de gols foi baixa. Respondendo à pergunta, sim, estou satisfeito. Trouxemos bons profissionais. O Jaques tinha cinco propostas, mas preferiu vir para o Remo. Foi a mesma situação de outros atletas. 

É melhor estar na arquibancada, só torcendo, ou ser presidente do Remo? 

- (Risos) Prefiro a arquibancada. Temos a liberdade, a leveza, de criticar, olhar. Sou um cara muito crítico. Faço as minhas críticas internamente por questões óbvias. Cobro muito dos diretores. Quero o melhor para o Clube do Remo. A responsabilidade é grande. Nem sempre, ao fazer o trabalho certo, temos o resultado certo. Mas, estamos cumprindo as nossas obrigações religiosamente em dia. Os jogadores receberam o mês de dezembro dentro do prazo, assim como a comissão técnica. Estamos, inclusive, com capacidade de investimento. A estrutura do clube está se qualificando. Fizemos o Baenão, o Nasp... Estamos no caminho que desenhamos lá atrás E o clube está administrável. 

Você será candidato a reeleição? 

- Não penso em reeleição. Seria interessante alguém (sucessor) que tenha as mesmas ideias e possa tocar os mesmos projetos. Que se mantenha o ritmo de responsabilidade financeira. Um terço que arrecadamos é para dívida trabalhista. Se seguir nesse ritmo, em 2021, quitamos a dívida trabalhista. Ao invés de uma folha de 3000, teríamos uma folha de 700 mil e, aí meu amigo, ninguém segura o Clube do Remo.