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EXCLUSIVO: Eudes Pedro diz que o Remo está abaixo do Paysandu: 'Tem que melhorar'

Treinador deixou Belém no final da manhã desta quarta-feira

Nilson Cortinhas
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Com a fala mansa que lhe é habitual, o treinador do Remo, Eudes Pedro, atendeu a uma chamada de telefone, falou que não guardava mágoas e reafirmou: "Um dia a gente se vê. Quem sabe um dia eu volto?". Ficou, de fato, uma sensação de trabalho interrompido.

Foram 47 dias apenas e uma tentativa de mudar drasticamente a forma de jogar da equipe, eliminada da Série C ainda pela na primeira fase. Na ideia de Eudes e da própria diretoria, o Remo precisava ser mais intenso, mais ofensivo. A eliminação na Copa Verde para o Paysandu não trouxe o resultado imediato e culminou com a demissão do treinador em meio a um tumulto depois de um vazamento de um áudio em que pedia a saída do meia Eduardo Ramos e do atacante Neto Baiano.

Em uma entrevista exclusiva, Eudes avaliou todos esses momentos e, sincero, admitiu que o clube precisa evoluir em aspectos do departamento de futebol. Confira abaixo!

- Qual a sua avaliação sobre o trabalho no Remo? É impossível avaliar o trabalho em 47 dias...
Fico feliz em ter representado o Remo. Nesse tempo que estive aqui, tentei mudar a cara do time. Gosto de trabalhar com time que tenha posse de bola. Nesses 30 dias, conseguir mudar através de treinamentos, vídeos e conversas. A torcida notou isso. Mas é difícil avaliar em 30 dias, avaliar o que funciona e o que não funciona. Saio satisfeito e não feliz porque gostaria de continuar o trabalho. Saio com respaldo da torcida, pelas mensagens, e com respaldo de quase 100% dos jogadores. Recebi mensagens.

"O Remo precisa se estruturar, está numa inércia. Precisa mexer em todos os sentidos", disse Eudes Pedro.

 - De que forma?
De continuidade ao trabalho. Primeiro o trabalho de base. O Rony é conhecido porque colocamos ele para jogar. Tem potencial no Hélio, Thiago, Walace e Pingo. Meu medo é que esqueçam o trabalho, esqueçam os meninos. Temos dificuldade de estrutura para a base. O caminho é o inverso.

 - Tem mágoas de alguém?
Ninguém. Todos foram confortáveis comigo. Agora... O futebol tem muita intensidade. No posicionamento ofensivo, defensivo e na transição, você precisa dos 10 jogadores.

 - O Eduardo Ramos e o Neto Baiano não marcam?
A questão é que são jogadores mais experientes. E o time precisa jogar para eles. É difícil você fazer oito jogaram para dois. Eles têm dificuldade de marcar, mas ajudaram.

- Você acha que o Remo é refém de jogadores cujos contratos são mais longos?
Você precisa ter objetivos. Quando fui contratado, disse ao presidente que gostava de trabalhar com jovens. E quando cheguei me adequei ao plantel montado. Não conseguimos êxito. Mas em momentos, vi o time brigando pela posse de bola. Quando fomos eliminados, voltei as minhas origens (refere-se a trabalhar com jovens). E fica uma encruzilhada que é o meu planejamento e o que a diretoria quer.

- Por que você não tirou Eduardo Ramos e Neto Baiano do time ainda nos jogos da Copa Verde?
Os dois ajudaram bastante. Naquele momento, tinha que jogar com eles e tirar o máximo deles. Se o Eduardo jogasse 70, 80 minutos, tinha que usar. No jogo (contra o Paysandu), tive cinco substituições para fazer. O Marcão estava com dedo quebrado, o Zotti com contusão no joelho e pedi para ele continuar 10 minutos. O Ramires também teve uma contusão no joelho. O Cesinha levou uma pancada. O Eduardo não aguentava o tempo todo... A torcida não sabe dessas coisas. Acabamos levando gols no final. Uma equipe madura não podia levar aqueles gols.

- Quando o áudio vazou, você achou que já havia perdido espaço? Pareceu ser algo orquestrado. Isso tem algum fundamento?
Não. Eu passei o áudio para o presidente. Estava triste. E já havia dito que, pelo meu trabalho, não tinha condições de trabalhar com os dois e coloquei no grupo da comissão. Eram diretores que estavam mais próximos. Minha intenção não era vazar. Jamais. Eram coisas internas. Não pretendo saber quem vazou.

"Não me arrependo de nada. Mas lamento o áudio ter vazado. Quem vazou não me prejudicou. Prejudicou o clube e o andamento do trabalho", falou.

- Tiveste algum problema nos bastidores?
O clima de trabalho é espetacular. Há sintonia. Fui avaliado pelo resultado, infelizmente. A vida segue. E já já estarei em outra empreitada.

- Pelo que você visualizou, o Remo está em que patamar? Muito se compara ao Paysandu... O patamar é o mesmo?
Não. Não. O Remo tem que melhorar. Há alguns setores, no futebol, que uma equipe de alto rendimento, tem que ter. E o Remo está chegando a essa performance. O Remo está se reestruturando, no departamento médico, na academia. Mas em alguns setores precisa melhorar. O presidente sabe disso e vai chegar nesse ponto. Precisam colocar na cabeça que o clube é maior que todos nós, independente de pessoas.

- E com relação ao seu futuro?
Meu intuito é treinar dentro ou fora do país. Chegou a licença pró da CBF - a mais alta.

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