Médico ex-Paysandu divulga nota de repúdio por áudio vazado de diretor; Papão solta nota
Presidente do Papão, Ricardo Gluck Paul, contextualizou as falas de Felipe Albuquerque
O áudio vazado do diretor de futebol do Paysandu, Felipe Albuquerque, onde fala sobre as dificuldades na contratações de jogadores, entre outros motivos, por restrições a Belém, continua rendendo. O médico José Silvério, que prestou serviços ao Bicolor por 20 anos até deixar a Curuzu no início de 2020, divulgou no Instagram uma nota de repúdio, mesmo após as explicações do presidente Ricardo Gluck Paul, que contextualizou a fala de Albuquerque.
"Belém foi atordoada hoje com o vazamento de áudios de um executivo de futebol, contratado pelo Paysandu, oriundo de Goiás, onde desfere palavras desqualificadas contra nossa cidade e contra colaboradores do nosso clube, referindo-se a eles como 'anta, burro igual a uma porta', o que demonstra total despreparo ao cargo e ao ser humano beirando o ódio e preconceito, salvo melhor juízo", disse Silvério.
Jogadores que tiveram passagens pelo Paysandu reagiram à publicação em apoio à fala de José Silvério, com quem foram colegas. O volante Augusto Recife, o atacante Leandro Cearense e o ex-zagueiro Tinho, entre outras personalidades do futebol paraense, como o ex-presidente do Papão Alberto Maia, curtiram a nota de repúdio.
CONFIRA A NOTA COMPLETA
Uma publicação compartilhada por Dr Silverio (@josesilverio) em 4 de Fev, 2020 às 2:09 PST
CONTEXTO
Pouco depois do vazamento do áudio na última segunda-feira (3), o presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, conversou com a reportagem de O Liberal. O dirigente aproveitou para contextualizar as falas do diretor Felipe Albuquerque.
"Esse áudio foi no auge da montagem do elenco, na segunda quinzena de dezembro, quando tivemos uma baixa de dois a quatro atletas que negociaram, mas não vieram por questões financeiras. [...] É um áudio de quem está se preocupando com o clube de forma honesta. Ele está desabafando com negociador e essa questão do Didira nos deixou abalados, porque estava dada como certa a vinda dele e ele não veio".
CRÍTICA A BELÉM
Ricardo também explicou a crítica a Belém. Segundo o mandatário, Felipe Albuquerque estava se referindo às negociações com jogadores estrangeiros, que não quiseram vir jogar no Paysandu. De acordo com o presidente, estes atletas colocaram barreiras por causa de diversos problemas de estrutura e pelo clima da cidade.
"Com relação a Belém, esporro do Hélio (dos Anjos) e tudo mais, isso fica muito claro que ele está se colocando no lugar do atleta. Ele não está dizendo que ele acha isso e tem que ter cuidado com o contexto das coisas. Nós iríamos trazer um uruguaio e dois argentinos. [...] Eu tive que ouvir o empresário deles dizendo que fulano não vinha porque teve a informação que Belém é uma cidade suja, que não tem esgoto...", declarou.
A reportagem tentou contato com o diretor de futebol alviceleste, Felipe Albuquerque, no entanto, o executivo não respondeu às tentativas de contato.
POSICIONAMENTO OFICIAL DO PAYSANDU
O áudio vazado criminalmente é de uma conversa privada entre o diretor de Futebol Felipe Albuquerque e o ex-presidente do Vila Nova-GO, Wilson Balzacchi, com quem conversava sobre o processo de montagem de elenco do Paysandu para 2020. Em tom de desabafo, e até de preocupação, o dirigente bicolor comentou, entre os dias 24 e 26 de dezembro do ano passado, que alguns atletas manifestaram restrições com relação a Belém. O relato reflete única e exclusivamente a preocupação com a situação e em momento algum representa a opinião pessoal do diretor, que viveu boa parte da infância na capital paraense, cidade natural da sua avó materna, onde possui vários familiares e fez grandes amizades. O profissional reitera seu apreço pela cidade de Belém e repudia qualquer tipo de interpretação equivocada no sentido de forçar um entendimento contrário.
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