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Hélio dos Anjos diz que o Paysandu lhe deve quase meio milhão

O técnico explicou que a dívida é referente a valores atrasados, mas não cobrou o dinheiro quando deixou o clube

Andreia Espírito Santo
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A saída do técnico Hélio dos Anjos do comando do Paysandu amanheceu como uma bomba no futebol paraense. Aparentemente tudo estava normal, até que veio a notícia do desligamento do treinador. Durante a noite de terça-feira, Hélio dos Anjos concedeu entrevista para O Liberal e explicou os motivos.

“Toda relação de futebol acaba tendo um desgaste. O meu desgaste maior não foi por resultado. Foi por comportamento. O comportamento de comando tem que ser exemplar. Eu comando um grupo de jogadores com cultura diferente. Eu tenho que ser exemplo. O executivo tem que ser exemplo. Presença, relação humana boa e cobrança. Cobrança vai em cima de disciplina. E quando não tem isso no seus parceiros de comando. A mim incomoda muito. Meu maior desgaste é porque as pessoas falam muito para ser profissional. Mas para isso tem que pagar um preço. E um departamento de futebol do Paysandu não é exemplo de comando”, afirmou.

Hélio acrescentou a multa era pequena caso o Paysandu quisesse demiti-lo e classificou o presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, como frágil, por não mandá-lo embora antes. Ele revelou que o Paysandu ficou devendo aproximadamente R$ 500 mil, referentes a valores atrasados.

“Ele não me mandou embora porque é frágil. Minha multa foi sendo diluída com o tempo. É muito pequena. Mas eu tenho hoje no clube quase R$ 500 mil para receber. Dezembro do ano passado não recebi. Eu tinha valor para receber em abril, não recebi, tinha para receber em 25 de junho, não recebi. No mês de agosto, não recebi direito de imagem. Tenho prêmio para receber do Parazão. Sai do clube e não cobrei isso. E Eu que não sou parceiro do clube?”, comentou o técnico bicolor.

Sem interferência

Questionado se teve alguma tentativa de interferência da diretoria no time, Hélio dos Anjos deixou claro que não teve. Mas foi porque ele nunca permitiu.

“De maneira alguma. Não é o Paysandu. É a minha carreira. Minha vida. O respeito que tenho na minha vida profissional inibe qualquer pessoa de ter interferência no meu trabalho. E é isso que me sustenta o meu trabalho. Eles são muitos pequenos para tentar isso em cima. O Ricardo e o executivo para tentar fazer isso em mim. Mas quando eu falo pequenos, falo como pessoas do futebol”, observou.

Críticas ao executivo

O técnico ex-Paysandu ainda falou do executivo de futebol. Ele disse que o presidente bicolor passa a mão na cabeça de Felipe Albuquerque e citou um problema que tiveram em Porto Alegre, no ano passado.

“Ricardo esquece que quem passa a mão na cabeça por mal comportamento de comando é ele. Desde o momento que tivemos o jogo em Porto Alegre, o executivo fez uma falta grave que deu processo para o clube, passou a mão na cabeça. O executivo andava na noite com jogador do próprio clube. Eu comunicava para o presidente e ele achava normal”, afirmou o treinador.

Falta de cobrança

Segundo Hélio dos Anjos, o presidente bicolor nunca foi na frente dos jogadores cobrar reação.

“Foi o desgaste, falta de confiança no comando, relação de um presidente frágil. Fragilidade é você dar uma entrevista e criticar todo mundo e não ir na frente dos jogadores e cobrar. Ele nunca foi na frente do grupo e cobrou algo. E isso ele nunca fez. Isso é comando frágil. Nunca cobrou jogador em vestiário. Em um ano e quatro meses. Eu faço, eu cobro, eu tomo frente. Eu não preciso de presidente e executivo para cobrar jogador meu. Mas se quiser ele tem toda a liberdade para fazer isso. Quando você saí da forma que está saindo, com a repercussão. Isso mexe com o ego do dirigente. Ele gosta de mandar embora e falar que acertou”, afirmou.

Leia outros trechos da entrevista de Hélio dos Anjos:

Despedida do elenco

“As pessoas que mais devo satisfação são meus jogadores. Foram os primeiros a saber. E o segundo que comuniquei foi o Mauricio (Ettinger, vice-presidente), porque quem eu tenho respeito.”

Nicolas e o problema com o DM

“Impedir de entrar em campo ninguém vai impedir. Eu trabalho com atleta de alto rendimento. E sente dor todo o tempo. Eu tenho muito atrito com o DM por causa disso. Principalmente com DM que não tem experiência. Mas o meu DM é muito voltado para presencial. E é o fisioterapeuta. E aí tem experiência. O Junior Furtado, um dos melhores do Brasil, e o Mario Jr.”

Nota negando o que falou na entrevista

“O Ricardo queria que eu fizesse uma nota negando o que eu falei no sábado. E eu disse que não faria isso. Já começou assim a minha relação com ele após as declarações do sábado.”

Elenco do Paysandu e chegada no novo treinador

“O momento do Paysandu é bom. Porque tem um grupo de jogadores muito bom. Espero que a pessoa que chegar extraia do elenco o que tem de bom. Ricardo falou que o elenco está com ele. E eu digo: faça algo pelos jogadores. Os jogadores estão com o clube. O Paysandu é muito grande para ele (Ricardo). É muito grande.”

Recado para torcida

“Que a torcida nunca deixei de apoiar o Paysandu. O que o Paysandu merece é muito maior que essa ponta de unha que dei. A minha história no Paysandu é pequena perto da história que tem o clube.”

OUTRO LADO 

A reportagem procurou o executivo de futebol do Paysandu, Felipe Albuquerque, para saber qual o posicionamento sobre a o fato dele sair para a noitada com o jogadores. Mas até o momento não teve resposta. E também aguarda o posicionamento do Paysandu sobre o assunto. 

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