Revelação do karatê paraense faz 'vaquinha' para disputar competição internacional

Campeonato Pan-Americano será realizado na Colômbia em agosto

Nilson Cortinhas

24.05.19 16h51

Davi pratica karatê e quer se tornar um profissional (Arquivo pessoal)

Uma crise de asma foi um dos primeiros adversário de Davi Miranda Cidade visando o XX Campeonato Brasileiro de Karatê JKA, realizado em Porto Alegre.

Há poucos dias do início da competição, a doença se manifestou de forma agressiva. O garoto, que é paraense, tem 11 anos, estudante do sexto ano, teve a liberação da médica no início daquela inesquecível semana. Em cima da hora, ele tomou um avião ao lado do pai, e chegou em Porto Alegre há quatro dias do primeiro dia do Brasileirão.

Assista como foi:

Como um bom atleta, porém, Davi se concentrou. Evitou pensar nos imprevistos de última hora. "Ele sempre esteve muito confiante", disse o pai, Josué Cidade. E, embora pratique o esporte há menos de três anos, obteve um resultado expressivo para quem participou pela primeira vez da categoria: a medalha de prata na modalidade katá individual.

Como prêmio ao desempenho, Davi está credenciado para representar o Brasil e o Estado do Pará no Campeonato Pan-Americano que acontecerá no próximo mês de agosto, nos dias 6 a 12 em Bogotá, Colômbia.

O discurso é de um atleta focado. "Meu objetivo é ser um campeão mundial de karatê e seguir minha carreira profissional. E ser bom exemplo para outras pessoas", disse. "Eu acho que eu consigo ganhar medalha lá já que estou numa rotina de duas horas de treino por dia".

"Meu objetivo é ser um campeão mundial de karatê e seguir minha carreira profissional"

O problema é que Davi lida com mais adversários: as despesas da viagem e a falta de incentivo e apoio aos atletas amadores. Segundo estimativas da família, englobando passagens aéreas, além de hospedagem, alimentação, deslocamentos e preparação técnica, aproximadamente R$ 15 mil que, somados a outras competições, inviabilizam o pagamento apenas da família. Por isso, por meio de um site, a família pede apoio para quem possa ajudar - clique aqui. O objetivo é atingir R$12 mil. "A participação em campeonatos, as experiências, as trocas, os resultados, ganhando ou perdendo, colocam o atleta diante de desafios que ele enfrentará no futuro. Tudo isso norteia e ajuda a construir um ser humano mais preparado e pronto para contribuir para uma sociedade mais justa e fraterna", escreveu Josué.

"Tudo isso norteia e ajuda a construir um ser humano mais preparado e pronto para contribuir para uma sociedade mais justa"