Atletas vendem água em semáforos de Bragança para competir no mundial de kickboxing

Títulos, medalhas e sucesso em suas respectivas modalidades. Três ingredientes que todo atleta deseja, mas que nem sempre são suficientes para dar continuidade ao sonho de ser um esportista. Essa é a realidade dos lutadores de kickboxing Gilvan Vasconcelos, Kelson Barbosa – atuais campeões do mundo – e Carlos Silva, que precisam vender água em semáforos de Bragança para competir no campeonato mundial, nos dias 18 a 21 de outubro, em Glasgow, Escócia.

Enquanto se preparam para o torneio, ainda sem a certeza que competirão, os três lutadores estão correndo em busca do objetivo. "Nós já demos entrada na Seel para o nosso projeto e estamos aguardando resposta. Mas enquanto isso estamos correndo por fora também, já que uma viagem para o Reino Unido exigirá uma despesa enorme de nós", conta Gilvan, que venceu os mundiais da Inglaterra em 2017, e Itália em 2018.

Gilvan, Kelson e Carlos – que foi vice no mundial da Itália em 2017 – aguardam também o retorno do prefeito do município de Bragança, para que eles possam competir em um dos grandes eventos internacionais dos esportes de combate.

"Eu sempre defendo o esporte como ferramenta de transformação e isso levo tanto para minhas aulas na rede pública, com meus alunos, quanto no meu dia a dia. Não recebo um real por isso, faço por amor ao esporte e claro com o objetivo de chegar aos maiores eventos do mundo da modalidade, que é o Glory Kickboxing", afirma Kelson, professor de língua inglesa e bicampeão mundial na Itália em 2016 e 2018.