Sem definição do Estadual, clubes tomam medidas drásticas em busca de sobrevivência financeira

O Campeonato Paraense foi paralisado para evitar a propagação da Covid-19

Nilson Cortinhas

O furacão coronavírus impactou a sociedade e, de quebra, o futebol. Ainda não é possível prever o andamento das competições estaduais. As nacionais, por sua vez, tendem a ser adiadas para o mês junho, conforme acredita o presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul. "Vamos manter o elenco pois disputaremos uma Série C", disse em contato com a reportagem.

Já o Campeonato Paraense 2020 não tem o destino definido. Os presidentes dos clubes fizeram um grupo em um aplicativo de mensagem para trocar informações. E a constatação é de que há mais probabilidade do encerramento prematuro do campeonato. A organizadora do campeonato é a Federação Paraense de Futebol (FPF), sendo que o principal apoio é do Governo do Pará.

O cenário de indefinição acarreta a cautela até do presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará, Denis Renault. "Estamos em constante contato com FPF e nesse sentido o que foi repassado ao TJD/PA é que ainda persiste o interesse em finalizar esta fase do campeonato, tendo em vista que o campeonato paraense não segue a fórmula dos pontos corridos como a maioria dos outros campeonatos", disse Denis. "Como disse, o TJDPA está em constante contato com a FPF, acompanhando todas as notícias relacionadas ao assunto e no momento diante da atual crise pandêmica de Covid-19, o melhor que se tem a fazer é aguardar em segurança para posteriormente se tomar qualquer decisão relacionada ao campeonato paraense e seja ela qual for. Creio que o TJDPA deverá ser consultado".

 

FÉRIAS?

Os principais clubes do Pará, Paysandu e Clube do Remo, não dispensaram jogadores e mantém os elencos intactos. Apenas o Remo tentou denominar esse período como férias antecipadas. O problema foi encontrar amparo legal. A reportagem teve acesso a uma suposta declaração de um jogador.

"Eles simplesmente falaram que vão liberar todos os atletas para poder viajar para suas casas e famílias, mas não definiram nada se é férias ou não. E também não falaram sobre o pagamento do mês de março e nem se vai ser férias remuneradas", disse o atleta, que elogiou a diretoria do clube azulina, nas mensagens seguintes.

Segundo o advogado do Sindicato dos Jogadores do Pará, Fabio Furtado Santos, "não existe qualquer possibilidade de entrar em férias integrais, e não existe qualquer possibilidade de entrar em férias e só receber depois do término das mesmas. Isso não tem amparo nem na medida provisória 927 de 23/03/2020", ressaltou.

O Conselho Nacional dos Clubes sugeriu que os atletas fossem colocados de férias por 20 dias, até 20/04. E só recebessem esses 20 dias no quinto dia útil do mês de maio.

FINALIZAÇÃO DE CONTRATOS

Os clubes de menor porte e, portanto, com menor poder aquisitivo, optaram pelo encerramento de vários contratos. Foi o caso da equipe do Itupiranga. "Nós já dispensamos os jogadores. Os clubes menores não têm condições financeiras até mesmo de pagar", disse o gestor do clube, Izaías Pereira.

Os representantes alegam dificuldade financeira já que sobrevivem de cotas de patrocínio e renda dos jogos. Uma alternativa foi o adiantamento do contrato de patrocínio com o Governo do Pará. O valor da cota da Funtelpa foi repassada à Federação Paraense de Fuetbol, que distribuiu entre os clubes. O valor dessa parcela foi de cerca R$37mil, segundo apurou a reportagem. Obviamente que os valores de Paysandu e Remo são maiores, contabilizando R$745.113,60 cada.

Da verba que foi adiantada, consolidada no último dia 23, ainda teve retenção dos valores das logística dos jogos - que é o custeio de material esportivo (bolas), transporte da arbitragem e transporte e hospedagem dos atletas para os jogos.

Das demais cotas, esse valor pode não ser retido caso o campeonato não prossiga. Outra alternativa para a sobrevivência dos clubes é a divisão igualitária do valor, intitulado de meritocracia, para os primeiros colocados. A sugestão é defendida pelo presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul. Na meritocracia os clubes vão dividir um total de R$ 532 mil. A ideia é que esse valor seja reateado pelos 10 participantes.

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