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Mangueirão: especialistas recomendam modernização do modelo de gestão do estádio

Praça esportiva será reformada

Nilson Cortinhas

No final deste ano, o Governo do Pará iniciará uma obra considerável de readequação do estádio Mangueirão, o principal do Pará. Dado os episódios recentes, traduzidos como queda de parte do reboco do teto, não há dúvidas da necessidade da reforma.

Há, porém, outras questões que carecem de uma discussão mais ampla. O investimento público na ordem de R$ 160 milhões, conforme matéria oficial divulgada na Agência Pará, explicita debates a respeito do modelo de gestão do estádio. O volume de recursos públicos, bem como o modelo de gestão, podem ser reavaliados. É o que apontam especialistas da área.

Mas, em nota enviada à redação e segundo apuração da reportagem, o Governo do Pará não pretende terceirizar a administração do estádio Mangueirão, entregando-a à administração da iniciativa privada.

Este assunto é recorrente nos estádios brasileiros que sediaram a Copa do Mundo de 2014. Um levantamento recente aponta que, dos oito estádios sedes, cinco são gerenciados por um modelo que envolve a iniciativa privada, os clubes e/ou entes federativos - é o caso dos estádios Mineirão, Fonte Nova, Beira-Rio, Arena das Dunas e Maracanã.

Outros três são administrados pelos governos estaduais - casos de Mané Garrincha, Arena Pernambuco e Arena da Amazônia, sendo que os últimos dois procuram parceiros comerciais para otimizar e gerar receitas.

Por sua vez, o Mangueirão não foi incluído na Copa-14, portanto, mantendo a sua estrutura e a administração com modelos dos anos 2000, data da sua última grande reforma.

Especialistas

Pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Christian Costa ressaltou que o investimento anunciado é significativo, sobretudo, no atual cenário econômico. "E tende a crescer até a inauguração como, de um modo geral, acontece com as obras públicas". Dessa forma, ainda segundo ele, é essencial saber como será feita a gestão da instalação esportiva. "Existem boa perspectivas em termos de sustentabilidade financeira, ou seja, a própria capacidade de gerar recursos de manutenção, evitando a transformação em autêntico “elefante branco”, a exemplo do que, de certa forma, acontece com o “Mangueirinho”.

O professor considera essencial a profissionalização do modelo de gestão "Trazendo credibilidade para antigos gargalos do “Velho Mangueirão”, como a evasão de receita de bilheteria, ineficácia do sistema de controle do acesso, a falta de transparência com os recursos arrecadados. "Não há, necessariamente, de ser o modelo consagrado de uma gestão privada, a exemplo da maioria das Arenas pelo Brasil e no mundo, mas considerando que a instalação esportiva paraense é pública, bem como todo o investimento financeiro proposto, pelo menos que seja o modelo de uma OS – Organização Social, associação privada sem fins lucrativos".

Opinião

O gestor esportivo, Fernando Castro, pondera que não é recomendável manter a administração do estádio 100% pública.

Segundo ele, quando o modelo de gestão está atrelado à iniciativa privada há possibilidades diversas de receita por meio de um forma de administração otimizada. "Deixar 100% na iniciativa pública não traz avanço até pela instabilidade do tempo de gestão. Com um contrato de médio e longo prazo, a empresa tem toda a necessidade de transformar o negócio rentável, onde vai maximizar receitas e vai potencializar em todos os aspectos, desde o estacionamento, vias de acesso, conforto e segurança", avaliou.

Castro chamou a atenção para a mudança do perfil do consumidor de praças esportivas. "Antes, era torcedor, depois se transformou em cliente e hoje é fã. A ideia é que esse fã se sinta confortável, seguro para fazer os seus gastos, seja um jogo de futebol, seja um show. Precisaríamos colocar o Mangueirão na rota dos eventos artísticos, sendo que o Pará está fora", indicou, sugerindo que no projeto de reforma se agregue espaços de convenção e restaurantes. "Deveriam ser discutidos na fase inicial. Caso contrário, a reforma vai atender somente o futebol e não tornará o Mangueirão tão funcional, já que ele poderia ter uma série de produtos da Amazônia. Tudo para que o cliente tenha um experiência. Vale mais do que assistir propriamente o jogo de futebol", finalizou.

Obras do Mangueirão

A estimativa é de duração de 18 meses de obras, sendo que a capacidade do estádio será ampliada para 55 mil espectadores. Até então, a praça esportiva comportava 35 mil pessoas - na melhor das hipóteses.
Segundo informações divulgadas pelo Governo do Pará, a previsão é licitar e iniciar as serviços ainda este ano.

Detalhamento

A pista de atletismo será mantida e modernizada, segundo a executiva estadual. O projeto prevê a ampliação da área de cobertura dos assentos, instalação de assentos com encosto na arquibancada, substituição das cadeiras na área cativa, moderno sistema de iluminação do campo e nas áreas comuns do estádio, além de ampliação na oferta de banheiros, duplicação e ampliação do estacionamento externo.

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