Gols e muita proteção! Retorno do futebol paraense dividiu opiniões entre torcedores

Moradores do entorno de estádios e comerciantes analisaram a volta do futebol sem público em Belém

Carlos Fellip, Andreia Espírito Santo
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O mês de agosto chegou com o retorno do campeonato paraense após exatos 153 dias de paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus. Em cinco rodadas, foram 20 gols marcados, em uma média de quatro tentos por jogo. Apesar das emoções dentro de campo, o sentimento entre os moradores e comerciantes do entorno de estádios de Belém viveram um final de semana de opiniões divergentes sobre benefícios e prejuízos da forma com que o futebol foi retomado. 

MANGUEIRÃO

Uma das medidas restritivas para evitar a incidência de covid-19 entre os envolvidos em uma partida de futebol profissional, todos os duelos foram realizados em Belém. Na rodada do final de semana, o estádios utilizados foram: Mangueirão, Curuzu, Baenão e Souza. O destaque ficou com o Olímpico do Pará, que recebeu duas partidas (Paragominas 0 x 4 Paysandu, às 19h do sábado; e Bragantino 2 x 0 Independente, às 9h30 do domingo).

No maior palco do futebol estadual, aliás, a família de Danúbia Brito e Jaime Barbosa, pais de três crianças, admitiu a saudade de ver a bola rolando, mas exaltou a calmaria vivida a cerca de 100 metros da entrada do Mangueirão.

image Jaime Barbosa e Danúbia Brito moram no entorno do Mangueirão (Carlos Fellip / O Liberal)

Danúbia mora na área há 25 anos e revelou: "Nunca vivi essa calmaria. Fica sempre muito movimentado. A gente tem que estacionar por fora, porque fica tudo lotado de carro aqui. Eu não sabia que estava tendo jogo aí. Meu marido ainda perguntou se teria jogo no Mangueirão e eu achei estranho. É o mundo que está cada vez mais mudado."

Jaime deixou o coração azulino e desportista falar mais alto. "Primeira vez que a gente vê isso. Hoje é um dia esquisito, muito calmo e diferente. Dá saudade! Daqui dá pra escutar a gritaria do povo lá no Mangueirão. Do jeito que está, nem parece ser um dia de jogo."

Mais próximo ainda do estádio, Marcos de Araújo, que reside no bairro há 13 anos e ganha a vida vendendo churrasco há cinco, foi categórico ao detonar a ausência de público nas partidas. "É péssimo. Faturamento em dia de jogo é lá em cima. Dobra em relação aos dias normais. Hoje, sem público, está cruel. A gente tem que contar com os consumidores da área mesmo para ver se consegue alguma coisa", disse e sugeriu: "Era para flexibilizar a entrada dos torcedores. Como é que as praias e os balneários estão liberados? Era para liberar o público nos estádios com um sentando num ponto e outro a 1,5m de distância dele. Daria uns cinco mil torcedores e colocava alguma renda pra quem depende dos jogos."

image Marcos de Araújo sustenta a família com a venda de churrasco próximo ao Mangueirão (Carlos Fellip / O Liberal)

Por outro lado, teve torcedor que resolveu fazer a própria arquibancada, como Eduardo Siqueira, que colocou a televisão na rua para reunir os amigos. "Nossa torcida não tem violência. A gente só se junta para a resenha, para tomar cervejinha e para assar uma carne. Eu vi o pessoal no Corinthians fazendo [esta reunião] em São Paulo e tive a ideia de fazer aqui. A galera apoiou e viemos para curtir o nosso Paysandu com responsabilidade", contou.

BAENÃO 

BAENÃO

Para que a torcida estivesse presente de alguma forma no Baenão, a diretoria do Remo colocou os totens com foto de torcedores. Além disso, também tinha áudio com os cânticos das torcidas azulinas. Além disso, algumas pessoas privilegiadas conseguiram assistir ao jogo de um "camarote" improvisado em cima de uma laje de casa que fica colada ao Baenão. 

Do lado de fora, também tinham torcedores que assistiram ao jogo pela televisão na avenida Romulo Maiorana fazendo churrasco e bebendo. Depois, eles ficaram comemorando a vitória do Remo com música. Foi o retorno do futebol de uma forma diferente para a torcida.  

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