Excesso de chuvas ameaça a rodada do Parazão; saiba a situação dos estádios da 8º rodada

As chuvas castigam Belém e a região metropolitana a ponto do prefeito decretar estado de emergência. Este cenário impacta, inevitavelmente, o futebol paraense. A oitava rodada do campeonato estadual está agendada para sábado (14) e domingo (15). Os primeiros jogos são Remo x Independente, no estádio Baenão, em Belém, cujo índice pluviométrico tem gerado problemas diversos. Além disso, a tabela marca Águia e Paragominas, no estádio Zinho Oliveira, em Marabá, sem relatos de excesso de chuvas. 

Domingo, mais três jogos: Paysandu x Castanhal, no estádio da Curuzu, em Belém; Carajás x Bragantino, no estádio Mamazão, em Outeiro - distrito da capital que também convive com o excesso de chuva. Por fim, Tapajós x Itupiranga jogam em Santarém, onde a chuva tem sido bem menor.

Aliás, Curuzu e Baenão não estão em um local com risco de alagamento, embora tenha pontos críticos ao redor, de acordo com um Mapa de Alagamento, cuja fonte é CPRM (2015). Veja abaixo como estão os estádios.

Mapa de Alagamento. Fonte: CPRM (2015) (Mapa de Alagamento - Fonte: CPRM (2015) — Foto: Thales Miranda. Arquiteto e Urbanista

Baenão 

De acordo com o diretor do estádio Evandro Almeida, André Malcher, o palco de Remo e Independente está em condições. "O inverno amazônico é complicado  Estamos evitando o máximo de usar o gramado do Baenão. Apenas para jogos e, no máximo, dois treinos por semana", relatou Malcher.

"Recentemente fizemos uma limpeza na tubulação da drenagem. Está em perfeitas condições", garantiu. A partida inicia às 15h30 até em função do Baenão ainda não dispor de um sistema de iluminação. O problema é que, segundo a meteorologia, a tendência é de tempo nublado, com pancadas de chuva, sábado à tarde em Belém.   

Baenão sedia próximo jogo do Remo (Carlos Fellip / O Liberal)

Marabá 

Não há relatos de chuvas fortes. Inclusive, a meteorologia aponta que a sensação térmica na cidade, que sediará Águia e Itupiranga, será de 42ºC. 

Curuzu 

A reportagem conversou com gerente do estádio, Waldecir Alves Junior. Segundo ele, a praça esportiva do Paysandu está preparada para lidar com as chuvas. A tabela marca a partida entre Papão e Castanhal domingo, às 10h. O detalhe é que, segundo órgãos públicos, a previsão é de sol com nuvens durante a manhã de domingo.        

Waldecir comentou o assunto e foi sincero: "Com o excesso de chuvas que estamos tendo na capital, pelo que vem acontecendo, acredito que o nosso estádio está até se comportando bem. É claro que encharca. No último final de semana, sábado e domingo, o nosso gramado ficou encharcado", relatou. "Toda vez que a chuva dá uma trégua, passa 15 minutos e já temos um gramado melhor. Não fica totalmente seco. Mas suporta sim. Até agora, teria jogo normalmente. Se fosse agora, daria tranquilo", disse, nesta quinta-feira (12). 

O gerente da Curuzu preferiu não explicitar se confia na viabilidade da partida e cutucou os organizadores do Campeonato Paraense de 2019 ao lembrar um caso emblemático. "Para o futuro, não tenho como dizer. Agora... ano passado, Paysandu e Independente, no Navegantão, dava para jogar polo aquático e o árbitro deu o jogo", enfatizou. "Quando falamos de Paysandu, tudo tem que ser primeira qualidade. Até agora, a Curuzu está suportando. A drenagem está sendo boa e está dentro do esperado. Fizemos um trabalho em dezembro (2019) e estamos dando continuidade", assegurou.   

Funcionários do Paysandu tratam gramado da Curuzu (Carlos Fellip / O Liberal)

Outeiro 

O estádio em que o Carajás manda os seus jogos é o Mamazão, em Outeiro. O preparador físico da equipe, Wellington Vero, admitiu que as condições são desfavoráveis. "(O gramado) está ruim. Não há gramado que suporte (as chuvas). Está pesado demais". O Carajás, que é o lanterna do campeonato, luta contra o rebaixamento diante do Bragantino, domingo, às 10h.    

Santarém 

A Pérola do Tapajós, precisamente, o estádio Colosso do Tapajós, sediará um encontro entre times desesperados: Tapajós e Itupiranga. Ambos estão fora da zona de rebaixamento, no momento, contudo, os dois times têm a mesma pontuação do Bragantino - nono colocado. Com relação ao tempo, não há o que se preocupar, segundo o treinador do Tapajós, Matheus Lima. "Aqui está muito tranquilo. Gramado perfeito. Está chovendo, mas não com intensidade", disse, direto de Santarém. 

Os jogos  

O preparador físico Wellington Vero explicou que jogar sob chuva ocasiona um desconforto aos jogadores. "O esforço é sobrenatural. O campo pesado altera o funcionamento orgânico do atleta, além do desgaste ser maior. Consequentemente, a perda de peso aumenta (mais do que o normal). Alguns atletas perdem mais peso, outros perdem menos"

Vero é ex-preparador físico de Paysandu e Remo, portanto, tem uma experiência considerável em lidar com os imprevistos do campeonato. "É preciso ter equilíbrio nos jogos e treinamentos para que não possa machucar os jogadores. A questão do desgaste físico é redobrado, até porque diminui a questão do treinamento. Só treinamos em um período", disse o atual funcionário do Carajás.   

FPF 

A Federação Paraense de Futebol (FPF), por meio do diretor de competições Sílvio Saraiva, descartou a possibilidade de suspender os jogos, mesmo se as chuvas prosseguirem num ritmo acima do esperado. "As chuvas são inerentes nessa época e as equipes estão cientes disso. Agora, a FPF não suspende jogo, a não ser que seja de extrema necessidade", explicou. "Quem pede adiamento, mudança de horário e até de campo de jogo são os clubes. Precisam fazer isso com 10 dias de antecedência". 

No entanto, é possível que a equipe de arbitragem opte por adiar ou suspender o jogo em caso de impossibilidade ou na hipótese do gramado colocar em risco à integridade física dos atletas.