Ex-Paysandu, presidente explica ascensão do Carajás nas categorias de base

As categorias de base do futebol paraense vêm ganhando destaque com uma cor diferente nos últimos anos. Os azuis marinho e celeste, além do verde e branco estão perdendo espaço para o laranja do Carajás, da Ilha de Outeiro.

Nos últimos dois anos, o Carajás - comandado pelo ex-presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro - conquistou dois títulos do Parazão Sub-17, ficou com o vice-campeonato no Sub-20, jogou a Copa São Paulo de 2018 e já tem vaga garantida para a maior competição de futebol de base em 2020. Atualmente joga a Copa do Brasil Sub-17 e eliminou o Atlético-MG em Belo Horizonte (MG), na primeira fase da competição.

Em entrevista ao repórter Argripino Furtado, da Rádio Liberal AM, Luiz Omar comentou da fase que o Carajás vive e projetou a subida da equipe para elite do futebol paraense.

“O Carajás é um projeto que visa formar jogadores e posteriormente alavancar o time profissional. Para chegar ao Campeonato Paraense calçados, estruturados e brigar por títulos. Estamos jogando a Segundinha há três anos, mas ainda não conseguimos o objetivo de subir, pois mas não investimos para isso. Mas em 2019 será o ano da subida do Carajás, já que a primeira etapa está concluída, que é a formação de atletas na base”, comentou.

FORMAÇÃO DE JOGADORES

LOP disse que os resultados do Carajás são frutos de um trabalho iniciado há três anos. “Eu só não formo jogador se não tiver campo e bola. E isso não falta ao Carajás. Temos um complexo esportivo, estádio, dois campos de treinamento e estrutura com uma equipe de treinadores, preparadores físicos, roupeiros, cozinheiras. Então tudo isso [o que foi conquistado] não foi uma ‘fada madrinha’ que veio no Outeiro e fez. É fruto de um trabalho e investimento”, frisou.

JOGADORES DO INTERIOR

Grande parte dos jogadores que defendem o Pica-Pau na base vem do Sul do Pará, onde talentos, segundo LOP, são ignorados pela dupla Re-Pa. “O Sul do Pará sempre foi um celeiro de atletas, tanto que vários jogadores saem, jogam competições nacionais e esses atletas nunca passaram por Remo e Paysandu. Eles saem direto para Goiás. Temos oito jogadores no nosso Sub-17 que nasceram naquela região”, comentou.

FORMAÇÃO DE ATLETAS DE BELÉM E REGIÃO METROPOLITANA

A "importação" de garotos de outras cidades para jogar no time de Outeiro, no entanto, não é algo proposital. Um dos fatores que estaria dificultando a utilização de jovens belenenses é  a nova cultura de futebol que estaria sendo disseminada. 

“Estamos com um grande problema que é formar jogadores na capital. Eles querem jogar pelada em arena, aí eles focam lá, pois dão dinheiro para eles e não querem atuar nas categorias de base de clubes. Então os jogadores que vem do interior dormem bem, com apartamento com quatro atletas, fazem as refeições e temos condições de trazê-los e dar comodidade”, falou.

ASSÉDIO DE EMPRESÁRIOS

O time de Outeiro vem recebendo ligações de empresários para agenciar atletas. Este, aliás, é o motivo para que a maior parte dos atletas da base do clube passasse a ter um contrato profissional. Se por um lado, ajuda a evitar os assédios aos jogadores; por outro, torna a relação entre o garoto e o cube cheia de taxas e dividendos.

“Passamos por um processo de assédio total. Então os atletas que se destacam aqui, eu profissionalizo, mas isso tem um custo alto, pois é necessário pagar salários e dar estrutura. Hoje recebo telefonemas de todo mundo, procurando parceria", disse.

COPA DO BRASIL

O Carajás está nas oitavas de final da Copa do Brasil Sub-17. O próximo adversário será o Tubarão-SC, nos dias 14 e 22 de agosto, sendo a primeira partida em Santa Catarina (SC) e a volta no Mangueirão.