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Fred faz revelações sobre 7 a 1, depressão, Cruzeiro e saída do Flu

Camisa 9 abriu o jogo e falou sobre a carreira e as dificuldades que passou no futebol

Valinor Conteúdo
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O atacante Fred, hoje no Cruzeiro, é uma das figuras mais relevantes no cenário do futebol brasileiro, mesmo com 35 anos de idade e mais perto da aposentadoria. O camisa 9 da Raposa ainda desperta temor nos zagueiros rivais e tem muitas histórias para contar, incluindo a passagem na Europa, no Fluminense e na Seleção Brasileira.

Em entrevista ao comentarista ao programa "Esporte Espetacular", da "Rede Globo", Fred fez revelações inéditas, como os bastidores do 7 a 1 sofrido para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014 e até um período em que ingeria bebida alcoólica quase todos os dias.

A primeira grande fala do atacante foi sobre seu retorno ao Brasil, em 2009, para jogar no Tricolor carioca. Fred voltou para ficar perto da filha, mas acabou entrando em uma fase de vida desregrada para um jogador de futebol.

- Em 2009, quando voltei ao Brasil, eu achei que ficaria perto da minha filha e resolveria o meu problema. Isso foi um engano. Acabou não resolvendo nada. Eu fiquei seis meses no Brasil da mesma forma, até pior. Rio de Janeiro a gente conhece, mulherada, noitada, bebida, e quando eu vi que o time estava praticamente rebaixado e eu estava sendo uma decepção para aquela galera inteira. Ali eu acordei pra vida- disse.

Sobre o desempenho na Copa do Mundo de 2014, quando fora chamado de "cone" pela pouca mobilidade em campo e falta de gols, Fred disse que pensou em deixar o futebol, mas crê que ainda tem bola para muito tempo.

- Eu já pensei em parar em algumas fases da minha vida. Quando eu era mais novo eu pensava em parar com 32 no máximo, depois teve a Copa do Mundo, pensei em parar também. Mas tudo passageiro assim. Só que de um tempo para cá eu estou me cuidando. Eu estou me sentindo bem, forte. Eu tenho mais esse ano no Cruzeiro e mais o ano que vem. Depois eu quero ir ano a ano até eu me sentir bem. A bola está entrando, fisicamente eu estou bem, e eu jogando num time encaixado, eu sei que vou fazer gol.

Outro assunto abordado pelo atacante foi a controversa multa rescisória de R$ 10 milhões que teria de pagar para deixar o Galo e acertar com o Cruzeiro. Porém, antes de assinar com a Raposa, o quase destino do jogador seria o Flamengo.

- Assim, antes da minha saída, meu empresário me ligou e comunicou "o presidente já disse que tem atacante contratado e que tem uma negociação já avançada com o Flamengo". Aí meu empresário disse "o Fred pode até sair se você quiser que ele saia, mas ele vai para onde ele quiser". Eu estava de férias nessa época e meu empresário me ligou e falou "olha, pintou o Cruzeiro agora de última hora". Quando o meu empresário Francis foi conversar com o presidente do Atlético, ele queria colocar multa para não fechar com o Cruzeiro. Aí colocou essa multa de R$ 10 milhões. Tá dando esse problema da multa e eu não tenho responsabilidade de nada. Estou bem cercado juridicamente quanto a isso. E o Cruzeiro topou a ideia – disse o camisa 9.

Problema com a bebida e separação

Jogando no Lyon-FRA, quando foi vendido pelo Cruzeiro ao time de Juninho Pernambucano, Fred contou que passou por duros momentos ao se separar da esposa e por consequência, da filha pequena. O resultado dessa mistura emocional foi se entregar a noitadas e bebidas e o desejo de voltar ao Brasil.

- Quando eu me separei foi pesado. Minha filha que tinha um ano e pouco de idade veio para o Brasil e aquilo acabou com minha cabeça. Então, ali, eu abri mão de ficar na Europa.

– Eu saía para o treino, do treino eu saía pra beber. Bebia vinho. Para mim era uma parada social, mas não era. Eu estava bebendo todos os dias. Não estava tendo prazer em jogar futebol. Às vezes faltava ao treino. Fiquei dois, três dias. Já peguei avião, vim ao Brasil e fiquei dez dias sem comunicar ao clube por que eu queria estar ao lado da minha filha.

Copa das Confederações e Copa do Mundo. O que deu errado?

Ao ser questionado sobre o sucesso em 2013 com uma grande vitória na Copa das Confederações, sobre a Espanha, por 3 a 0, e a confiança criada para 2014, que não se confirmou com a Seleção tendo um desempenho fraco no Mundial do Brasil, incluindo o fatídico 7 a 1 para a Alemanha, Fred foi enfático.

- O mesmo problema que tivemos na Copa das Confederações, tivemos na Copa do Mundo. Só que a gente sabe a importância que os grandes dão para Copa das Confederações. Nós pegamos Itália, Uruguai que foi encardido, nós ganhamos e a Espanha que estava em decadência. Então foi meio maquiada aquela vitória - explicou, para em seguida falar do 7 a 1:

- Eu lembro que estava 2 a 0 e, preocupado, falei, calma gente. Vamos fechar um pouco a casinha. E a gente só falava em vamos virar, vamos virar. Eu acho que nós dentro de campo tínhamos que ter tido mais maturidade de enxergar que estava tudo errado, a gente estava tomando amasso, recuar um pouco, equilibrar porque até no segundo tempo a gente poderia virar. E não: a gente tomou 1 a 0, vamos virar, 2 a 0, vamos virar! E a gente acabou o primeiro tempo tomando cinco a zero.

"Cone" da Copa. Momento mais complicado da carreira

- Tenho certeza que foi o momento mais difícil da minha carreira. Eu notei que as coisas estavam erradas quando eu sofri o pênalti com a Croácia e eu lembro quando o assessor da seleção me chamou pra eu me retratar falando que foi pênalti, que a imprensa estava pegando no meu pé. Eu falei, gente: eu vou ter que falar de um lance que já passou e que já foi pênalti, ali eu já senti uma atmosfera meio maluca. Eu nunca me senti fora de série, sempre me senti eficiente, sou um cara eficiente. Mas não sou um gênio, não sou um Ronaldo, não sou um Romário. E eu acho que nem só por culpa do povo, nosso povo está acostumado com esses grandes atacantes, mas não tinha mais. Sobrou para mim devida a péssima campanha. Caiu na minha conta por eu ser o único jogador a atuar no país, eu estava aqui exposto pra imprensa, para o torcedor, mas eu considero que foi exagerada.

Saída traumática do Tricolor Carioca

- Minha saída não teve algo específico, teve um processo de fritura. Do presidente que estava lá na época. Até que eu tive uma discussão com o Levir Culpi, que é natural de vestiário. Aí comecei a entender o contexto. Aí eu falei: minha briga não é com o Levir, não é como Fluminense, é com o presidente e com a diretoria. Não vou ficar aqui me desgastando tanto. Não quer, eu vou embora.

Sobre o momento do Cruzeiro, Fred demonstrou confiança na equipe tanto no Brasileiro, quanto na Libertadores.

- A gente vai brigar lá em cima. Já conseguimos passar em segundo no geral da Libertadores, porque perdeu para o Emelec, então acho que a gente está forte. Mata-mata não dá pra falar o que vai acontecer, mas o que nos conforta e enche de confiança é que nós temos um treinador cascudo, que sabe disputar esse tipo de torneio.

Fred é o artilheiro do Cruzeiro em 2019 com 16 gols em 23 jogos e continua sendo a referência da equipe para os desafios da temporada, Copa do Brasil, Libertadores e Brasileiro.

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