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Entenda como Clássico paraense movimenta a economia local

Talvez você já tenha lido o quanto um Re-Pa movimenta a cidade de Belém. A torcida, os clubes que se sustetam com a economia formal do clássico. 
Mas, já parou para pensar o quanto contribui com a renda de pequenos comerciantes, todos enquadrados na economia informal? 
Luis Paulo trabalhou formalmente até 1999. Quando se viu sem o emprego, optou pelo mercado informal, trabalhando às proximidades do estádio Mangueirão. Luis já vendeu picolé. Hoje, comercializa salgadinho, suco, água e cerveja, sendo este último item o 'motor' principal das suas vendas. Em dia normais, o comerciante estima que o faturamento é de R$50. Em clássicos Re-Pa ou jogos maiores, a renda aumenta em 500%, chegando a R$300. "Chego às 6h para arranjar o melhor lugar. Só saio pela madrugada. Teve um clássico que sai daqui às 2h. É ruim imaginar que não ia ter jogo, mas ainda bem que teremos", disse. A renda familiar sustenta ele e a mulher. 
Na casa de Valmir Soares, seis pessoas dependem da informalidade, oriunda da venda de cerveja, água e refrigerante. "E o melhor dia do ano para faturamento é o clássico, sem dúvida. Sou Paysandu, mas também lamentei a saída do Remo na Copa do Brasil, já que teria um jogo contra o Vasco". As contas dele apontam que o faturamento chega R$500 e 600 em dia Re-Pa. Ele foi pedreiro até os 60 anos, depois se tornou ambulante, também trabalhando próximo ao principal estádio do Pará - que teve a sua segurança questionada pelo fato de um incidente envolvendo queda do reboco do teto. Mas, os órgãos públicos garantem a segurança estrutural do estádio. E os ambulantes torcem para que a carga de 35 mil pessoas seja esgotada.  
Segundo o que a reportagem apurou, há uma Associação dos Ambulantes do Mangueirão. Para trabalhar fora do estádio, paga-se R$20 anualmente. Caso queiram vender dentro do Mangueirão, os ambulantes precisam pagar o ingresso, em R$40, e uma pulseira de R$20. Dentro do estádio, vende-se os produtos do comércio interno e não dos próprios ambulantes, o que diminui a margem de faturamento. 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) cerca de 92% dos 208 mil autônomos de Belém, trabalham no mercado informal como ambulantes, camelôs e vendedores de lanches. Ainda conforme o IBGE, algumas dessas pessoas trabalham ao redor dos estádios nos dias de jogos principalmente nos setores de alimentação (lanches em geral), vestuário (camisas, bonés, shorts de times) e artigos de uso pessoal (bandeiras, faixas, bonecos etc..). "A renda adquirida pelos trabalhadores informais ligados aos espetáculos de futebol ajuda na dinâmica econômica no setor de comércio e serviços paraense e na composição da renda familiar, segundo os dados do IBGE da Pesquisa Mensal de Comércio, como também da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua", aponta o técnico do IBGE, Victor Reis. "O setor de Comércio e o emprego informal têm crescimento positivo depois da crise de 2014 e 2015, principalmente, nos itens básicos de consumo como a alimentação e o de vestuário", explica Reis.
Trata-se da força financeira do Re-Pa em um dinheiro, digamos, não contabilizados. 

BORDERÔS
A renda formal do clássico é exposta nos borderôs. A análise dos quatro clássicos Re-Pa da temporada 2018 aponta faturamento superior a R$3 milhões, embora também podemos notar que, do primeiro ao terceiro clássico, há uma constante queda do público pagante e, consequentemente, da arrecadação. Mas, o cenário mudou na segunda e decisiva partida do Parazão, já que nela o público pagante foi o maior dos quatro clássicos, o que impactou nos números. Veja:

Confira os borderôs dos Re-Pa de 2018 (todos no Mangueirão)

28 de janeiro de 2018: Paysandu 1x2 Remo
Público pagante: 31,123
Arrecadação: R$ 1,057,570,00
Com os alugueis e seguros, taxas e impostos, além das despesas operacionais, a renda líquida foi de: R$ 724,662,98
Cada clube recebeu os seguintes valores:
Remo: R$ 381,956,54
Paysandu: R$ 342,706,44

11 de março de 2018: Remo 1x0 Paysandu
Público pagante: 20.282
Arrecadação: R$ 628,970,00
Com os alugueis e seguros, taxas e impostos, além das despesas operacionais, a renda líquida foi de: R$ 376.154.59
Cada clube recebeu os seguintes valores:
Remo: R$ 140,893,75
Paysandu: R$ 235,260,84

1° de abril de 2018: Paysandu 1x2 Remo
Público pagante: 16,019
Arrecadação: R$ 448,375,00
Com os alugueis e seguros, taxas e impostos, além das despesas operacionais, a renda líquida foi de: R$ 244,859,72
Cada clube recebeu os seguintes valores:
Paysandu: R$ 107,743,50
Remo: R$ 137,116,22

8 de abril de 2018: Remo 1x0 Paysandu
Público pagante: 31,769
Arrecadação: R$ 1,092,010,00
Com os alugueis e seguros, taxas e impostos, além das despesas operacionais, a renda líquida foi de: R$ 744,644,96
Cada clube recebeu os seguintes valores:
Remo: R$ 369,372,96
Paysandu: R$ 375,272,00

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