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Após tragédia no CT do Fla, FPF pede reunião com clubes paraenses sobre categorias de base

A tragédia ocorrida no Centro de Treinamento do Flamengo, no último dia 8 de fevereiro deixou os amantes do futebol preocupados e ascendeu o sinal de alerta nos clubes do Estado do Pará, que trabalham com as categorias de base e alojam atletas que vem de outras cidades. Jogadores relataram precariedade nos alojamentos, inclusive com problemas nos ar condicionados dos dormitórios.

A reportagem de O Liberal conversou com alguns atletas que tiveram passagens pelo Remo, Paysandu, Tuna Luso e Desportiva de Marituba, que recebem boa parte das demandas de garotos que sonham em se tornar jogadores de futebol.  Das quatro instituições, apenas uma realmente possui alojamento, que é a Desportiva, já que o clube têm centro de treinamento.

Os jogadores procurados pela reportagem de OLiberal não terão seus nomes divulgados. Na Desportiva, um ex-atleta do clube relatou que o local onde os atletas dormem possui problemas com as camas e o calor que é grande. “Tinha dificuldades no alojamento. A cama em que os atletas dormiam, o local não tinha ar condicionado e era um ventilador pequeno para vários garotos”, disse.

O diretor da Desportiva, Elmar Saúde, rebateu e disse que cumpre todas as normas e que as instalações encontradas no time de Marituba nenhum outro clube do Estado possui.

“Temos camas individuais, não temos ar condicionado, mas os ventiladores que estão no alojamento suprem as necessidades. Temos televisão, água, alimentação em todos os períodos do dia, vestiário para mais de 22 atletas. Os bombeiros realizaram fiscalização no inicio do mês, pouco antes da tragédia no CT do Flamengo e estamos tudo ok”, disse.

Referência no quesito categorias da base está a Tuna Luso Brasileira. A Águia Guerreira por muitos anos foi celeiro de craques e abastecia com bons jogadores a dupla Re-Pa. Um atleta que atuou pela Lusa relatou que o alojamento que fica abaixo das arquibancadas do estádio Francisco Vasques é bom, porém tinham dificuldades com ar condicionados e banheiro.

“O alojamento era bom, mas tínhamos muitos problemas com o ar condicionado que fumaçava. Quando trocavam era por outro aparelho mais velho e que sempre dava problemas. No alojamento não tinha banheiro. Os atletas tinham que sair do alojamento para usar o banheiro fora, sem contar na alimentação, já que era apenas almoço e janta”, contou o atleta.

Em nota, a Tuna disse que não iria se manifestar sobre o assunto e disse que o alojamento é usado somente na Segundinha.

O Paysandu também mantinha um alojamento para jogadores que eram do interior do Estado. A “casa do atleta” ficava no bairro do Curió-Utinga, em Belém e abrigava 12 atletas.  Segundo um ex-funcionário do clube relatou que as condições eram boas.

O diretor da base Alexandre Cavalcante explicou que após a queda para a Série C o Paysandu fechou a casa do atleta e que vai utilizar jogadores que possam se manter em Belém.

“A situação financeira do clube nos obrigou a fechar o alojamento. Mantínhamos um alojamento com toda a estrutura, alimentação, segurança, mas fomos obrigados a realizar cortes. Agora iremos trabalhar de forma mais centrada, com atletas que possam se sustentar em Belém”, disse.

No Remo alguns atletas foram procurados e relataram que a estrutura da Toca do Leão é boa, porém, não possui uma alimentação de qualidade, além das condições do banheiro.

“As instalações do clube são boas, camas novas, ar condicionado, televisão em todos os quartos, mas não temos uma alimentação regular. Jantamos muito cedo, em torno das 18h30 e mais tarde temos que sair, procurar o que comer fora do clube, pois não temos isso no clube”, disse um atleta.

O Remo também divide o alojamento entre atletas da base, jogadores profissionais e membros da comissão técnica. O clube também abriga jogadores de outras modalidades, como atletas de basquete, que disputam o Campeonato Paraense nos meses de novembro e dezembro.

A reportagem solicitou nota ao Clube do Remo para saber os motivos de abrigar atletas da base, profissionais e de outras modalidades no local, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.

O presidente da Federação Paraense de Futebol, Adelson Torres, comentou sobre o assunto e prometeu reunir com a direção da FPF e com os clubes para debater a questão sobre os alojamentos em terras paraenses.

“A FPF ainda não realizou nenhuma fiscalização, porém iremos nos próximos dias está alinhado uma reunião com a direção da Federação para saber como iremos agir sobre essa situação. Vamos chamar os clubes para debater como ficará essa questão de alojamento, pois não pode ocorrer no restante do Brasil o que acorreu no Flamengo”, falou.

A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros e Prefeituras de Belém e Marituba, para saber sobre fiscalizações, se os clubes possuem alvarás para alojar atletas das categorias de base e profissionais, mas até o fim desta edição não recebemos respostas. 

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