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Renata Salatini: “Vinculação do agronegócio como um vilão é um paradigma que precisa ser quebrado’

Representante das mulheres do Norte no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, produtora rural fala sobre a participação feminina no setor e os maiores desafios enfrentados

O Liberal
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Coach e palestrante, Renata Cardoso Salatini é produtora rural há mais de dez anos e foi escolhida embaixadora representando as produtoras da Região Norte durante a 7ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, que será realizado nos dias 26 e 27 de outubro, na cidade de São Paulo (SP).

Em entrevista ao Grupo Liberal, ela falou sobre sua trajetória, a presença cada vez maior das mulheres nesse setor, os desafios, as principais demandas e as críticas que o agronegócio recebe de algumas correntes ambientalistas: “parte dessas colocações não possuem fundamento e embasamento prático. A vinculação do agronegócio como um vilão do meio ambiente é um paradigma que precisa ser quebrado”, declarou. Veja a entrevista:

Como é a participação das mulheres no agronegócio, em especial aqui no Pará?

O agronegócio no Pará vem ganhando cada vez mais destaque no cenário brasileiro e as mulheres assumem um papel de extrema relevância nessas conquistas. Estamos dentre os 10 estados brasileiros que mais produz. Além de se destacar dentro do agronegócio como um todo, nosso estado está despontando cada vez mais na fruticultura, como é o caso de nossas produções de abacaxi, melancia, além do açaí e cacau. Quando olhamos para a pecuária, nosso estado se posiciona ainda como o maior produtor de búfalos do Brasil. Dentro desse contexto as mulheres são responsáveis por grande parte dos resultados. São muitas as produtoras rurais que conquistaram o crescimento de nossa região. Na minha opinião, nosso grande diferencial é que estamos sempre em busca de entender e compreender absolutamente tudo o que é produzido dentro de nossas propriedades.

image Renata é produtora rural em Paragominas (Divulgação)

Como você começou a atuar na área e qual a sua principal produção?

Iniciei minha jornada no agronegócio em 2010, quando precisei assumir em definitivo a gestão de nossa propriedade rural, localizada no Mato Grosso do Sul. Naquela época, a participação feminina no agronegócio ainda era bastante tímida, muito diferente dos dias atuais. Pouco tempo depois, eu e meu marido decidimos nos mudar para Paragominas e conduzirmos nossos negócios aqui no estado do Pará. Precisei então me profissionalizar e estudar para entender cada etapa dessa enorme cadeia que é o agro. Os estudos foram fundamentais para que fosse possível aprimorar as operações dentro e fora de nossa fazenda. Atualmente estamos bastante focados na produção de grãos, como soja, milho, sorgo, milheto e gergelim, além de atuar também com a pecuária.

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Qual o maior desafio hoje do agronegócio nacional?

Quando falamos em agronegócio no Brasil como um todo estamos diante de um desafio bastante importante, que é a manutenção dos custos de produção para a próxima safra. O produtor rural precisará ter muita habilidade para se manter em níveis satisfatórios e garantir lucratividade. Nos últimos anos pudemos observar um disparo nos preços bastante significativo e que impactou diretamente no equilíbrio dos índices econômicos das lavouras. Este cenário será bastante desafiador.

"As mulheres assumem um papel de extrema relevância nessas conquistas", diz Renata. (Divulgação)

O setor é criticado por algumas correntes ambientalistas por supostamente contribuir com o aumento do desmatamento. Como você avalia essas críticas?

As críticas existem em todos os setores do nosso País e o agronegócio não é diferente. Porém, grande parte dessas colocações não possuem fundamento e embasamento prático. A vinculação do agronegócio como um vilão do meio ambiente, por exemplo, é um paradigma que precisa ser quebrado. Nós, produtores rurais, seguimos regras e leis extremamente rígidas nesse sentido. As agências reguladoras e os órgãos de fiscalização do nosso País são muito eficazes quando o assunto é a preservação ambiental e a harmonia entre produção agrícola e recursos naturais.

Quais são as principais demandas hoje do setor e projetos em tramitação que você considera prioritários?

Sem dúvida estão relacionadas à logística para o escoamento da produção. Temos no estado do Pará algumas importantes obras que contribuirão para a melhoria de infraestrutura e que beneficiarão o agronegócio. Como principais iniciativas destaco o recapeamento de importantes rodovias da região e as melhorias previstas na ponte do Rio Capim. Esta é uma intervenção que beneficiará centenas de produtores rurais de nossa região. Além disso, em Paragominas, está prevista a construção da Central de Abastecimento de Paragominas (Ceapar), com previsão de conclusão já para o ano que vem.

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