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Procura por bebidas em geral cresceu 20% nos últimos 15 dias

Calor, férias e isolamento social são fatores que podem ter aquecido o segmento

Roberta Paraense

Nos últimos 15 dias, a procura por bebidas em geral apresentou um aumento de aproximadamente 20% nos depósitos e supermercados de Belém. O índice é comparado à quinzena anterior. Tradicionalmente, a demanda desses produtos em julho cresce em torno de 13%, porém, os empresários acreditam que devido às medidas de isolamento social, o consumo este ano, sobretudo de bebidas alcoólicas, está mais aquecida que nos calendários passados.

Com o período de pandemia, a comercialização de bebidas em geral, no depósito administrado por Cristiano Lima, no bairro de Nazaré, sofreu uma retração de cerca de 30%. Porém, as vendas reagiram desde a última semana de junho e estão superando as expectativas.

“No geral, devido à pandemia, o mercado sofreu e as vendas caíram para todo mundo. Mas, percebi, no meu segmento, que as pessoas passaram a comprar mais esses dias, inclusive, as cervejas. Não tivemos reajustes recentes de preço. Estamos comercializando, uma latinha, entre R$ 3 a R$ 3,30, dependendo da marca”, explicou.

Além das cervejas, a procura por água mineral e refrigerante também teve aumento, no local. A perspectiva é que nos próximos dias, a demanda continue alta. “Dia de semana a água é o carro-chefe, mas sexta, sábado e domingo, o pessoal bebe em casa, e geralmente leva o refrigerante. Quem vai para os balneários também compra em deposito por ter um preço melhor”, observou Cristiano.

A proprietária de um depósito localizado na avenida Roberto Camelier, no bairro do Jurunas, Rosana Motta, também relata o aumento nas vendas. “No último final de semana, vendemos cerca de 30 pacotes de cerveja. Isso não acontece faz um tempo. Antes, estávamos vendendo, uns 20. Apesar do coronavírus, tem pessoas que estão indo à praia e fazendo festas em casa. As reuniões como churrasco aumentaram no final de semana. E no próximo, acho que será melhor”, afirmou.

Segundo Rosana, em julho, o aumento é esperado. “É muito quente, além das férias, pessoas indo para os balneários, o calor faz as pessoas consumirem mais líquido. Esse aumento nas vendas já é esperado, mas como não tem bar aberto, as pessoas estão optando por se reunir em casa, por isso, acho que esse ano o faturamento será melhor”, reforçou.

Supermercados

A Associação Paraense de Supermercados (Aspas) garante que o acréscimo no consumo de bebidas em julho, tradicionalmente, fica em torno de 12%. Porém, com os bares fechados, a procura passou a ser maior em 2020, com o incremento de aproximadamente 20%, em relação à venda habitual nesses estabelecimentos.

“De abril a julho, a procura por bebidas, principalmente, as alcoólicas foi crescendo. Acreditamos que as pessoas não estão bebendo mais, e sim, elas deixaram de consumir em locais que estão fechados para manter o isolamento social”, explicou Jorge Portugal, presidente da entidade.

Em relação aos próximos dias, o consumo é incerto. “Temos o mês de julho, mas não vamos ter férias. Muitas pessoas estão com aulas online, outras estão retornando às atividades. Então a saída para os balneários será diferente este ano. Tradicionalmente, as pessoas que viajam compram em Belém as coisas para levar, pois os preços nos supermercados são mais baratos que nos outros estabelecimentos”, ressaltou Portugal.

Sobre os valores comercializados, o presidente da Aspas afirma que nos últimos dias, não houve reajustes. “Para os supermercados, as vendas foram boas. Mas para indústria, não. Muitos estabelecimentos pararam de comprar, e houve uma queda na produção. Mesmo assim, os valores não passaram por aumento na pandemia. Ao contrário, alguns lugares estão fazendo até promoções de cervejas e vinhos”, completou.

Preços

Nos últimos 10 dias, um balanço do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioecônomicos (Dieese/PA) aponta que, em Belém, houve um aumento na procura por bebidas em geral. O índice não foi estimado pelos ambulantes e comerciantes ouvidos pela entidade.

“Com as temperaturas na altura, é natural a elevação nas vendas, assim como todos os anos. Mas, percebemos que se hidratar e seguir as recomendações médicas com o consumo de muito líquido no verão vai sair caro”, explicou Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese.

Segundo a entidade, os refrigerantes em lata de 350 ml estão sendo comercializados nos supermercados da Grande Belém com preços que variam R$ 1,75 a R$ 2,59, dependendo da marca e do local de compra. Nos restaurantes e em ambulantes, o item fica bem mais caro e pode ser encontrada com valores variando entre R$ 3 a R$ 4, a grande maioria em torno de R$ 3,50.

Já a água de coco, por exemplo, está sendo comercializada nas praças e nas ruas da capital, com preços que variam entre R$ 3,50 a R$ 4. O Dieese ainda não divulgou balanço de preço de bebidas alcoólicas comercializadas em Belém.

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