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Pais e mães investem dinheiro de olho no futuro dos filhos

No Brasil, em 2019, passou de 51% para 59% o número de pessoas que tem o hábito de poupar para os pequenos

Abílio Dantas
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Apesar de ter apenas 2 anos de idade, a menina Marina já sabe que a diferença entre um brinquedo barato e outro caro é o esforço que seus pais tiveram para conseguir o dinheiro necessário para a compra. A advogada Érica Carvalho, 35, mãe da criança, faz parte do grupo de pais e mães que priorizam a educação financeira e o planejamento de poupanças e aplicações para os filhos desde pequenos.

No Brasil, em 2019, passou de 51% para 59% o número de pessoas que afirmam ter o hábito de poupar para os filhos, em relação ao ano passado. Os dados são de levantamento feito pela Boa Vista Serviços, empresa de informações de crédito que administra um banco de dados que reúne informações comerciais e cadastrais de mais de 130 milhões de empresas e consumidores com abrangência nacional.

O estudo também aponta que 30% dos consumidores afirmam dar mesada aos filhos ou outras crianças, um aumento de três pontos percentuais. Nesse quesito, subiu de 52% para 64% do total de entrevistados os que afirmam dar mesada para estimular a educação financeira dos menores.

Érica Carvalho relata que a preocupação com a educação financeira da filha foi um ensinamento que recebeu de seus pais, Tânia e Mário. Eles sempre reforçaram a importância de fazer economias e administrar bem ganhos e gastos. “Eles sempre foram bem firmes e pé no chão, sempre disseram que eu precisava controlar minhas finanças. Tudo que consegui até hoje foi com meu próprio trabalho: o primeiro carro, meu apartamento, as viagens que fiz. Por isso, quero fazer o mesmo com a minha filha, que ela entenda o valor do dinheiro”, afirma.

Érica e seu marido fazem aplicações em Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificado de Depósito Interbancário (CDI), poupança e caixinha. CDI é um título de emissão das instituições financeiras, que lastreia as operações do mercado interbancário, ou seja, transações entre bancos. Tudo é feito para assegurar economias para Mariana no futuro, que poderão ser retiradas quando ela completar 18 anos.

“Todos os meses coloco os mesmos valores na poupança e no CDI. Nossa preocupação é que ela tenha alguma segurança, para quando precisar de dinheiro para viagens ou estudos. Mas acredito que ano que vem, com 3 anos, ela começará a receber uma ‘mesadinha’, para começar a aprender a administrar o próprio dinheiro”, anuncia.

O economista José Carlos Damasceno recomenda que, assim como a advogada, os pais adotem a mesada como um mecanismo de educação dos filhos. “Não adianta os pais planejarem o futuro financeiro das crianças, pois elas irão crescer e poderão se transformar em consumidores irresponsáveis se não tiverem uma educação anterior. Então, penso que, dependendo da classe social da família, é importante dar algum dinheiro (para os filhos), para que eles comecem a ter controle”, aconselha.

Damasceno afirma ainda que a forma de lidar com as economias também deve ser decidida de acordo com o poder aquisitivo da família. “Se tem pouco, o melhor caminho é a poupança. Sobra um pouco mais? Papéis de longo prazo, ou previdência privada. Tem previdência privada que é possível investir a partir de R$ 50. E quase todos os bancos trazem simuladores nos seus sites, para que as pessoas entendam como funciona”, ensina.

O estudo da Boa Vista aponta que a poupança segue sendo a alternativa mais escolhida pelos pais (52%) para juntar economias, seguida de previdência privada (15%), fundos, ações ou CDB (9%), títulos de capitalização (5%) e outros tipos de investimento (19%).

Mais da metade, 61%, dos entrevistados poupam uma quantia maior que R$ 51 todos os meses. O objetivo para a maioria é deixar uma reserva para investir na educação dos filhos.

Para outros 16%, a finalidade é auxiliar a compra da casa própria, enquanto 7% guarda para a necessidade de tratamento médico. Por fim, 16% poupam com outras finalidades, como aposentadoria, emergências e independência financeira, por exemplo.

Por meio de consulta eletrônica, a pesquisa entrevistou cerca de 600 pessoas, em nível nacional, entre os meses de agosto e setembro de 2019. O estudo tem margem de erro de 4 pontos porcentuais e 95% de grau de confiança.

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