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Novo auxílio emergencial não compra nem uma cesta básica

Apesar de valor reduzido, famílias dizem que qualquer valor que entre é bem-vindo

Redação Integrada
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Está claro que a pandemia impactou significativamente a renda de milhares de famílias brasileiras. No ano passado, autônomos e outras categorias profissionais tiveram a ajuda do auxílio emergencial de R$ 600 (ou de R$ 1.200), do governo federal, que teve o pagamento retomado na última terça-feira (6), mas com um novo valor, que agora varia entre R$ 150 e R$ 375. Com o novo auxílio, porém, a maioria das famílias no Pará não conseguirá comprar a metade da cesta básica do último mês de fevereiro, que custou em média R$ 512,95, afirma o Dieese Pará.

“Começou no dia 6 e já com bastante atraso o pagamento pelo governo federal do novo auxilio emergencial. Em relação ao primeiro, além de ser bem menor em termos de valores, está deixando de fora em todo Brasil cerca de 20 milhões de pessoas. O valor do novo auxilio vai variar dependendo de uma serie de fatores entre R$ 150 até R$ 375, a grande maioria deverá receber cerca de R$ 250”, afirma o levantamento feito pelo Departamento e divulgado ontem (8).

Segundo o balanço do Diesse Pará sobre as flutuações de preços da cesta básica dos paraenses em Belém, em fevereiro deste ano, a grande maioria dos produtos apresentou aumentos, com destaque para o café com alta de 4,94%, seguido da manteiga com aumento de 3,50%; açúcar com reajuste de 2,98%; banana com alta de 2,64%; carne bovina com carestia de 1,99% e do arroz com alta de 1,20%.

"Valor serve"

A diarista Sônia Barros, 47, ainda não teve tempo de consultar o dia exato em que receberá a primeira parcela do novo auxílio, mas diz que, mesmo com o valor reduzido, o pagamento será bem-vindo nas finanças da casa e da família. "Eu e meu marido somos autônomos, ele é eletricista e eu diarista. Dependemos de serviços que agora as pessoas estão evitando por conta da pandemia. Então, todo e qualquer valor serve para ajudar nas despesas da casa", afirma.

Ainda de acordo com o estudo, no segundo mês do ano, o custo da cesta básica para uma família padrão paraense, composta de dois adultos e duas crianças, ficou em R$ 1.538,85, sendo necessários, portanto, aproximadamente 1,39 salários mínimos (baseado no valor do novo salário mínimo de R$ 1.100) para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e sua família, somente com alimentação. No mesmo período, para comprar os 12 itens básicos, o trabalhador paraense comprometeu 50,41% do novo salário mínimo e teve que trabalhar 102 horas e 35 minutos das 220 horas previstas em Lei.

Salário ideial

Segundo o Dieese Pará, em fevereiro, o salário mínimo necessário para atender os preceitos constitucionais para uma família deveria ter sido de R$ 5.495,52. “Este valor é cerca de cinco vezes maior que o novo salário mínimo atual de R$ 1.100”, afirma o Departamento. O valor do salário mínimo necessário é calculado de acordo com a determinação da Lei que estabeleceu os valores da cesta básica nacional (decreto-lei N° 399/38) e também com base nos preceitos constitucionais que norteiam o salário mínimo.

“A situação é muito preocupante, pois em um período de agravamento da crise de saúde e de aumento no preço da alimentação básica dos paraenses, o auxilio emergencial está chegando com bastante atraso”, afirma do Dieese. “Os R$ 250 que a grande maioria das famílias está recebendo significa em outras palavras R$ 8,33 por dia e pouco mais de R$ 2 para cada integrante de uma família de quatro pessoas, ou seja, não garante nem mesmo a alimentação básica no Pará. Portanto é imprescindível a ampliação das medidas de apoio por parte do Poder Público, assim como de toda a sociedade na busca de saídas para esta situação”, diz o estudo.

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