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Mudanças em financiamentos são aguardadas

CRÉDITO - Impacto da passagem da correção das parcelas pela inflação é esperado com expectativa por quem quer adquirir imóvel

Keila Ferreira

A resolução aprovada em reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) que passa a corrigir pela inflação o crédito imobiliário tem gerado expectativa em quem trabalha no ramo ou tenta financiar um imóvel. O argumento do governo é de que as medidas a serem implementadas irão reduzir a taxa de juros do financiamento de imóveis no País, mas algumas pessoas aguardam com cautela os ajustes que serão anunciados pelas instituições financeiras.

Nesta semana, por exemplo, a Caixa Econômica Federal anunciará mudanças nas regras de concessão de crédito imobiliário. Ronaldo Costa de Lima, professor de Educação física de 47 anos, está há cinco anos tentando financiar um imóvel, mas conta que sempre esbarrou em alguns empecilhos que o obrigavam a adiar a aquisição da casa própria. Ele chegou a ter crédito aprovado pela Caixa, mas como o imóvel possuía poço artesiano sem licença de órgão ambiental, não teve o recurso liberado.

Em seguida, tentou alguns bancos privados, onde precisava abrir conta, contratar pacote de serviços e atender outras exigência. Finalmente, conseguiu dar entrada no processo de financiamento em uma instituição financeira privada. “Eu não sei quanto tempo para essas regras entrarem em vigor. Como estou há cinco ano nisso, eu tenho um pouco de pressa, mas se elas forem beneficiar, eu até aguardo um pouquinho, porque quanto mais facilidade, menos juros para pagar, é bom aguardar “, declarou.

Ele pretende usar o recurso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aumentar o valor da entrada e reduzir as prestações, que ficaram em mais de R$ 800. “Está alto para o meu orçamento”, declarou Ronaldo, que tentar deixar as prestações em cerca de R$ 500. “Hoje, você paga 8% de juros, é muito alto. Com as novas regras, com certeza o mercado vai aquecer, se forem mudanças no sentido de haver diminuição nos juros e na burocracia”.

TAXA

Atualmente, os financiamentos habitacionais são corrigidos pela Taxa Referencial (TR), atualmente zerada, acrescida de uma taxa de juros que varia de 8% a 12% ao ano. O IPCA, com alta acumulada de 3,22% nos últimos 12 meses, substituiria a TR. A mudança, aprovada na última semana pelo CMN, vai alcançar as operações do Sistema Financeiro da Habitação nas quais o tomador usa o saldo da conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para pagar as prestações e amortizar o saldo devedor. De acordo com Eliete Colares, advogada especialista em direito habitacional, é necessário esperar o pacote de medidas que a Caixa Econômica Federal vai anunciar para avaliar se realmente vai ser mais benéfico para os novos mutuários a mudança da TR para o IPCA. Com a aprovação pelo Conselho Monetário Nacional e Banco Central, a tendência é que todos os bancos adotem a medida. “Porque os bancos particulares também tem uma fatia muito grande do mercado imobiliário e eles não vão querer perder todos os contratos para a Caixa e o Banco do Brasil vai querer aderir também. Até porque, o Banco Central aderindo, vai regulamentar isso, para que todos sigam”, avalia. Ela ressalta que muitas pessoas querem financiar imóveis, mas em razão dos juros serem muito altos, acabam desistindo. “Baixando o juros anual, as prestações também vão reduzir e as pessoas vão ter mais possibilidade”, ressalta.Caso as mudanças tragam mais benefícios aos novos mutuários, Eliete diz que, depois de serem implementadas, existe a possibilidades dos mutuários antigos também pleitearem isso, judicialmente. “O que pode fazer é uma revisão contratual, para adequar a nova política de juros aos que já existem”, explica.

INFLAÇÃO

A corretora de imóveis Lorena Sauma ainda está receosa em relação a nova medida aprovada pelo CMN. “Porque todo mundo diz que a inflação está baixa, eu não sinto isso, mas se no papel diz que ela está baixa, então vai ser bom pra gente que paga”, declarou. Para ela, atualmente, os juros imobiliários não são tão altos. “O que eu acho alto são os preços dos imóveis, que estão superfaturados. As pessoas estão colocando seus bens para vender num valor muito acima daquilo que ele vale”.

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Economia
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