Mais de 35 mil 'gatos' foram regularizados no Pará no primeiro trimestre deste ano

O furto de energia é uma prática criminosa que resulta na sonegação de impostos e outros riscos à população

Elisa Vaz

Apenas no primeiro trimestre deste ano, entre janeiro e março, mais de 35 mil instalações que se encontravam em situação de desvio de energia elétrica foram regularizadas no Pará. Segundo a Equatorial, o furto de energia é um procedimento criminoso que representa perigos e gera prejuízos à sociedade. É o chamado “gato”, que consiste em reduzir a conta de energia de forma irregular.

De janeiro de 2020 até março de 2021, foram 141 mil regularizações de instalações elétricas feitas em todo o Estado. Belém foi responsável por quase 20% desse total, com mais de 28 mil, seguida de Ananindeua e Santarém, com mais de 10 mil e 8 mil, respectivamente. Cidades como Parauapebas, Marabá, Itaituba, Abaetetuba e Altamira também registram índices expressivos: em média, 5 mil regularizações.

O alto índice desta prática é resultado da pandemia da covid-19 e o consequente isolamento social, segundo o gerente de serviços técnicos e comerciais da Equatorial Pará, Pabllo Barbosa. “Temos equipes de fiscalização em todo o Pará, com trabalho preventivo, e quando o furto é identificado a equipe faz o processo de autuação e o comércio ou residência fica regularizado. No ano passado, tivemos redução nas fiscalizações e as equipes não trabalharam; isso pode ter impactado no aumento das perdas de energia. Se não tem fiscalização, a pessoa má intencionada fica mais confortável", pontua. Mas o consumidor também pode denunciar anonimamente na Central de Atendimento (0800 091 0196) e no site (www.equatorialenergia.com.br).

De acordo com o especialista, pelo modelo tarifário do Brasil, parte da perda de energia elétrica – resultado do furto – é distribuída entre todos os consumidores, e até mesmo os que estão regulares pagam um pouco da perda no lugar de quem usa a energia irregularmente. Em 2020, a Equatorial aponta que o índice de perdas energéticas no Pará ficou em 30,79% - o percentual é a quantidade que foi perdida de toda a energia comprada pela Equatorial para atender o Estado. O número representa um aumento de 0,72% em relação ao ano de 2019, o que faz com que a Equatorial Pará figure na terceira posição de um ranking de perdas composto por 15 distribuidoras de energia do Norte e Nordeste.

“Historicamente, a perda de energia é muito elevada no Pará, isso já acontece há muito tempo. A Equatorial é uma distribuidora, compra energia para revender, e 30% é perdido. Além dos consumidores, todos são prejudicados. O Estado deixa de arrecadar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o município não recolhe a contribuição de iluminação, o governo federal tem menos arrecadação do Programa de Integração Social (PIS). São contribuições que poderiam ser transformadas em benefícios”, declara Pabllo. Esses recursos poderiam ser investidos na construção de escolas, hospitais, construção e pavimentação de estradas, entre outras melhorias estruturais.

O gerente de serviços técnicos e comerciais da Equatorial Pará diz que ainda existem outros prejuízos, como o risco de acidentes, já que a pessoa não tem cuidado, conhecimento nem equipamento adequado, e se expõe e expõe outros a perigos. Como a qualidade do fornecimento não é garantida nas situações de furto, pode haver a sobrecarga de geradores, falta de energia, queima de equipamentos e outros impactos.

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