Inflação: para 93% dos brasileiros, o preço dos produtos aumentou neste ano, aponta pesquisa
77% dos brasileiros estão pessimistas com a recuperação da economia
Segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos, 93% dos brasileiros avaliam que o preço dos produtos que consomem aumentou ou aumentou muito em relação ao começo do ano de 2022. Os números ficam acima de 90% em todas as faixas salariais e chega a 96% entre os pesquisados que ganham mais de cinco salários mínimos. O peso da inflação foi apontado principalmente nos alimentos, categoria que 78% dos entrevistados indicou como a mais impactada pela disparada dos preços. Os dados negativos não param por aí: 51% dos entrevistados acreditam que a vida financeira e familiar só vai se recuperar após 2022 ou que isso nem mesmo acontecerá. 77% estão pessimistas com a recuperação da economia e 66% têm expectativas negativas para o crescimento do país.
“A inflação é o inimigo número um do Brasil. É um fenômeno mais sério aqui porque, há nove meses consecutivos, anualizada, vem ultrapassando a faixa dos dois dígitos", afirma em nota o presidente da entidade, Isaac Sidney.
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"Além disso, está bastante disseminada e vem atingindo sobretudo as classes menos favorecidas. É mais sério também porque a inflação tem fatores estruturais, que estão entre nós, como o quadro fiscal débil que, vez por outra, volta a inspirar cuidados”, completa Sidney.
Investimentos e desemprego
A pesquisa perguntou, ainda, o que os entrevistados pretendiam fazer caso sobre algum dinheiro no bolso: 31% deles disseram que comprariam um imóvel; 16% utilizariam os recursos para reformas; e 20% afirmaram que aplicariam o dinheiro na poupança. Outros 18% citaram aplicações em outros investimentos. O pessimismo em relação ao desemprego no Brasil diminuiu: 40% dos entrevistados acreditam que o desemprego irá aumentar, número que em setembro de 2021 alcançou 54% e em março do mesmo ano bateu os 70%. 37% esperam aumento do crédito para as pessoas e as empresas contra 26% que acham que irá diminuir. Já 26% creem em aumento do poder de compra da população, frente a 46% que pensam o contrário.
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Para a enfermeira Gisele Amaral, todos os aspectos da vida ficaram mais caros e os salários não acompanharam a escalada dos preços no Brasil. Ela faz parte dos 46% que acreditam que o poder de compra da população só irá diminuir. "Acho que quem diz que vai aumentar é quem é empresário, que cobra mais caro por produtos e serviços na medida que a inflação sobe. Esses últimos tenho visto meu dinheiro encolher, mas minhas necessidades não mudaram. É difícil demais ter casa, filha e ter que calcular o que dá e o que não dá", lamenta.
Percepção sobre bancos
A pesquisa também fez questionamentos sobre a avaliação dos bancos pelos brasileiros. Segundo o levantamento, 57% dos brasileiros confiam nos bancos, número menor que os 60% constatados na pesquisa anterior. 55% confiam nas fintechs e 50% têm confiança em empresas privadas. 54% dos entrevistados veem contribuição positiva do setor bancário para o desenvolvimento da economia brasileira, e 50%, um auxílio no enfrentamento à pandemia de covid-19.
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O levantamento aferiu que aumentou o porcentual de brasileiros que foram vítimas de golpes ou tentativas de fraude. O total passou de 21% em setembro do ano passado para 31% no levantamento atual. Os homens foram os mais atingidos (33%), assim como indivíduos com renda acima de cinco salários mínimos (41%) e com mais de 60 anos (35%). A clonagem de cartão foi o golpe mais comum, tendo atingido 64% dos entrevistados, 16 pontos porcentuais acima do levantamento de dezembro do ano passado. As citações a golpes via WhatsApp cresceram de 24% para 25% no mesmo período. A pesquisa foi feita em parceria com o Ipespe, entre os dias 21 de maio e 2 de junho, e entrevistou três mil pessoas nas cinco regiões do país.
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