Energia elétrica cara? A solução no Pará pode estar no Sol

Cálculos do governo federal preveem um aumento de pelo menos R$ 5 em cima dos atuais R$ 9,49 cobrados na bandeira vermelha nível 2 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Esse aumento pode chegar ao dobro do que é cobrado hoje do consumidor. E, graças a esses constantes reajustes na tarifa de uma das principais necessidades básicas para a sobrevivência digna da população, a demanda por placas de energia solar tem aumentado em Belém.

O empresário Andrey Russo atua com o segmento há quatro anos, mas há dois oficializou o empreendimento da família. Formado em administração e direito, ele explica que o pré-requisito básico para instalar a energia solar é possuir um imóvel com telhado compatível com as placas, e garante, há diversas formas de financiar a mudança de recepção e energia atualmente.

“Todo mundo pode ter placa solar, da classe A à classe C. Existem hoje diversos bancos que financiam esse investimento. O Banco da Amazônia tem linha própria, o Banpará está abrindo linha para energia solar, os bancos privados também oferecem linhas de crédito. Basta ter um imóvel registrado, pode ser alugado, o que você precisa é de um telhado compatível, que tenha incidência de raio solar”, detalha.

Por enquanto, há uma limitação no serviço para quem mora em apartamento, a não ser em condomínios já planejados para recepção de energia solar. Nestes casos, as placas são espalhadas por todo o condomínio, na parte mais alta, e essa energia absorvida é distribuída para os condôminos. Um diferencial do serviço é que é possível distribuir energia de um imóvel para outro. Por exemplo, se uma pessoa tem uma casa em Mosqueiro, ela pode instalar as placas solares lá, e distribuir para uma casa no centro de Belém.

“Eu, por exemplo, botei placa solar na minha casa de Salinas e consigo ter energia aqui em Belém por meio dela. Só é preciso estar em um local onde a Equatorial, detentora da nossa distribuição, opere com linha de transmissão. A única exigência é que essa pessoa que tem a conta de energia nessa casa seja a titular da unidade consumidora do outro imóvel, seja ele em qualquer região do Pará”, exemplifica.

Vantagens financeiras

De acordo com Andrey, a vantagem é de 100%. Ele relata que, após terminar de pagar o investimento em caso de financiamento, um custo que varia entre 15 e 50 mil, em média, o cliente passa a pagar em torno de 10% do que pagava habitualmente na conta de energia. As únicas taxas que permanecem na conta são a de iluminação pública e de Khw em cima do que é consumido na residência.

Custo de instalação do sistema é de R$ 15.000 a R$ 50.000 (Divulgação)

“Você paga a conta de luz, energia, telefone, a vida inteira, e nunca tem retorno. Você pode pagar à vista esse investimento, ou financiar, e após terminar de pagar, você reduz, por exemplo, uma conta de mil reais para R$ 80, R$ 90. A sua placa de energia solar vai gerar a sua própria energia. A Equatorial vai apenas guardar para ti e distribuir no momento que você utilizar. É como um carro que você pagou e passou a ser só seu, só tem custos fixos”, diz.

O valor das placas varia de acordo com o que o consumidor utiliza em kHw, porque a quantidade de placas são calculadas de acordo com a energia consumida no imóvel. A média é tirada em seis meses de consumo. Outra vantagem é a garantia de 12 anos normalmente oferecida pelas fabricantes, que costumam ser de origem alemã. Andrey lembra que, sempre que há reajuste de energia elétrica, bandeiramento vermelho mais severo ou matérias sobre o futuro da energia renovável de forma nacional, aumenta a procura espontânea do produto.

“Porém, muitas vezes os clientes não conseguem perceber a vantagem do benefício, visto que a energia solar deve ser tratada sob a ótica de investimento e retorno financeiro e não como uma despesa adicional. Deve ser entender que o cliente a partir do momento que passa a produzir e consumir sua própria energia solar, já não paga mais a famosa ‘fatura’ de energia para a concessionária”, lembra.

Maior demanda

Assim como Andrey, Cleber Costa, também atuante no segmento de energia solar, vem percebendo um aumento da demanda pelas placas, mas ainda observa uma resistência dos clientes por insegurança no investimento, que é considerado a longo prazo. “As pessoas estão se adaptando a esse novo tipo de negócio, que é comprar um equipamento não comum. As pessoas ainda resistem quanto ao preço, porque ainda não entenderam como funciona, acham que ainda não é vantagem, especialmente com o Marco Regulatório ainda não definido sobre a economia, que hoje é de 90% e pode cair para 30%. Qualquer fatura acima de R$ 300 é viável de retorno financeiro em três ou quatro anos”, finaliza.

A psicóloga Helene Magalhães, de 50 anos, pensou a longo prazo. Com o aumento frequente das tarifas relacionadas à energia elétrica, ela, que pagava em torno de R$ 800 pelo serviço, instalou placas solares na sua residência no bairro do Marco há quatro meses. O investimento de pouco mais de R$ 32 mil já é percebido no mês. A conta hoje paga com o marido é de R$ 143.

“Fizemos um empréstimo no Banpará para pagar em 2 anos e meio e fazer esse investimento à vista, e a nossa conta dava R$ 93. Agora que aumentou. A gente optou por essa mudança porque quando a gente ia fechar o orçamento a gente pensava o tanto de dinheiro indo para a empresa de energia, então seria melhor pagar um produto para que a gente pudesse gerar a nossa própria energia, além da questão do meio ambiente também. E foi ótimo. Quando vi o último aumento eu pensei meu Deus, ia estar pagando R$ 1.500”, conclui.

Fique atento

- Com telhado que capte a luz solar, você economiza em até 90% da conta de energia

- Há linhas de créditos disponíveis em bancos públicos e privados

- Caso você possua uma casa em um município de praia e more na cidade em apartamento, você pode distribuir essa energia captada lá para o seu apartamento

- Você só precisa que a distribuidora de energia opere com linha de transmissão para captar a energia para você, mas a placa faz a distribuição da sua energia

- As fabricantes oferecem até 12 anos de garantia, e as placas duram aproximadamente 25 anos