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Estresse no trabalho pode provocar Síndrome de Burnout; condição exige mudança de hábitos

Psicóloga explica que existem diversos sintomas aos quais o profissional deve ficar atento, mas apenas um especialista pode fazer o diagnóstico

Elisa Vaz

O estresse causado pela rotina de trabalho pode provocar uma sobrecarga mental - esse fenômeno de exaustão tem nome: Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional. De acordo com pesquisa realizada pela International Stress Management Association (ISMA), pelo menos 32% dos brasileiros sofrem dessa condição, o que corresponde a 33 milhões de pessoas. Quando comparado a outros países, onde esse tipo de exaustão é mais incidente, o Brasil só fica atrás do Japão, cujo índice é de 70% da população.

Conforme explica a psicóloga Flávia Vieira, segundo a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-10), o Burnout é classificado como um “problema relacionado com a organização de seu modo de vida” e, desta forma, não pode ser entendido como uma doença e não consta, por exemplo, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Síndrome de Burnout está incluída no CID-11 como um fenômeno ocupacional, não mais classificado como fatores que influenciam na condição de saúde.

"Burnout pode ser conceituado como resultante do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciado com sucesso, caracterizado por três dimensões: sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho; redução da eficácia profissional", ressalta Flávia.

Alguns sintomas podem ser indicativos de que o trabalhador sofre dessa condição, segundo a psicóloga. Os exemplos são mudanças bruscas de humor, irritabilidade, agressividade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, alterações no ritmo de trabalho, pessimismo, baixa autoestima, dores musculares, dores de cabeça, alterações gastrointestinais, sudorese e palpitações. O diagnóstico deve ser feito por um profissional especialista em saúde mental, psiquiatra ou psicólogo, que vai analisar a frequência, intensidade e os impactos desses sintomas na vida da pessoa.

Entre esses sinais, o cansaço prevalece em quem sofre da condição. Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), em 2013, revelou que 98% dos brasileiros se sentem cansados e 61% deles estão exaustos. Isso pode ser consequência de rotinas intensas, que não respeitam as horas de descanso e que podem desregular o ciclo circadiano, prejudicando a saúde física e mental. Os médicos apontam que um sinal de alerta para a procura de um especialista é quando o cansaço persiste mesmo após noites bem dormidas e momentos de lazer.

Muito especialistas alertam para o fato de que o home office, em meio ao distanciamento social provocado pelo novo coronavírus, pode ser um fator que contribui para o aumento de estresse, já que muitos profissionais não delimitam o horário de trabalho e o de descanso quando estão em casa. No entanto, para a psicóloga Flávia Vieira, não necessariamente o home office pode agravar o caso, pois depende da rotina de cada pessoa. "Há casos de famílias que possuem vários membros e a rotina é desajustada, o home office pode ter uma sobrecarga de tarefas de cunho familiar. Somado ao trabalho, pode agravar os sintomas de exaustão e estresse. Por outro lado, há situações de pessoas que tiveram seus sintomas minimizados, favorecendo em maior qualidade de vida, flexibilidade de horário, menor autocobrança e rotina ajustada dentro de suas possibilidades", opina.

De qualquer maneira, é bom evitar os excessos, como o alto consumo de café, doces e até bebidas alcoólicas para aliviar o estresse, pois essas substâncias podem acabar causando outros tipos de doenças. Para enfrentar o Burnout, o ideal é manter uma alimentação saudável, segundo o especialistas, como alimentos orgânicos, fontes de gorduras boas, proteínas de qualidade, alimentos ricos em antioxidantes, vitamina C e do complexo B, além de zinco e magnésio. Já o tratamento clínico pode ser feito com antidepressivos em associação com psicoterapia, para potencializar a recuperação, além, claro, da adoção de um estilo de vida mais leve e saudável.

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