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Cautela com Previdência faz Ibovespa perder 3,35% na semana

Movimento se descola do otimismo da bolsa norte-americana e reduz os ganhos no ano para 7,64%

Agência Estado
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Temores de desidratação da proposta da reforma da Previdência e uma postura cautelosa na véspera do feriado de carnaval levaram o Ibovespa a se descolar do otimismo das bolsas americanas e a encerrar o pregão desta sexta-feira, 1, o primeiro de março, no vermelho, abaixo da linha dos 95 mil pontos - algo que não acontecia desde 11 de fevereiro. Com o tombo nas duas últimas sessões, o Índice amargou uma queda de 3,35% nesta semana, reduzindo os ganhos no ano para 7,64%.

Já sem força para novas altas após a apresentação do texto-base da Previdência, o Ibovespa sucumbiu à percepção de que o governo pode não entregar a reforma prometida. Ainda ecoaram na nas mesas de operações o fato de o presidente Jair Bolsonaro, em conversa na quinta com jornalistas, ter admitido a possibilidade de reduzir a idade mínima de aposentadoria para mulheres de 62 para 60, o que coloque em risco a economia prevista de R$ 1 trilhão.

Em uma aparente operação de contenção de danos, o líder do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (PSL-GO), e o vice-presidente Hamilton Mourão vieram a público para explicar, afinal, o que Bolsonaro quis dizer. Pela manhã, Vitor Hugo disse que as declarações de Bolsonaro são um sinal de disposição para negociar e devem ser entendidas como um convite ao diálogo, e não "que o governo já parte com a reforma aberta a qualquer tipo de modificação no texto". Pela tarde, foi a vez de Mourão atuar como bombeiro. O vice-presidente disse que o Bolsonaro foi mal interpretado e apenas mostrou que há pontos do texto que o Congresso pode modificar. "Só isso. Não que ele concorde", disse.

Segundo Raphael Figueredo, analista da Eleven Financial, o mercado adotou uma postura pragmática e cautelosa diante das incertezas no front político. "Março começou como terminou fevereiro, com investidores realizando parte dos lucros do início do ano", afirma Figueredo. "O mercado está começando a perceber que a articulação política para aprovar a Previdência vai ser mais difícil do que se pensava".

O analista da Guide Investimentos Rafael Passos ressalta que o mercado já esperava uma desidratação do texto-base da reforma, mas não contava com uma postura mais branda do governo antes mesmo de a proposta começar a tramitar no Congresso. "Nossa visão para a Bolsa no ano ainda é positiva, mas no curto prazo deve haver muito ruído com a reforma pressionando o mercado", afirma.

Também está no radar de investidores - e pode ter contribuído para as perdas na Bolsa - a mudança no índice MSCI Emerging Markets, com aumento do peso dado a ações da China e uma redução da participação de papéis de empresas brasileiras. Como fundos indexados seguem esse índice, tal alteração significaria uma realocação global de recursos, com saída de dinheiro do mercado local.

Com máxima de 96.113,18 pontos e mínima de 94.393,59 pontos, o Ibovespa caiu 1,03%, aos 94.603,75 pontos. Pressionados pela queda do petróleo, os papéis PN da Petrobras caíram 1,33%, e os ON, 2,21% . As ações da Vale, que chegaram a cair mais de 2%, fecharam em queda de 0,76%. Durante o dia surgiram temores com a possibilidade de que investigações sobre o rompimento da barragem em Brumadinho resultassem em eventual processo administrativo que acarrete perdas financeiras à empresa. Também houve perdas generalizadas de ações do bloco financeiro - Bradesco PN (-1,66%), Itaú PN (-1,08%) e Santander Unit (-1,42%).

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Economia
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