Captações de empresas têm alta de 60%

Depois de anos dependendo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as empresas viraram a chave em 2019 e se lançaram com força no mercado financeiro como alternativa para financiamento de projetos de investimento. O balanço do ano da Anbima, que congrega as empresas do mercados de capitais, mostrou ontem que as companhias captaram R$ 440,8 bilhões entre janeiro e novembro. Em relação ao mesmo período do ano passado, o volume representa uma alta de 60,6%.

Segundo José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima, a cifra de 2019 é a maior da série histórica. As explicações para esse resultados passam desde a redução de crédito público e subsidiado para as empresas - o que levou os empreendimentos a buscarem funding no setor privado - até a redução do juro básico da economia (a Selic), que tem empurrado os investidores de renda fixa para outros produtos, com destaque para o mercado de dívida.

A renda variável foi destaque em 2019, com R$ 78,3 bilhões em captações feitas por meio de emissões secundárias de ações e lançamentos (IPOs), ante R$ 11,3 bilhões nos mesmos 11 meses no ano passado. Laloni lembrou que este é o maior volume registrado nos últimos anos, superando inclusive 2007 (R$ 75,5 bilhões) "Passamos esse valor e ainda faltam três semanas para termos boas notícias, com quatro ofertas em andamento ou a caminho que podem levar 2019 para um número ainda maior."

O executivo citou ainda que as iniciativas do governo de desinvestimento influenciaram esse número, concentrando a maior parte das ofertas secundárias de ações, que somaram R$ 48,9 bilhões até novembro, ante R$ 6,5 bilhões no mesmo intervalo de 2018.