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“Bares e restaurantes aprenderam a trabalhar com menos funcionários”, diz Abrasel no Pará

Movimento no setor ainda não alcançou o patamar de antes da pandemia, por isso, em muitos casos, não houve reposição do quadro de funcionários

Natália Mello
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Pelo menos 72% dos estabelecimentos comerciais do setor de alimentação funcionam com o quadro de funcionários reduzido após o início da pandemia, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). No Pará, a presidente da entidade, Rosane Oliveira, afirma que o Estado segue a mesma tendência, e que o setor aprendeu a trabalhar com um número reduzido de colaboradores, além de manter jornada reduzida, algumas suspensões de contrato e outras medidas tomadas para evitar prejuízos maiores após a crise provocada pela chegada do novo coronavírus ao Brasil.

De acordo com o levantamento, 58% dos bares ou restaurantes afirmam que ainda precisam ajustar o quadro de empregados, com 27% destes planejando demissões; mas 31% do total, porém, pretendem investir em novas contratações nos próximos três meses. A proprietária de um restaurante localizado no centro comercial de Belém, Franciele Rebonatto, conta que, após demitir três funcionários, de maio de 2021 em diante, com a flexibilização das medidas de prevenção da Covid-19 e a reabertura dos restaurantes, conseguiu recontratar duas pessoas.

“A gente reduziu bastante nosso quadro, mas depois dessas recontratações pretendo, a partir de agora, contratar mais pessoas, até para me prevenir do movimento do final de ano, que dá uma aquecida. Claro, se as coisas continuarem do jeito que têm estado, com pouca incidência de casos, sem se ouvir falar em terceira onda”, explica. Franciele fala que adotou, inclusive, a redução da jornada de trabalho – de 8h para 5h – e o revezamento, para manter o quadro.

Apesar disso, ainda não deu para recuperar totalmente o faturamento de antes da pandemia. “Ainda não estamos conseguindo repor. Recuperamos 50%, agora mais 15%. Apesar do movimento ter melhorado, tem tido aumento de tudo que é insumo, então o lucro está menor e o nosso cliente está no limite dos gastos, não tem como repassar tudo para eles”, conclui a empresária, que acabou aumentando o preço do quilo do seu buffet em 8,5%.

Francisco Gomes chegou a reduzir 30% dos funcionários, mas, depois do bandeiramento verde, recontratou a mesma quantidade de pessoas, especialmente com o retorno do movimento no salão do restaurante, localizado em frente à Praça Batista Campos. “As pessoas têm esse relaxamento maior, então precisamos de mais contratação para atender o povo presencial. Apesar de que aquele público presencial que tinha antes, pessoas que formavam filas e filas, ainda não experimentamos após a pandemia, mas alguns dias enche mesmo”, disse o empreendedor, que recuperou de 80 a 90% do faturamento.

Para a presidente da Abrasel no Pará, com o fim do auxílio emergencial, os empresários do setor ainda não têm caixa para fazer novas contratações, devido a fragilidade econômica ocasionada pelos compromissos assumidos no período da crise. Além disso, existem outras dificuldades de mercado, como a mão de obra. “Até pelo fato de muitos terem se tornado microempreendedores individuais, fazendo várias atividades dentro de suas casas, entregando alimentos, e outros estão no mercado informal. Isso traz mais um desafio ao setor, que está prestes a ter um final de ano aquecido, mas com restrição de contratação. Esse cenário no setor está muito parecido com resto dos outros estados”, disse Rosane.

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