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Aumento proposto pelo Setransbel pode provocar demissões no comércio de Belém, diz Sindilojas

Atualmente, os empresários pagam 94% dos custos de transporte de seus funcionários

Natália Mello
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O aumento da passagem de ônibus em Belém para R$ 4,87 – o reajuste proposto pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Belém (Setransbel) é de 35,28% -, se for aceito, deve impactar diretamente no setor do comércio, segundo o Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas (Sindilojas).

Atualmente, os empresários pagam 94% dos custos de transporte de seus funcionários, que, por sua vez, pode descontar somente até 6% do salário referente à locomoção. De acordo com o presidente do Sindilojas, Joy Colares, o reajuste impacta de duas formas para o setor de comércio: a primeira no custo do vale-transporte para as empresas, o que resulta no aumento do valor final de custos dos lojistas, e a segunda porque diminui o poder de compra da população, prejudicando indiretamente o segmento de vendas.

“Ou seja, aumenta o percentual de gastos com o transporte da empresa, e ainda diminui o poder de compra da população, que deixa de comprar bens que poderiam ser adquiridos com o salário para utilizar o serviço. Por isso, é possível que tenhamos retração e até demissão. Por mais que não tenhamos números da situação complexa vivenciada pelo setor, este não se recuperou das perda econômicas por conta da pandemia, então isso pode vir a retardar a recontratação dos postos perdidos e quiçá provocar demissões”, pondera Joy.

Além dos dois pontos colocados por Joy, ele avalia as dificuldades enfrentadas pela população quanto à qualidade do serviço prestado. “Temos baixa qualidade. Um aumento que a população reclama bastante, porque os usuários não têm ar condicionado, e Belém é uma das poucas capitais que não têm”, finaliza.

Quem trabalha de forma autônoma também se sente prejudicado, principalmente por arcar os custos das passagens de funcionários domésticos. Para a arquiteta Roberta Bichara, que assina a carteira de duas pessoas, uma como secretária e a outra de babá, significa um aumento de R$ 191,92, já que ambas trabalham de segunda à sábado, somando quatro passagens diariamente.

“Tinha que ter uma justificativa, né? Porque não tem melhoria no serviço. Sou profissional liberal e é complicado, porque aumentam as despesas da casa. E acho que não é justo, principalmente pela qualidade dos ônibus, que é péssima, estão sempre cheios, não aumenta a frota, então é difícil de compreender o reajuste”, questiona.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários reforça que o aumento pedido pelas empresas de ônibus nem está relacionado aos reajustes reivindicados pela categoria, já que a data base de 2019 começará a ser paga no final deste ano. “Nossas perdas salariais de dois anos atrás vão ser repostas somente a partir de outubro. Então, 2020 e 2021 ainda vai ser negociado, porque os empresários alegaram dificuldade devido à pandemia”, ressaltou.

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