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Quem vai ficar com o trono de ferro? Temporada final de 'Game of Thrones' estreia neste domingo

Série com fãs no mundo todo entra na reta final, mas o desfecho ainda é incerto

Lucas Costa
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A série épica baseada nos livros de Geroge R. R. Martin, que mostra uma luta política pelo poder simbolizado por um trono de ferro, começa a se despedir dos fãs ao redor do mundo neste domingo. O primeiro episódio da oitava e última temporada de “Game of Thrones” será exibido a partir das 22h, em cinco canais do pacote HBO, com sinal aberto também para não-assinantes. Após a exibição, o episódio fica disponível no serviço de streaming HBO GO.

O confronto final entre as diferentes casas de Westeros e os Caminhantes Brancos tem deixado fãs ansiosos ao redor do mundo todo, e em Belém não é diferente. O estudante de Serviço Social Andrey Ferreira acompanha a série desde a primeira temporada, e também leu todos os livros “As Crônicas de Gelo e Fogo”, nos quais a série é baseada. Ele diz estar apreensivo para o desfecho da história, considerando que a narrativa da produção da TV já ultrapassou a história dos livros, e o final é desconhecido.

“Eu observei muito o desenvolvimento e o desenrolar desses personagens, e agora a apreensão é muito grande para ver o que vai acontecer com eles no final. A minha personagem preferida é a Sansa [Stark], e teve toda aquela polêmica quando ela era criança, que as pessoas ficavam julgando, e acho que ela acabou sendo interpretada fora do contexto dela”, defende Andrey. “Ela foi criada para ser uma mulher dentro da época dela, dentro da sociedade dela, e ela jogou com as armas que tinha disponíveis dentro desse contexto”.

Sobre Sansa Stark, uma das irmãs da família que continua na narrativa, Andrey relembra ainda que suas características mudaram muito ao longo da história. “Tem esses personagens que eu fico apreensivo para ver o que vai acontecer, fico com medo porque sei que qualquer pessoa pode morrer, então faz parte também da expectativa para essa última temporada. Saber o que vai acontecer, onde cada personagem vai terminar, todo esse caminho que eles vem percorrendo, todos esses anos”, diz.

As mortes, inclusive, são uma característica marcante ao longo de toda a história de “Game of Thrones”. As sete temporadas da série somam um total de 2.995 mortos, segundo dados do Washington Post, New York Times, Time e HBO. Na mesma proporção em que há um grande número de personagens da narrativa, com o passar do tempo personagens queridos dos fãs foram morrendo, alguns de formas mais cruéis que outros. Andrey diz estar preparado, e aposta na morte de uma das maiores vilãs da narrativa, Cersei Lannister, mas sabe que seus personagens favoritos também podem morrer.

Em entrevista ao canal Strombo, em 2012, George R. R. Martin foi questionado sobre a decisão de matar muitos protagonistas ao longo da história, mesmo depois de fazer com que o público se apaixonasse por eles. “É verdade, sou culpado”, respondeu ele. “Mas acho que, se for para escrever sobre guerra, é bom mostrar o preço, mostrar o quanto é feio”, completou.

“Game of Thrones”, mesmo como uma obra de ficção que inclui criaturas mágicas como dragões, feiticeiras e zumbis; apresenta características que podem ser identificadas em sociedades reais. A luta pelo trono de ferro é repleta de mentiras, conspirações, traições e manipulação, e isso se estende ao longo do tempo.

Andrey considera os aspectos políticos da série como uma das características mais interessantes, e destaca o papel das mulheres dentro da série. “Apesar de algumas polêmicas sobre algumas mulheres terem sido abusadas, e sobre o próprio olhar que se tem da mulher; entendo que o autor está tentando reproduzir uma lógica de uma sociedade, de como as mulheres seriam tratadas dentro dessa lógica. E teve muito disso, principalmente no final da sexta temporada, tem muito essa coisa das mulheres em alta, se unindo, em alguns casos em aliança contra outras mulheres inimigas. A Cersei [Lannister], a Olena [Tyrell], enfim, todas as grandes casas estavam sendo lideradas por mulheres”, relembra.

Apesar de tudo, não é apenas o aspecto político em “Game of Thrones” que gera discussões. “Winter is coming” (o inverno está vindo, em português), frase pronunciada por diversos personagens ao longo das seis primeiras temporadas, é interpretado por muitos como a ameaça do aquecimento global.

A justificativa é de que os Caminhantes Brancos e o Rei Gelado representam uma ameaça para toda Westeros, que trava lutas e guerras por poder constantemente, mas precisará se unir contra um inimigo que pode destruir tudo, mesmo que sua motivação ainda seja desconhecida na história.

Em entrevista o autor já disse que não tinha isso em mente, e começou a escrever “As Crônicas de Gelo e Fogo” em 1991, quando ninguém ainda falava sobre aquecimento global; mas concorda com a teoria. “De maneira muito ampla, há aí um paralelo. Estamos lutando nossas batalhas, enfrentando nossos problemas. São problemas importantes: política interna e externa, responsabilidade social, justiça social… Tudo isso é importante, mas deixará de ser se estivermos mortos, com nossas cidades sob o oceano. Colocamos dez vezes mais energia, pensamento e debate na mídia discutindo como jogadores da NFL devem se portar durante a execução do hino nacional, do que nessa ameaça que destruirá nosso mundo”, disse George R. R. Martin em entrevista do canal TSingapore.

“Game of Thrones” representa um marco na história da TV mundial, não apenas pela complexidade de sua narrativa, mas pelo resultado que trouxe como uma produção para TV. A estreia da sétima temporada, em 2017, registrou um recorde de audiência para o HBO, alcançando 10,1 milhões de espectadores apenas nos Estados Unidos.

Os gastos na produção dos episódios também demonstram que as séries de TV se tornaram um investimento benéfico para a indústria audiovisual. Cada um dos seis episódios da última temporada de “Game of Thrones” custou US$ 15 milhões, e desta vez terão maior duração.

Rafael Oliveira, crítico de cinema dos sites Cineplayers e Plano Crítico, acredita que diversos fatores influenciaram a trajetória de “Game of Thrones” como fenômeno na TV, e o momento atual vivido pelas produções exclusivas para TV e serviços de streaming.

“Game of Thrones é um série com ares trágicos e clássicos, de mocinhos e vilões não tão bem definidos, bastante dúbios, e a liberdade criativa que a TV oferece para explorar isso é algo que fascina. Também tem a questão do investimento, porque Game of Thrones, apesar de ser uma produção para TV, tem um nível épico de diversas produções que foram feitas para o cinema, como O Senhor dos Anéis e Ben-Hur, e isso encanta os olhos do público que se dispõe a todo domingo religiosamente estar na frente da TV para acompanhar essa série”, justifica.

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