Projeto promove financiamento coletivo para subsidiar produção de artistas

Para dar um suporte financeiro a artistas de diversas áreas durante o período de quarentena em prevenção ao novo coronavírus, o projeto "Hora da Imaginação" promove uma campanha de financiamento coletivo para subsidiar as produções dos profissionais do campo das artes. O momento, que pede reclusão e proíbe eventos e consequentes aglomerações da população, atinge diretamente a renda artística.

O projeto pretende contratar alguns dos artistas mais afetados pelos cancelamentos de eventos solicitando que produzam, a partir de suas residências, conteúdos como tutoriais de atividades infantis, contação de histórias e outras coisas. A iniciativa é da Despertar Produções, que pretende financiar um total de 10 vídeos e gerar conteúdo para o canal Hora da Imaginação, no Youtube.

"Como já é sabido, todos os eventos foram cancelados para evitar as aglomerações - o que é o cerne do nosso trabalho. A gente precisa do público ali pra gente poder executar nosso trabalho. Os impactos são gigantes, principalmente na parte financeira. Pra tentar minimizar esses impactos, nós decidimos criar um canal no Youtube e contratar artistas, atores, atrizes, contadores de história, professores de dança e teatro pra criar conteúdos a partir das suas residências. A gente compra o conteúdo e publica nesse canal", explica Max Oliveira, sócio proprietário da Despertar Produções.

"A gente já começou o projeto. A gente tá subsidiando os primeiros capítulos, mas pra que ele mantenha-se perene, e que os artistas continuem tendo esse sustento, a gente precisa da colaboração de todos. Então a gente criou essa campanha pras pessoas que queiram colaborar. Qualquer valor é super bem vindo", conclui.

Os interessados podem doar por meio deste link. A cada R$ 260,00 arrecadados, um novo vídeo será produzido, fomentando assim o trabalho de um artista, um editor de vídeo e da equipe de produção.

MÚSICA

Os impactos econômicos também fizeram com que a classe artística musical, composta pelas associações Abramus, Amar, Assim, Sbacem, Sicam, Socinpro, UBC e o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), lançasse um manifesto.

O documento sugere a adoção de "medidas para garantir a sobrevivência da música brasileira". Entre as propostas, estão o incentivo, "após o período de isolamento e crise, via Ministério de Turismo e Secretaria de Cultura, além de Prefeituras e Estados, à realização de eventos culturais e shows que paguem regularmente os direitos autorais".

O manifesto pede também a "diminuição da inadimplência de entes públicos e privados realizadores de eventos que não efetuam o pagamento de valores referentes a direitos de execução pública de música destinados a (...) compositores, editores, intérpretes, músicos e produtores fonográficos".

Por fim, os representantes pendem também a "abertura de linha de crédito de capital de giro para empresas e pessoas que estejam ligadas ao setor musical, como compositores, músicos e intérpretes, entre outros do setor cultural, pela Caixa Econômica Federal; com juros reduzidos, carência e pagamento parcelado".