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Exposição coletiva 'O Futuro é Mulher' tem visitação suspensa no Centur

A mostra reunia trabalhos de 29 artistas, entre desenhos, pinturas, fotografias e objetos

Ana Carolina Matos

"O Futuro é Mulher", exposição coletiva que ocupava a Galeria Theodoro Braga (Centur), teve visitação suspensa como forma de prevenção ao novo coronavírus. Novas pautas da galeria também foram suspensas momentaneamente, segundo informação divulgada pela Fundação Cultura do Pará na tarde desta terça-feira (17). A mostra tinha previsão para ficar aberta até o próximo dia 10 de abril, e ainda não há informações sobre reabertura da exposição.

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"O Futuro é Mulher" reúne 52 obras de 29 artistas, entre brasileiras e estrangeiras. Curadora da exposição ao lado de Renato Torres e João Paulo do Amaral, Eliane Monteiro explica que a ideia surgiu em meio ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no 8 de março, e visa valorizar a produção da ala feminina. Os trabalhos estão em exposição na Galeria Theodoro Braga, localizada no subsolo da Fundação Cultural do Pará (FCP). A visitação pode ser feita de segunda à sexta-feira, das 9h às 19h. 

Eliane Monteiro, que também é artista e arte educadora, detalha que a exposição foi criando forma não como uma mostra temática mas sim voltada para produções das artistas. "No decorrer desse recorte, começaram a surgir os nomes dessas novas mulheres artistas, jovens. Começamos a entrar em contato e todo mundo curtiu porque era livre de um tema, o que importa é a produção dessas artistas, o que estão produzindo", explica ela, que detalha que a mostra soma ainda trabalhos de acervo da instituição.

image Obra de Mama Quilla, em exposição na mostra 'O Futuro é Mulher' (Divulgação)

Mesmo sem um tema fechado, há similaridades entre os trabalhos e, principalmente, em relação ao percurso artístico traçado pelas artistas, explica ainda Monteiro. "Conseguimos fazer um diálogo com o Coletivo M.AR. e o Coletivo Vênus, que criam os próprios espaços de exposição de forma independente. Também um outro detalhe é que a maioria das artistas são super engajadas nos movimentos de sororidade, da causa feminina, são artistas que apoiam umas as outras, dão cursos para outras artistas sobre produção, sobre como organizar portfólio pra que não fiquem invisibilizadas...", detalha.

Para ela, o momento é mostrar que as mulheres são donas da própria produção. "Nós sempre fomos musas e não protagonistas desse cenário artístico. Não querendo desprestigiar os homens, mas estamos em busca de uma equidade de oportunidade, uma melhor distribuição dessa visibilidade e a Fundação fomenta de fato isso, com nossos editais, com propostas sempre procurando deixar equilibrado", acrescenta.

image Obra da fotógrafa Paula Giordano, que faz parte do projeto 'Entre Luz e Escuridão' (Divulgação)

Uma das artistas integrantes da exposição, Paula Giordano explica que o trabalho visa instigar reflexões sobre a herança africana no Brasil, "principalmente em relação à religiões de matriz afro, como a Umbanda e o Candomblé". "O que se nota ainda nos dias atuais é uma estigmatização e discriminação contra estas comunidades religiosas, demonstrando assim uma intolerância, um confrontamento com os direitos humanos e agressão ao Estado Laico, incluindo o crescente número de ataques a cultos afro-brasileiros. Desta maneira, este trabalho tenta conduzir à uma reflexão sobre tais fatos, opondo-se a este tipo de violência na sociedade brasileira, bem como qualquer forma de coarctação dos direitos de expressão do ser", detalha.

Ainda de acordo com Giordano, a fotografia faz parte do projeto "Entre Luz e Escuridão", desenvolvido pela artista desde 2013. Ela conta que se dedica à fotografia há muitos anos, mas mantém a atividade profissionalmente há sete anos. Mesmo com um caminho de dificuldades encontrados pelas mulheres, "não somente no meio artístico", a fotógrafa avalia a força feminina na busca por espaços. "A mulher é um ser 'desdobrável', forte, flexível, pronto para se adaptar e reinventar, não aceitando qualquer destino marginal que lhe possa ser dado. Somos feitas para 'carregar bandeira', como cita a escritora Adélia Prado, conclui.

 

Agende-se

Exposição coletiva "O Futuro é Mulher"
Até 10 de abril de 2020
Visitação: de segunda a sexta, das 9h às 19h
Galeria Theodoro Braga - FCP (Av. Gentil Bittencourt, 650)
Informações e agendamentos de grupos: (91) 3202-4313
Entrada franca

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