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Sambista Fernando Jakaré será enterrado nesta sexta-feira em Marituba

Artistas e amigos prestam a última homenagem ao sambista campeão no Carnaval e na vida

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Lucas Costa
Da Redação

O corpo do sambista Fernando Jakaré será enterrado nesta segunda-feira, 12, no Cemitério Max Domini II, em Marituba. Um dos mais conhecidos intérpretes de samba de Belém, Jakaré faleceu na madrugada de quinta-feira, 11. Fernando Jakaré lutava contra um câncer no rim esquerdo. O corpo do cantor foi velado na casa de show Bolero. Artistas, amigos e escolas de samba lamentaram a perda.

A jornalista Lourdinha Bezerra, produtora do Clube do Samba, relembra a amizade com o sambista dizendo que Jakaré era “sinônimo de alegria e bom humor”. “Ele tinha uma voz de quem nasceu para cantar, era um intérprete nato. Estávamos o tempo todo achando graça com ele, era muito palhaço e de bem com a vida, cheio de vontade de viver. Onde ele chegava, cantava, tinha um timbre de voz inesquecível”, conta Lourdinha.

A jornalista diz que o samba está de luto, e conta que conheceu Jakaré quando ele trabalhava como locutor de lojas. “Ele não vivia só de música na época, cantava no Égua de Nós, no Guamá. Ele foi um cara criado no Guamá, e por onde passava não tem uma pessoa que tenha uma lembrança ruim dele. Todas as vezes que eu precisei dele, ele esteve comigo, não dizia não”, lamenta Lourdinha.

O timbre de voz de Jakaré, que marcou grande parte de seu público e amigos, também o tornou conhecido por interpretar canções de Alcione. Lourdinha relembra que os amigos que sempre estavam com ele, pediam com frequência as músicas da “Marrom”.

Jango Vidal, produtor de eventos, relembra que Jakaré abriu a maioria dos shows que ele produzia, como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, e até mesmo de Alcione. “Ele representava muito bem o samba do Norte, era um profissional de uma grandeza enorme. Ele participou do Rancho e era apaixonado, defendeu a escola na avenida. Perdemos um grande sambista”, diz Jango.

A Escola de Samba Rancho Não Posso Me Amofiná, do bairro do Jurunas, também lamentou a perda com nota de pesar. "Ele foi forte e guerreiro. Lutou até o fim. Cantou e encantou com sua voz. Mas hoje, 11/04, o coração de três cores - Azul, Vermelho e Amarelo - parou. Da comunidade Ranchista, nosso mais profundo sentimento aos familiares e amigos", lamentou a escola em nota.

Jakaré ainda voltou a fazer shows após a cirurgia a que foi submetido em julho do ano passado, mas suspendeu novamente as atividades ao iniciar a quimioterapia. A interrupção dos shows ocorreu em janeiro deste ano, devido aos efeitos colaterais do tratamento. Os amigos artistas chegaram a fazer dois shows solidários para Fernando Jakaré, sendo o último no mês passado.

Na ocasião, em entrevista à redação integrada de O Liberal, Jakaré explicou as interrupções. "A minha voz estava fraca. Tenho 30 anos de carreira e nunca deixei de trabalhar, sempre tive agenda nos finais de semana, viajava muito e hoje em dia não tô conseguindo nem sair de casa quase", disse na época. O sambista chegou a reclamar que estava enfrentando dificuldades no atendimento público pelo Hospital Ophir Loyola, em Belém. Na época Jakaré chegou a sentir a falta do medicamento Sutente na distribuição do hospital.

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