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Madonna continua transgredindo estilos e detonando convenções

Cantora libera 'Madame X', seu novo álbum, nas plataformas digitais

Maria Rita Alonso - AE
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Madame X, o aguardado 14º disco de estúdio de Madonna chega nesta sexta-feira, 14, às plataformas digitais. Mas Madonna já foi dando mostras de qual trilha seguiria nos singles que lançou desde abril. No total, foram cinco até agora, todos acompanhados de clipe.

Ouça Madame X, novo trabalho de Madonna:

O primeiro foi Medellín, parceria dela com o cantor colombiano Maluma, flertando com ritmos latinos - algo que não é novo na obra da cantora, vale lembrar.

A estreia do clipe da música, dias depois da divulgação do single, lembrou o esquema de divulgação de videoclipes de anos atrás, quando as emissoras de tevê, como a MTV, tinham papel importante nessa divulgação. Medellín, o clipe, teve transmissão exclusiva na MTV, no dia 24 de abril, no programa MTV Presents Madonna Live & Exclusive: 'Medellín' Video World Première.

A dançante Medellín vem embalada numa atmosfera totalmente oposta à da sombria Dark Ballet, que foi divulgada na dia 7 de junho. Impactante, a canção trata de temas como intolerância e fanatismo religioso. Como se fosse a ópera de Madonna sobre Joana D’Arc, que, no clipe, é representada na figura de uma negra trans.

Com a personagem histórica queimada nas chamas da Inquisição, Madonna volta a criticar a Igreja Católica - aliás, sua conturbada relação com o Vaticano vem de décadas. De alguma maneira, Dark Ballet remete a Like Prayer, um de seus mais polêmicos clipes, lançado em 1989, que trazia Jesus Cristo negro.

Com 15 faixas, Madame X, o disco, parece ser uma coleção de pequenas histórias, que são ligadas pela personagem principal, a misteriosa Madame X, novo alter-ego cunhado por Madonna.

"Uma agente secreta viajando ao redor do mundo, trocando sua identidade, lutando por liberdade, trazendo luz a lugares sombrios. Ela é uma professora de dança, uma chefe de Estado, uma governanta, uma prisioneira, uma estudante, uma freira, uma cantora de cabaré, uma santa e uma prostituta", a cantora descreveu assim a nova personagem, em suas redes sociais. Em Erotica, de 1992, ela já havia encarnado outro alter-ego, a dominatrix Dita. 

Ainda sobre o novo disco, a artista contou em outro momento, em seu Instagram, que tudo veio à tona em um bar que frequentou no tradicional bairro de Alfama, em Lisboa. "Minha inspiração para meu novo álbum nasceu aqui, em Lisboa, no Tejo Bar", escreveu.

Quando frequentava o local, ela descobriu em Lisboa "um caldeirão de culturas musicais" no que foi outrora a capital de um império colonial, que incluía Brasil, Angola e Moçambique. "Propor um espaço que inspire artistas como Madonna me enche de alegria", disse, em entrevista à AFP, Mira Fragoso, uma das proprietárias brasileiras do bar, palco de encontros improváveis, como o de Madonna e um pianista brasileiro João Ventura.

Para os brasileiros, esse álbum tem um elemento especial: a parceria da popstar com a brasileira Anitta no funk português Faz Gostoso, que não entrou na lista dos singles divulgados, mas que já teve um trecho vazado na internet. 

Inovadora desde sempre

Derrubar tabus em torno do sexo sempre foi um propósito para Madonna. Em termos de estilo, isso significou dezenas de modismos copiados por garotas de todo o planeta. Em seu disco de estreia, em 1983, o visual que misturava meia arrastão e jaqueta de couro com saia de tule, correntes e crucifixos refletia toda a ferveção de Manhattan da era pós-Studio 54, pós-punk e pré-aids.

Tudo o que usava era de brechó e lojas populares, nada era de grife. Aparentemente autêntico, esse visual foi influenciado pela estilista e designer de joias Maripol, figura famosa nas rodas de moda da época. Mas isso já não importa mais.

Na década seguinte, com a turnê Blond Ambition, o corset com sutiã em forma de cone criado por Jean-Paul Gaultier virou um ícone. Sua performance provocadora de Like a Virgin, na qual bailarinos acariciavam seu corpo, chocou os mais ortodoxos.

Veio então a fase dominatrix, desbocada, pornográfica. No cinema, Madonna participou do filme Corpo em Evidência, com muitas cenas de sexo, e lançou o livro Sex, com fotos de sadomasoquismo, feitas por Steven Meisel. Esse foi o ápice fashion da cantora. A moda sempre flertou com a libidinagem.

Com a maternidade, seu estilo mudou radicalmente. "Quando minha filha nasceu, eu nasci de novo", ela disse a Oprah em 1998. Meio hippie, ela deixou o cabelo solto e natural, parou de usar maquiagem, virou fã de ashtanga yoga e devota da Cabala. Ray of Light marca bem essa época. Depois vieram o japonismo, o estilo disco, a fase country, até chegar a Madame X. Agora, do alto de suas quatro décadas de carreira, Madonna arrasa ao lado de parceiros latinos dando uma aula de branding.

Não tivesse ela escancarado a porta dos bons costumes de forma tão despudorada, talvez o mundo de hoje não fosse o mesmo, com a geração Z sexualmente fluida, o movimento LGBTQI superativo e feministas fazendo topless para protestar.

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