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Ira! e Lobão tocam sucessos da carreira na capital paraense

Os ícones se apresentam no 'Rock na Veia Music Festival', no sábado, na Assembleia Paraense

Enize Vidigal
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Ira! e Lobão, dois símbolos do rock nacional, se apresentam em Belém, neste sábado, 9, para tocar os grandes sucessos das trajetórias musicais.

O Ira! prepara um novo álbum para 2020. Em entrevista exclusiva, o vocalista Nasi discorre sobre a trajetória da banda marginal que surgiu em plena Ditadura Militar, a adaptação às mudanças do mercado fonográfico, as parcerias exitosas, os hits que resistem ao tempo e a volta a Belém após dois anos do último show. "Realmente é um prazer muito grande voltar a Belém, uma cidade muito bonita, de povo acolhedor e de culinária muirto saborosa".

Os shows acontecem no "Rock na Veia Music Festival", na sede campestre da Assembleia Paraense, a partir das 22 horas. A noite também terá a apresentação de Markinho Duran e Dj Roberto Penna.

Com sucessos como "Envelheço na cidade", "Núcleo base", "Dias de luta", "Eu quero sempre mais", "Tarde vazia", "Girassol e "Vida passageira", Nasi sobe ao palco ao lado do parceiro de origem da banda, Edgar Scandurra.

A dupla se apresenta com nova formação, com o baixista Johnny Boy e o baterista Evaristo de Pádua. "Nosso show anterior, em 2017, foi muito legal. Tenho que certeza que vai ser melhor ainda. Nessa época, o Daniel Scandurra era o baixista, filho do Edgar, Jhony Boy era o tecladista. O Daniel se afastou da música para se dedicar à vida acadêmica e o Jhony, que tocava teclados, é multiinstrumentista, mas originalmente baixista. É uma formação (nova) incrível", disse.

Com a nova formação, a banda gravou o próximo disco, que ainda não tem nome. Nesta turnê, o Ira! se concentra as músicas conhecidas do público e só divulgará as músicas novas na turnê de 2020. "Todas as músicas que tocaram bastante no rádio durante esses quase 40 anos de carreira e as músicas que passam por todos os discos do Ira! (serão tocadas em Belém)".

Mas a volta a Belém traz a lembrança do Ver-o-Peso, que Nasi já visitou. "Lembro da primeira vez que tomei tacacá e aquela sensação inédita pra mim, de ter a boca amortecida", comenta, recordando também os peixes e as frutas regionais que já experimentou.

"O mercado mudou muito, fiz parte da era do vinil e depois houve uma radical mudança para a era do CD, agora temos o streaming, as plataformas digitais. Não se vende mais disco como antigamente. Hoje, o artista compõe pelo prazer de compor e para ter novidades para mostrar em turnês", reconhece.

Independente das mudanças que o Ira! vivenciou no mercado ao longo de quase 40 anos, ele avalia que a música da banda resistiu ao tempo porque têm "qualidade", com letras que fazem um contraste muito grande nos tempos atuais", comparou.

"Muitos gêneros musicais passaram, como lambada, sertanejo, axé, pancadão, mas o Ira! sobreviveu a tudo isso. O Ira! é uma banda clássica, que tem um público grande por todo o Brasil (...) Isso é que faz as músicas do Ira!, dos Titãs, do Legião, dos Paralamas terem eco e fazerem sentido profundo até os dias de hoje", avalia.

"Quando nós começamos, o rock era uma coisa completamenrte marginal, no início dos anos 80. Ainda existia ditadura militar, o rock era mal visto, era subterrâneo. Depois veio o 'boom' da geração do rock brasileiro, tudo girava em torno do rock até meados de 90. O rock continua como segmento muito importante como forma de expressão do jovem urbano. Pode não fazer sucesso no rádio e nos programas de auditório da televisão, mas tem uma vida muito intensa nas redes sociais, nas plataformas e nos festivais. Nenhum gênero musical no Brasil tem tantos festivais, como o rock. Os grandes artistas internacionais que lotam estádios no Brasil são artistas de rock. O rock ainda fala alto em muitos corações".

Nasi também comenta as principais parcerias da carreira: Para ele, a participação do violonista Yamandu Costa no disco "Folk" (2017) foi uma das mais importantes. "Essa parceria (com Yamandu) não fez tanto sucesso em rádio (como as com Pitty, em 'Eu quero sempre mais', e o Samuel Rosa, em 'Tarde vazia', ambos no álbum 'Acústico MTV'). Ele fez um dueto com Edgar, que é um dos pontos altos desse disco e do encontro de dois grandes instrumentistas. Com Samuel tocou muito no rádio. Mas é inegável que a parceria com a Pitty foi muito interessante porque foi o maior sucesso daquele disco e foi a música mais executada no Brasil em 2005. Não é pouca coisa porque já não era uma época em que o rock estivesse ditanto as cartas. E marcou o início da carreira da Pitty, que ainda não tinha o sucesso que depois veio a ter".

Apesar de serem amigos, o Ira! e o Lobão não devem se encontrar no palco, pois isso ainda não foi combinado. Portanto, o público deve esperar dois shows diferentes.

Lobão

Lobão afirmou que vai tocar os sucessos "Decadence Avec Elegance", "Essa Noite Não", "Me Chama", "Vida Bandida", "Vida Louca Vida" e "Corações Psicodélicos", entre outros, além de hits do álbum "Antologia politicamente incorreta dos anos 80 pelo rock" (2018), que traz também músicas de outros astros. "Sempre tive uma excelente receptividade no Pará, com shows antológicos. A gente tem um carinho muito grande", declarou.

O músico toca vários projetos paralelos à música, ele está prestes a lançar a edição revisada do livro "50 Anos a Mil" (2010), o resumo da sequência "Mais 10 Anos" e a autobiografia completa e atualizada "60 Anos a Mil". Ainda, lançou um canal de assinatura no Youtube, o "Lobolândia", com programação variada que inclui pocket shows e revelações dos bastidores do rock que estão nos livros, e um site de masterclass.

Agende-se:

'Rock na Veia Music Festival', com Lobão e Ira!
Data: sábado, 9/11, a partir das 22h
Local: Assembleia Paraense (Av. Alm. Barroso, 4614, Souza)
Ingressos nas Centrais Bis

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