Emicida lança música com Dona Onete criticando o racismo na sociedade

O rapper Emicida lançou nesta quinta-feira (9) sua mais nova música, "Eminência Parda". O single tem participação de Dona Onete, Jé Santiago e Papillon, e vai estar no próximo álbum do artista.

O videoclipe tem direção de Leandro HBL e roteiro assinado por Emicida. Em um estilo curta-metragem, o video mostra uma família que sai para comemorar a formatura da filha de 19 anos em um restaurante chique. No local eles são recebidos com olhares estranhos dos clientes, que chegam a questionar sua presença ali. Confira:

No Twitter, Emicia explicou que o nome da música trata-se de um questionamento à posição dos negros na sociedade.

#EminênciaParda

Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante supremo de tal reino ou país mas é o verdadeiro poderoso.

— emicida (@emicida) 9 de maio de 2019

O último álbum de estúdio de Emicida, "Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa", está prestes a completar quatro anos de lançamento. Este é o maior tempo que o rapper já ficou sem lançar músicas, e novo trabalho em estúdio chega após um período de imersão na África.

"Eminência parda é uma expressão francesa que tem um significado provocador, assim como essa canção", diz Emicida. "De onde emana o verdadeiro poder? Quem nos diminuiu até acreditarmos que o poder e pessoas como a gente eram elementos contrários? É uma música sobre grandeza autêntica”, explica.

A música abre com a voz de Dona Onete, interpretando os versos do "Canto II", de Canto dos Escravos, álbum de domínio público que contém cantos ancestrais dos negros banguelas, de São João da Chapada (um dos distritos de Diamantina, Minas Gerais)

Emicida conta também com a participação do expoente do rap paulista Jé Santiago, que agrega com melodia e versos sobre um jovem negro que não virou estatística e vem conquistando o seu espaço. Outra colaboração potente é a do rapper português Papillon, que traz a sua mensagem sobre força e pertencimento de lá do outro lado do Atlântico, dando continuidade à ambição de Emicida de fazer o Oceano Atlântico ser somente um “detalhe”.