Dudu Nobre se apresenta ao lado de Arthur Espíndola na capital paraense

Dudu Nobre se apresenta em Belém no sábado, 16, na segunda edição do projeto musical 'Espindolada', do sambista paraense Arthur Espíndola, na quadra do Rancho Não Posso Me Amofiná, a partir das 21 horas. Para comemorar o aniversário de 20 anos como cantor, o afilhado de samba de Zeca Pagodinho acaba de lançar o single "Tão Só" acompanhado de videoclipe.

A composição é assinada pelo carioca em parceria com Nelson Rufino. Nesse show, Dudu vai cantar os sucessos da trajetória musical, marcada por “Goiabada cascão”, "Água da minha sede", “A grande família” e “Não faz assim que eu posso até me apaixonar”, entre outros. Arthur também vai cantar as músicas autorais e de outros nomes consagrados do samba nacional.

"É sempre um prazer ir a Belém, ainda mais no Rancho. Eu tenho um carinho muito especial pelo Rancho. Já tive o prazer de ser campeão (do carnaval) na composição do samba-enredo do Rancho. É sempre uma satisfação poder ir a Belém do Pará e estar com os paraenses que sempre me recebem muito bem", disse Dudu em entrevista exclusiva.

"O Pará é o grande polo do samba na Região Norte, já andei o estado inteiro umas três vezes (fazendo show). Fico muito feliz de ir ao Pará".

No Rancho, Dudu Nobre e Arthur Espíndola farão duas apresentações em separado, mas cantarão três músicas juntos. A parceria entre os dois iniciou há dois anos, com Dudu tendo assumido o papel de "padrinho de samba" de Arthur, para incentivar a projeção nacional dele.

A dupla já dividiu o palco em vários shows, principalmente no Rio de Janeiro e em Belém - como em outro projeto de Arthur, "Sexta Sesi do Samba", no ano passado, na Cidade das Mangueiras - e até em Portugal, com Arthur tendo feito uma participação em show do carioca, no mês de agosto. Ainda, Dudu acaba de gravar a música "Chova tudo que tem que chover", composição de Arthur, que estará no próximo disco do paraense, "O samba que eu tenho pra dar", já gravado em São Paulo.

Dudu contabiliza 20 anos de carreira a partir dos 10 anos de idade, quando começou a cantar. Ele conta que começou a tocar cavaquinho aos cinco anos de idade, mas começou a ganhar dinheiro tocando aos 10 anos, a partir de quando contabiliza 35 anos de trajetória musical.

No novo samba, "Tão Só", ele fala de amor, de um relacionamento que acabou e que deixou saudade: "Amor, preciso tanto te rever/ pra matar essa saudade/ um pouquinho só/ Como arde a lembrança/ em meu peito/ Seu amor era mentira só/ foi embora levou seu carinho/ me deixou tão só", diz a letra.

A celebração dos 20 anos não pára por aí. Dudu ainda planeja lançar nas plataformas digitais mais duas música inéditas com videoclipe, entre os meses de janeiro e março, de 2020. Ele também prepara o segundo disco instrumental, "O Cavaco vai pra pista", que mistura chorinho, samba , música eletrônica, hip hop e funk, que deve lançar no mês que vem.

Com muitos projetos, ele acaba de voltar de turnês em Portugal e na África, sendo que, em Cabo Verde, promoveu workshop de samba e montou uma festa popular de carnaval. Ainda, está preparando a trilha sonora do filme "Intervenção", da Paris Filmes, e os sambas-enredo das escolas de samba Unidos da Tijuca (com Jorge Aragão e outros), no Rio, Camisa 12, em São Paulo, e Mocidade Unida da Glória, no Espírito Santo. Empolgado em ensinar cavaquinho, montou um site de aulas virtuais para assinantes (cavaquinhocomdudunobre.com.br) e pensa em escrever um livro com o mesmo propósito.

Arthur Espíndola apresenta músicas autorais em show

A "Espindolada" com Dudu Nobre e as participações de Luciano Cachorrão, Mestre Cavalo e o grupo Tamarindeira, será a última do ano. O projeto, inicialmente criado em 2016 com um formato menor, ganhou nova versão em formato de roda de samba, seguindo o exemplo das escolas cariocas e paulistas, reunindo artistas do Pará e do Rio.

Na primeira "Espindolada" de 2019, Arthur trouxe Moacyr Luz, do Samba do Trabalhador, e Chico da Silva. O projeto tem a direção musical de Ígor Nicolai.

Nesse novo show, Arthur vai cantar as músicas autorais, incluindo as conhecidas "Tempo Deus", "Destino Cruzado" e "Maliciosa", e o single recém-lançado "Amor que eu sempre quis", além de apresentar em primeira mão "Pra parar de sofrer", composição dele com Márcio Alexandre, Monir Trad e Talita Zioli, que foi gravada com Péricles para o novo disco.

Além dessas, Arthur antecipa que vai gravar "os sambas que eu gosto, do Fundo de Quintal, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Dona Ivone Lara e outros".

"Tem um público de samba cativo em Belém, que é presente em todos os shows. Difícil ver um show de samba que não dê público. E o samba está crescendo mais ainda, com muitos eventos, compositores e intérpretes", avalia Arthur. Há tempos, o Pará é exportador de sambistas talentosos, especialmente compositores, como Toninho Nascimento, um dos compositores de Clara Nunes, Roberto Serrão e Edmundo Souto.

"Vai explodir em 2020, pois já se vê sambistas ganhando prêmios, como Multishow, lotando casas de show, o que não vinha acontecendo porque o mercado fonográfico estava voltado para outros estilos. A reviravolta se deve à organização empresarial dos novos sambistas e à saturação dos rtimos da moda. Como o samba é um gênero brasileiro, as pessoas se identificam, ele dá uma queda, mas acaba sempre voltando".

Arthur e Dudu serão acompanhados pela banda do sambista paraense, composta por Diego Xavier (cavaquinho), Alexey Moreira (contrabaixo), Júnior (saxofone), Eduardo Souza (bateria), Marcos Anderson, Bruno Mendes e Rodrigo Moraes (percussão), sob a produção Mariana Cordeiro.

Agende-se:
"Espindolada", show com Dudu Nobre e Arthur Espíndola
Da: Sábado, 16/11
Hora: 21h
Local: Sede do Rancho Não Posso Me Amofiná (Tv Honório José dos Santos, 758, Jurunas)
Ingressos: Lojas Ana Bolsas (Parque Shopping, Castanheira e Boulevard), MacGaver Tatoo (Pátio) e centraldoseventos.com.br