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Cantora paraense Laís Cristo retira música com termo racista de plataforma digital

Assessoria da cantora disse que tomou atitude em espeito à luta contra o racismo

Redação integrada

A cantora Laís Cristo regravou o samba "Criado Mudo" para marcar o começo de sua carreira solo. A canção, composta por Bruno Benitez em 1999, foi gravada pela primeira vez por Lais em 2012, quando ela participou de uma das edições do Festival de Música Popular Paraense. Contudo, agora em 2020, muitas pessoas questionaram o uso de um termo considerado racista. Laís explicou que nunca teve a intenção de ofender ao usar o termo, e que não sabia das origens da palavra que descreve o móvel de cabeceira.

Na manhã desta quarta-feira (25), a assessoria da artista emitiu o seguinte comunicado: "A cantora Lais Cristo e o compositor Bruno Benitez repudiam qualquer ato de racismo e em respeito à luta pela igualdade racial, eles resolveram cancelar o lançamento do single 'Criado Mudo'. A música já foi retirada das plataformas digitais e o compositor já fez a substituição do termo 'Criado Mudo' da letra e que deverá ser regravada posteriormente". A cantora também se posicionou sobre o caso, em conversa com OLiberal.com.

"Na época que foi gravada, não tinha essa questão toda que temos hoje. Resolvi regravar por marcar meu início de carreira, mas há uns dias, uma amiga minha me mandou uma lista de termos racistas, e eu pensei 'poxa, já lancei a música'. Fiquei meio desesperada, até porque, sou preta, sou de família preta. Apesar de não ter sido eu quem compus a música, e com certeza, o compositor não teve essa intenção, atualmente, tem esse problema em usar esse termo. Eu tava até conversando com o Bruno [Benitez] sobre o que fazer, e até, sei lá, mudar o nome da música", explica a cantora.

Segundo o site do GELEDÉS - Instituto da Mulher Negra, o termo usado para nomear o móvel que fica ao lado da cama surgiu de uma das tarefas que os escravos eram obrigados a realizar: segurar objetos para os seus senhores. Por serem proibidos de falar e conversar, eram chamados de mudos. O instituto sugere que o termo seja substituído por mesinha de cabeceira, e volta a reforçar que é importante que esses termos caiam em desuso, com várias campanhas sendo feitas no Mês da Consciência Negra.

A nova versão da canção foi gravada em um estúdio de Capitão Poço e contou com a participação dos músicos que acompanham a cantora nos shows que ela realiza na região. 

Laís Cristo canta desde 10 anos de idade, quando ingressou no coral infantil da Igreja Matriz de São Miguel do Guamá, nordeste do Estado. A partir daí ela também integrou a banda da escola e começou a fazer as primeiras apresentações em serestas e shows na cidade. Aos 14 anos ela veio para Belém  e depois de três anos começou a cursar Geografia na UFPA. 

Fazendo carreira cantando em eventos, Laís divide sua rotina como artista com a academia, pois é doutoranda em Planejamento Energético. pela UFRJ. Ela conta que durante a semana, foca em sua tese, e que se dedica à música, sua grande paixão, mais aos fins de semana. "Canto todos os ritmos, pois cantei muito em em eventos, e é um pouco de tudo. Mas tenho carinho pelo samba", disse Laís.

 

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