Arthur da Silva lança o EP 'Tese Brega-Soul'

Trabalho lançado nesta sexta traz o encontro do soul com o passadão do brega

Lucas Costa
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A sofrência pode ter ganhado o país em um fenômeno relativamente recente, mas é possível dizer que a cultura das canções apaixonadas - com letras poéticas e emocionadas sobre relacionamentos - vem de muito tempo; com os conhecidos hoje como “bregas marcantes” ou “passadões”.

A essência deste período de ouro, popular até os dias atuais, é o que Arthur da Silva propõe resgatar em “Tese Brega-Soul”, seu novo EP lançado nesta sexta-feira (16), em todas as plataformas de música.

Promessas da música paraense, Arthur é conhecido pela lírica sensível. O músico se estabeleceu na cena local em 2019, com o lançamento de seu álbum de estreia, “Acenei”, onde mescla desde o funk e bolero, até o samba e batuque: uma verdadeira ode à brasilidade.

Em “Tese Brega-Soul”, o artista segue explorando a MPB, desta vez indo trazendo também um toque internacional: a soul music. A lírica exagerada do brega brasileiro e os arranjos graves do soul estadunidense se encontram no novo álbum de Arthur, gêneros que ele explica terem mais semelhanças do que parece.

“O brega dos anos 1980, conhecido popularmente como ‘passadão’, tem grande influência da música soul dos anos 70. Isso é percebido, sobretudo, pela abordagem hiperbólica do amor, presente nas letras de nomes como Bartô Galeno, Odair José, Amelinha, do paraense Mauro Cotta e até mesmo Reginaldo Rossi e Tim Maia. Sem dúvida, essas são as principais inspirações de ‘Tese Brega-Soul’”, conta Arthur.

De acordo com o músico, os arranjos mais graves são percebidos no baixo e na percussão, característicos da música soul, e amarram as quatros faixas do álbum, ainda que puxadas para outros estilos. “‘Movimento’ e ‘Vertigens’ são canções essencialmente do brega-soul. Mantendo essa base, ‘Melô da tese’ flerta com a cúmbia latina, enquanto ‘Líquidos’ é uma música eletrônica”, descreve Arthur.

“Tese Brega-Soul” traz composições feitas por Arthur em um período anterior à pandemia. A faixa “Movimento”, por exemplo, é de 2016, única canção do repertório que conta com uma parceria na composição, de Matemba. Para Arthur, a “tese sonora” do álbum – como ele define – é festiva e cumpre um importante papel em tempos difíceis.

“Pandemia e crises social, política e sanitária. O cenário brasileiro não está fácil, mas as pessoas precisam ter motivos para acreditar e sorrir, sempre em segurança, afinal a covid-19 ainda está aí. O ‘Tese Brega-Soul’ busca trazer uma sensação de ‘normalidade’, convidando o público a se divertir em casa”, justifica Arthur.

O “Tese Brega-Soul” foi gravado no Estúdio dos Bichos, no bairro da Pedreira, em Belém, com masterização de Luan Sanches e backing vocal de Thalia Sarmanho e Rose Karimme. O lançamento tem apoio da Lei Aldir Blanc e da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult), e distribuição do selo Psica Produções.

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