Após dez anos, Nação Zumbi volta ao palco de Belém

Banda é a atração principal do Festival Se Rasgum neste sábado

Bruna Lima
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Pelo visto só o Festival Se Rasgum para matar a saudade entre a banda Nação Zumbi e o público paraense, pois a última vez que a banda recifense esteve em Belém foi em 2009, na 4ª edição do festival, ainda no extinto African Bar. Dez anos depois o encontro se repete. O show  será a atração principal do terceiro dia de festival, neste sábado (2), no Espaço Náutico Marine Club. O ingresso pode ser adquirido pelo Sympla.

A primeira fala de Alexandre Dengue, baixista da banda, durante a entrevista por telefone foi justamente sobre a expectativa de tocar em Belém, uma vez que ele diz que não entende porque houve tanta demora para retornar à capital paraense. "A expectativa é a máxima possível, pois não vamos a Belém há dez anos. O Brasil é grande e sempre a gente fica com essa vontade de voltar a tocar aí. Não sei porque houve tanta demora para esse retorno. Espero que esse show dê uma lavada na alma. A gente se identifica muito com a cidade, o movimento cultural é parecido com o de Recife e também com outros lugares do nordeste", pontua Dengue.

Nação Zumbi representa um marco para o rock brasileiro, nascida no início da década de 90, trouxe, além do movimento Manguebeat, uma leva de novas bandas para o cenário nacional. No primeiro show do grupo, que ainda tinha nome provisório "Loustal e lamento Negro", Chico Science e Fred Zero Quatro escreveram um release que acabou virando um manifesto do movimento Manguebeat.

Chico Science foi uma figura de grande importância para o grupo, uma vez que com sua ousadia e ideias inovadoras conseguiu importantes conquistas para o movimento. Dois anos depois da banda criada, foi assinado um contrato de 40 mil dólares com o selo Chaos, uma subsidiária da Sony Music, tendo feito apenas dois shows fora de Pernambuco.

Um dos diferenciais da banda é a mistura de sonoridade e o sotaque da música latina sempre esteve presente no trabalho da Nação Zumbi. Lúcio Maia, que é guitarrista da banda, sempre ousou em colocar esse sotaque da guitarrada e recentemente em seu trabalho solo lançou um trabalho solo com sons da guitarrada latina.

"A latinidade está implícita na nossa sonoridade. O Brasil é latino até o osso, está na rítmica da fala, da cultura, não é presente apenas ritmo percussivo. Nós estamos completamente imerso no ritmo latino. Eu fui criado ouvindo bolero. O nosso som traz influência da Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa e assim nós inventamos nosso som", diz Dengue.

Após a morte precoce de Chico Science, em 1997, a banda passou por mudanças durante esse percurso e para o público essa troca é perceptível na sonoridade da banda. E Dengue explica que é natural que isso ocorra, pois quando muda uma peça muda a configuração do jogo. Mas o baixista diz que de fato essa mudança vai ser notada somente após o lançamento do novo disco da Nação Zumbi, que tem previsão de lançamento para depois do carnaval de 2020.

A banda está em fase de composição e Dengue explica que o processo nesse momento se torna mais lento, porque ele voltou a morar em Recife, diferentemente do restante dos integrantes da banda. "A gente vai fazendo as composições e gravações, mas precisa passar por aprovações e como estou distante do restante da banda acaba se tornando um processo mais demorado", explica.

O grupo tem nove álbuns gravados e o último disco autoral da banda foi lançado em 2014. Em 2017, lançou "Radiola NZ", que é um disco com novas versões de músicas de outros artistas. O álbum traz David Bowie, Tim Maia, Lynval Golding e entre outros.

Dengue espera que com o lançamento do novo trabalho a banda ganhe um novo gás, pois nos últimos dois anos a frequência de shows vem diminuindo consideravelmente. "O último show que fizemos com a Nação Zumbi foi há um mês e meio. Estamos chegando em Belém com muita vontade de tocar e esperamos por um show maravilhoso", fala Dengue sobre a expectativa.

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