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A vez delas no pagode: Virtudão lança nova fase com vocalista mulher

Lançando "O Tema Sou Eu", grupo bate um papo nesta terça, 10, no Conexão Liberal

Caio Oliveira
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Apesar de termos ícones femininos marcando a história do samba e do pagode, como as grandes Alcione e Beth Carvalho, a mulher ainda luta pra se manter em evidência no meio de alguns dos gêneros musicais mais populares do Brasil e que ainda são dominados pelos homens. Para tentar mudar um pouco esse cenário, pelo menos, aqui no Pará, o grupo Virtudão resolveu inovar após dez anos de estrada. O último EP do grupo de pagode contou com a presença feminina em todas as três faixas, inclusive na canção “O Tema Sou Eu”, que será o tema do Conexão Liberal desta terça-feira (10), a partir das 16h na Liberal FM (97,5).

“Essa música representa um novo momento. Acabamos de voltar de São Paulo, onde gravamos o EP que tá sendo um marco pra gente desses dez anos, pois a gente quis investir nessa parte autoral com voz feminina. Pensamos que nessa época de mudanças, por conta da pandemia, seria uma boa época para levantar essa bandeira”, conta Everton Martins, que disse que quem assume os vocais da banda é Letícia Moura, que já cantava com a banda em um outro projeto, voltado para eventos, mas que agora, abraçou de vez seu lado pagodeira.

“Eu acho que é um desafio. A gente não vê muitas mulheres no pagode, ainda mais aqui na nossa região. Olham pra gente e não acreditam quando veem uma mulher feminina, em cima de um salto, cantando, e é um desafio mudar essa concepção de que só homem pode fazer pagode”, conta Letícia Moura, a nova vocalista da banda e que diz que quer ser o rosto de uma nova geração de sambistas e pagodeiras no Norte do Brasil. “Tiveram as mulheres fortes lá de trás que enfrentaram muito mais preconceito e lutaram para ter esse espaço, mas infelizmente, a gente não vê muito esse movimento renovado”, disse a pagodeira, que conta como foi aceitar o convite para assumir a linha de frente do Virtudão.

“Eu canto desde os 15 anos e iniciei no pagode, então voltei às minhas raízes agora. Comecei a cantar com eles em 2016, só que no projeto Virtudão VIP, que é pra eventos, casamentos, formaturas. Esse ano, foi o momento que a gente resolveu inovar e colocar na frente uma voz feminina”, disse Letícia.

Ainda que as maiorias da letras sejam dedicadas a elas – clássicos dos anos 90 como “Inaraí” e “Cheia de Manias” – as mulheres seguem em busca da oportunidade de serem ouvidas no cenário, já que as canções - em sua maioria, românticas - falam sobre relacionamentos pela perspectiva masculina. Na faixa “O Tema Sou Eu”, Letícia faz um dueto divertido com um outro grande nome feminino do pagode na atualidade, a catarinense Ana Clara, que já cantou com bambas como Alexandre Pires, Péricles, Ludmilla e Alcione.

A letra do pagode delas conta uma história de amor, mas de um jeito diferente do habitual: uma mulher aconselhando a amiga apaixonada a tomar cuidado com a lábia de um pagodeiro conquistador, que disse que escreveu uma canção para ela. A outra defende seu amado e, quase como se fosse uma resposta para todas as composições anteriores do gênero, as mulheres encerram mandando a real: “Aumenta o som aí, amiga. Curte esse pagode que o tema sou eu!”.

“Eu acho que, na verdade, a música mostra um pouco do que a gente tá vivendo. Achei interessante esse diálogo de amigas, das mulheres cantando juntas, pois já vemos isso várias vezes com os homens. É legal ter essa outra versão, mas sem menosprezar os homens: os dois lados saem ganhando, tanto os caras quanto as minas”, disse Letícia, que conta que foi um prazer dividir o estúdio com a catarinense que vem ganhando cada vez mais destaque no cenário do sul-sudeste, com várias parcerias de peso.

“A participação da Ana Clara veio através da amizade com o Jr Nikimba, nosso produtor e que escreveu as canções do EP. Ela foi muito querida com a gente, topou na hora o convite. Conheceu um pouco da nossa história, trocou muita experiência. Ela falou também desse lado de ser uma mulher no meio de tantos homens, e isso a gente teve em comum, então rolou uma química muito legal pra abraçar essa nova fase em que trazemos ênfase às mulheres nesses singles”, comemora a pagodeira paraense.  

Além de Ana Clara, para celebrar esse momento, o grupo contou com vários outros nomes experientes do pagode na gravação do EP, já que a produção foi feita por músicos que trabalharam com artistas como Dilsinho, Belo e Alexandre Pires.

“Essa galera forte produziu nosso EP, os melhores, além da participação da Ana Clara, que foi uma honra, uma mulher que é uma das maiores expressões do pagode feminino hoje em dia. Estamos numa expectativa boa pra esse cenário, ainda que esteja complicado por conta da pandemia”, contou Everton, que disse que é uma honra ter sua música veiculada no Sistema Liberal de Rádios e que está muito ansioso para o Papo Liberal, quadro dentro do Conexão Liberal. “Expectativa alta! É a realização de um sonho mesmo ter nossa música executada em uma rádio que a gente gosta de escutar e de credibilidade!”, encerrou o pagodeiro.

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