Museu Emílio Goeldi oferece visitas guiadas e trilha a céu aberto

O Museu Paraense Emílio Goeldi oferece uma oportunidade preciosa, durante a 17ª Semana Nacional de Museus, para se fazer uma viagem de descobertas a respeito dos rios amazônicos e tradições estreitamente ligadas a eles. Os visitantes poderão percorrer uma trilha a céu aberto no Parque Zoobotânico, guiados por pesquisadores da instituição. A programação segue nesta quarta-feira (15), com entrada gratuita.

Em sete estações de conhecimento localizadas no Zoobotânico, a população se familiariza com algumas das dinâmicas dos processos naturais e socioculturais da região, campos de estudo em que o Museu Goeldi é referência junto à comunidade científica internacional.

Todos os assuntos estão atravessados pelo tema geral escolhido pela instituição este ano: "Uma viagem de descoberta pelos rios e tradições no Museu Goeldi", uma celebração à bacia amazônica, a maior do planeta. São abordados na programação vestígios de tempos imemoriais preservados pelos rios e suas rochas sedimentares; a relação de pescadores com este potente elemento da natureza; e a importância irrefutável dos povos indígenas no Rio Negro para a conformação da floresta.

Os visitantes poderão ainda mergulhar na cultura de populações da pré-história da Amazônia, sua misteriosa arte rupestre e seus valiosos sítios arqueológicos, muitos deles presentes no Pará, como no município de Monte Alegre.

A fauna aquática tem lugar garantido na trilha, com uma parada para um rico olhar sobre peixes endêmicos e em extinção, tantas vezes só conhecidos nas mesas de refeição; sobre répteis e as temidas serpentes, muito frequentes em ambientes urbanos durante períodos de chuvas intensas; e sobre as graciosas aves brejeiras. 

A diversidade da flora do Zoobotânico ganha espaço no Lago da Vitória Régia, espécie mais conhecida pelo seu charme e beleza, mas de importância medicinal e gastronômica certeira.

Como parte da programação, a mais nova exposição do Museu Goeldi, "Postado! Arqueologia brasileira nos selos", acolhe a oficina "Arte postal" dedicada a estudantes do Ensino Fundamental e Médio, previamente agendados. A atividade se dará em uma das edificações mais simbólicas do Zoobotânico, popularmente conhecida como Rocinha.

O Pavilhão Domingos Soares Ferreira Penna foi construído no século XIX. Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é a única das 300 construções do gênero na capital aberta ao público. Alunos e professores do curso de Museologia da UFPA participam do calendário, apresentando aos visitantes do Zoobotânico alguns dos seus mais recentes projetos.

Na quinta (16), será realizado o lançamento do livro "A persistência do aviamento: colonialismo e história indígena no noroeste amazônico" (Edufscar, 2018), às 18h30, na Livraria da Fox. A obra é fruto de minuciosa pesquisa, iniciada em 1985, pelo historiador e antropólogo Marcio Meira junto a povos indígenas no alto Rio Negro.

Por meio de estudos de campo e historiográficos, o pesquisador do Museu Goeldi e ex-presidente da Funai (2007-2012) revela a trajetória dramática dessas populações no noroeste amazônico e, ao mesmo tempo, o poder de resistência que imprimem até os dias de hoje. 

Programação:

Quarta-feira, 15
9h30 às 11h30 - Visita guiada:
Entrada - A história dos rios - Sue Anne Costa
Rocinha - Povos da pré-história amazônica - Edithe Pereira
Lago do Tambaqui - Pescadores da Amazônia - Ivete Nascimento
Aquário - Peixes amazônicos - Horácio Higuchi
Serpentário - Serpentes e outros répteis - Ana Prudente
Gaiolão das Aves Aquáticas - Aves Aquáticas - Lincoln Carneiro
Lago da Vitória Régia - Vitória Régia - Amir Lima

Das 14h às 16h - Painel "Museologia da UFPA em Fluxo"
Bate-papo com alunos e professores do curso de Museologia da UFPA
Local: Entrada do Parque Zoobotânico

Quinta-feira, 16, às 18:30
Lançamento do livro "Persistência do aviamento. Colonialismo e história indígena no noroeste amazônico", de Márcio Meira. Local: Livraria da Fox