Festival de Circo Contemporâneo On-line celebra as múltiplas formas de se fazer arte

O evento ocorre de 20 a 25 de abril, totalmente on-line e gratuito

Caio Oliveira
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Quase todas as civilizações da humanidade desenvolveram algum tipo de arte circense, com registros de até 5 mil anos sendo encontrados em civilizações da China, Índia, Egito e Grécia, entre outras, Hoje, no começo do terceiro milênio, o circo ainda resiste, habitando o imaginário das pessoas com seus mágicos, malabaristas e palhaços, mas precisando se adaptar para um novo respeitável público. Para mostrar que este tipo de arte pode ser tudo isso que se espera, mas também, muito mais, o 1º Festival de Circo Contemporâneo – FECICO ocorre de 20 a 25 de abril, com objetivo de fomentar e difundir produções atuais de circo, explorando as possibilidades de atuação de uma área versátil, com destaque para as produções audiovisuais. A programação conta com espetáculos, mostra de vídeo, oficinas, palestras, lives e bate-papos, tudo on-line e de graça no site e nas redes sociais do evento.

“O festival tem um pensamento de uma produção de circo contemporâneo, uma outra maneira de se pensar a produção artística, com temas da contemporaneidade”, conta Gabriel Martins, diretor artístico do festival, explicando que o FECICO trabalha muito com a desconstrução de conceitos. “O circo, como linguagem artística, habita o imaginário popular como lugar das cores, da lona, da alegria, dos palhaços, diversão, do impressionante. Quando se pensa em circo, se imagina logo aquelas pessoas super-humanas, saltando. A gente quer pensar no circo contemporâneo, e por isso, vamos fazer um tipo de circos das pessoas que têm histórias, que têm suas trajetórias, que pode se ligar com as temáticas do nosso tempo, como por exemplo, produções que trabalham com temática de identidade de gênero”, explica Gabriel, reforçando que o cenário pandêmico também influenciou a produção do festival. “No videocirco, vamos para o lugar da virtualidade causada pela pandemia, para mostrar que o circo não é só apenas do picadeiro, do teatro, mas também dialoga com o audiovisual, o vídeo, em um campo híbrido”, ratifica Gabriel, que considera a mostra de vídeo o carro-chefe da programação.

image ATMA (Pedro Lunares)

“Selecionei os trabalhos pensando no afastamento do imaginário clássico circense. Sem negação, mas para mostrar que há outros tipos de criação. Nossa intenção é reunir profissionais e criações nessa vertente e mostrá-los à população que não costuma enxergar esse tipo de produção. Por isso a ideia de um festival de circo contemporâneo, on-line e gratuito”, emenda o diretor, que fez questão de explicar que a acessibilidade é um dos principais guias do projeto, que será trabalhado por meio de uma programação diversa. O FECICO engloba espetáculos circenses gravados antes do período pandêmico, que ficarão disponíveis na plataforma do festival durante o período de sua realização, com bate-papo com os artistas após a transmissão ao vivo. Também conta com a mostra de ‘videocirco’, com criações de até 15 minutos, produzidas exclusivamente para o festival e financiadas pelo projeto, ficando disponíveis até o final do evento. Além disso, o festival oferece oficinas, palestras e lives, espaços para o debate da arte do circo e para a qualificação da atuação de artistas e produtores circenses interessados no tema.

Outro aspecto de destaque do festival é a geração de renda e abrangência de setores da cadeia produtiva da cultura que estão sendo impactados positivamente com sua realização. São artistas, profissionais do audiovisual, da comunicação, palestrantes, oficineiros e administradores que são diretamente impactados pela produção, e que se propõem a estimular a valorização da arte circense para além do picadeiro. Fernanda Boff, proponente do festival, é enfática ao dizer que o projeto foi sendo pensado com esse intuito, de valorizar a classe que trabalha com circo de um modo que englobasse os mais diversos tipos de fazer artístico.

“Não é a realização de um sonho”, confessa Fernanda. “Eu poderia ser bem romântica e dizer que o festival é um desejo antigo, mas não; na verdade, a ideia de fazer um festival sempre me amedrontou bastante, pois eu acredito que é algo de uma magnitude muito grande, e nem me achava muito capaz. Mas, com a chegada da Lei Aldir Blanc, com um edital voltado para grandes produções artísticas e culturais, veio essa proposta de movimentar a cadeia do setor relacionado, que em nosso caso, é o circo. A ideia surgiu muito por conta do edital. São aproximadamente setenta trabalhadores, entre artistas, diretores, profissionais do audiovisual, da divulgação, do marketing.... A partir daí, surgiu esse festival rico e - importante destacar - feito por artistas movidos pelo desejo de dar vazão para essa linguagem do circo contemporâneo”, explica a idealizadora.

Serviço.

1º FECICO – FESTIVAL DE CIRCO CONTEMPORÂNEO

De 20 a 25 de abril de 2021 - Totalmente online
Mais informações e inscrições para as oficinas no fecico.com.

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Cultura
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