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Exposição sobre vida e obra de Saramago segue aberta à visitação em Belém

Público poderá conferir a mostra inédita até o dia 17 de fevereiro no Museu do Estado do Pará

Redação Integrada
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Admiradores do único Prêmio Nobel de Literatura da Língua Portuguesa podem conhecer e mergulhar no universo intenso e sensível de José Saramago, um dos escritores contemporâneos mais aclamados e influentes no mundo, com a exposição "Saramago - os Pontos e a Vista", que pode ser visitada no Museu do Estado do Pará, até o dia 17 de fevereiro.

Mais do que a obra ou a biografia, a exposição tem como foco a trajetória de vida de um homem que exerceu diversas atividades antes de se dedicar à literatura e que estabeleceu uma perspectiva crítica que reivindica em seus textos o exercício da reflexão. Em sua relação com o mundo, Saramago sempre enfatizou a responsabilidade de todos com os deveres humanos, que, para ele, são deveres em relação aos outros. 

Com curadoria de Marcello Dantas e produção da Magnetoscópio, a mostra é baseada na integração de 15 módulos, cada um composto de breves textos explicativos e objetos cênicos que se mesclam com a projeção de vídeos de momentos da vida de Saramago, selecionados a partir do acervo de imagens do diretor português Miguel Gonçalves Mendes, que produziu o filme José e Pilar, após anos de convivência com o casal. 

De forma lúdica e interativa, o público tem contato com mobiliários e acessórios originais do escritor: óculos, lupa e cama, que integram o acervo da Fundação José Saramago. Ao todo, são aproximadamente 500m² de área expositiva, montados em seis salas do pavimento térreo do MEP. Cada módulo aborda uma dimensão da vida do escritor, como sua visão sobre a vida e a morte, lugares por onde passou e o encontro com a jornalista, escritora e tradutora espanhola Pilar Del Río, com quem se casou em 1988.

No espaço destinado à cronobiografia estão disponíveis livros para consulta, além de fotos e vídeos, muitos deles cedidos pela Fundação José Saramago. 

A versão da exposição em Belém apresenta o mesmo conteúdo exibido em São Paulo, com ajustes apenas na cenografia, como explica o curador, Marcello Dantas: "Essa primeira itinerância da exposição 'Saramago, os pontos e a vista', em Belém, apresenta um modelo diferente de desenho expográfico. Saramago foi um intenso viajante, em especial nos últimos anos de sua vida, quando a maior parte do material audiovisual da exposição foi captado. Essa natureza errante marcou nossa opção por criar um desenho que se inspira nas caixas de transporte, malas e ícones de movimento como o carro. A exposição ganha esse contorno do espírito de um homem inquieto em permanente busca por expandir o seu alcance e aliviar a dor do planeta".

Em um dos módulos expositivos, intitulado Visão, o público poderá assistir ao autor falando sobre o estado de cegueira do mundo atual. Para isso, os visitantes usarão óculos interativos que simulam o grau de miopia do próprio autor, experimentando em um primeiro momento a sensação de vista nublada e que é normalizada ao final da exibição do vídeo.

A exposição em Belém integra o calendário oficial de celebração dos 20 anos de atribuição do Prêmio Nobel de Literatura a José Saramago, com eventos organizados pela Fundação José Saramago em parceria com entidades públicas e privadas, em Portugal e em vários outros países.

Quem foi Saramago

Filho e neto de camponeses, José Saramago nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, em Portugal, no dia 16 de novembro de 1922. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. Fez estudos secundários que, por dificuldades econômicas, não pode prosseguir.

O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhista, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, o romance  Terra do Pecado, em 1947, tendo estado sem publicar até 1966.

Trabalhou durante 12 anos em uma editora, onde exerceu funções de direção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista  Seara Nova. Em 1972 e 1973 integrou a redação do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.

Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do jornal  Diário de Notícias. A partir de 1976, passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor.

Em fevereiro de 1993 decidiu dividir o seu tempo entre a residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel de Literatura. José Saramago faleceu aos 87 anos, em 18 de junho de 2010, em Lanzarote. Sua obra é reconhecida como um dos maiores legados da literatura contemporânea. 

Serviço:

Exposição "Saramago - Os pontos e a vista"
Entrada gratuita
Local: Museu do Estado do Pará (Endereço: Praça D. Pedro II, s/n - Cidade Velha, Belém)
Funcionamento: De terça a domingo, até o dia 17 de fevereiro de 2019.
Horários:  Terça a Sexta, de 10h às 17h; sábados, domingos e feriados, de 9h às 13h. 

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