Espetáculo ‘A Noiva Cadáver’ volta aos palcos em Belém em sessão única neste sábado (19/07)
Com humor, poesia e crítica social, peça aborda temas como amor, morte e violência contra a mulher

Neste sábado (19/07), às 19h30, o Teatro Margarida Schivasappa, em Belém, recebe a nova montagem do espetáculo “A Noiva Cadáver", em sessão única. A peça é organizada pela Casa de Artes Tiago de Pinho, que celebra 10 anos de atuação com essa produção inspirada na famosa animação de Tim Burton. A história acompanha Victor, um jovem que, por engano, se casa com uma misteriosa noiva cadáver e é arrastado para o mundo dos mortos, enquanto sua verdadeira noiva o aguarda na Terra dos Vivos. Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do teatro e nas redes sociais da montagem.
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O diretor Tiago de Pinho explica que a peça foi originalmente encenada em 2019, com sessões esgotadas no Teatro do SESI, e retorna agora como uma celebração da trajetória da escola. “Retomar essa montagem nos nossos 10 anos é uma forma de revisitar um dos momentos mais potentes vividos no palco, na sala de aula e nos bastidores”, afirmou.
Segundo ele, a produção preserva a essência do filme, mas adiciona uma linguagem própria e regional. “Fazemos questão de preservar o espírito da obra, ainda que adicionemos nosso tempero, nosso ritmo, nosso sotaque amazônico”, completou.
A nova versão traz inovações no cenário, figurino e trilha sonora. Um dos destaques é o cenário virtual criado pelo ilustrador Dante Monteiro, todo desenvolvido em estilo cartum. “O trabalho foi minucioso, cheio de personalidade”, diz Tiago. Os figurinos e maquiagens foram reinventados, mantendo elementos do filme, mas com uma estética autoral. A trilha sonora mistura canções do original com músicas novas e surpresas pensadas especialmente para o palco.
O elenco principal é composto por jovens talentos paraenses selecionados após audições com mais de 60 candidatos. O ator Isaac Lopes, de 16 anos, interpreta o protagonista Victor e fala sobre os desafios do papel. “Eu estudei bastante o personagem, assisti várias vezes à animação, mas sempre tentando fazer o meu Victor. Não queria copiar”, explicou.
Para o ator, o personagem passa por uma transformação importante. “Nos vivos, ele é ansioso, inseguro. No mundo dos mortos, ele se encontra, fica mais livre. Eu mostrei isso na voz, no corpo, no jeito de andar”, acrescentou.
Isaac acredita que o público pode se identificar com Victor. “Ele tem medo de errar, de decepcionar, vive um plano que não é o dele, mas o dos pais. E acho que muita gente se vê nisso. No final, ele enfrenta tudo, mesmo com medo”, destacou o ator. “A história mostra que errar faz parte, e que a gente precisa ter coragem pra fazer nossas próprias escolhas”, completa.
Para Tiago, a obra vai além de um conto sombrio. “Muita gente pensa que a peça é sobre a morte. Mas é sobre a vida. É um convite à presença, ao afeto, à escolha consciente de estar vivo de verdade”, destacou o diretor.
Ele acrescenta que o espetáculo também provoca uma reflexão sobre temas urgentes como a violência contra a mulher, presente na narrativa e que ganha destaque na encenação. “O feminicídio ainda é uma ferida aberta. E a arte tem o poder de dar visibilidade a isso”, disse.
A montagem conta ainda com direção conjunta de Matheus Barata e elenco formado por Gabrielle Sarmento, no papel de Victoria, e Luísa Freire, como Emily, a Noiva Cadáver.
Serviço:
Espetáculo ‘A Noiva Cadáver’
- Data: Sábado, 19 de julho;
- Horário: 19h30 (sessão única);
- Local: Teatro Margarida Schivasappa (Centur – Belém/PA);
- Os ingressos estão disponíveis na bilheteria do teatro ou pelo Instagram @casadetiagodepinho.
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